Daqui a quatro anos
DAQUI A QUATRO ANOS
Ouvi com todo o interesse e atenção o programa da Dr.ª Fátima porque o tema era daqueles que mais me preocupa e a uns não sei quantos milhões de portugueses que, como eu, têm automóvel e também aos poucos que não têm mas que apanham por tabela porque o aumento dos preços dos combustíveis repercutem-se em tudo o resto e quando assim não for é sempre uma boa desculpa.
Para fazer esquecer este magno problema a televisão dá-nos longas e fastidiosas entrevistas com os jogadores de futebol eleitos pelo Scolari para representarem o país e que estão principescamente instalados em Viseu, como de resto é hábito, não em Viseu, mas principescamente.
Dentro de duas semanas vão começar os jogos do Campeonato Europeu e a distracção máxima dos portugueses está assegurada faltando-nos apenas saber, neste momento, se o que lá vem é alegria e euforia pelas vitórias ou a tristeza do insucesso que ainda deprime mais do que a evolução imparável do preço dos combustíveis.
O que há verdadeiramente de novo neste agravar de crise do preço dos combustíveis é que eles estão agora em roda livre, como se um vírus tivesse penetrado a engrenagem e provocado um descalabro nos sistemas de regulação e controle, não obstante o Sr. Eng. garantir que tudo está nos conformes com a diferença de que agora as Companhias Petrolíferas ganham muito, muito dinheiro (a GALP teve 175 milhões de euros de lucros nos 3 primeiros meses) quando, anos atrás, perdiam.
Há muito, muito tempo atrás, estava eu de férias no Algarve, o Governo anunciou que no dia tal, à meia-noite, como de costume, (as coisas feias e tenebrosas acontecem sempre a esta hora fatídica) a gasolina ia aumentar para 50 escudos (25 cêntimos num futuro longínquo) e também, como era hábito, até porque estávamos de férias, lá fomos todos para a bicha da bomba da gasolina poupar uns tostões atafulhando o depósito do carro sem esquecer o depósito do isqueiro.
Nessa altura, ainda nem sequer se pensava na liberalização dos preços e por isso era um momento alto, pela negativa, da vida dos governos aquele em que decidiam subir o preço dos combustíveis.
Outros tempos, outros modos, até porque o 25 de Abril ainda estava muito fresco mas, regressando aos dias de hoje e ao programa de ontem do Prós e Contras, a minha esperança é que alguma coisa saísse dele que constituísse uma esperança para o futuro.
E digo futuro porque para nos tempos mais próximos é quase certo que o preço vai continuar a subir proporcionando transferências tão volumosas de dinheiro para os países produtores de petróleo que, já li em qualquer lado, na Arábia Saudita, podem construir uma cidade nova em cada dia que passa.
O que ainda ninguém disse é quando é que a corda vai partir porque, é bom de ver, tudo tem um limite e mesmo que todos nós tenhamos de alterar grandemente os nossos comportamentos, e disso não tenho dúvidas, (andar menos de automóvel é uma delas) não iremos a tempo, no curtíssimo prazo, de influenciar os preços.
Até aqui, poupava durante um ano para gozar 15 dias de férias no sul de Espanha onde a vida, nos “comes” e “bebes”, desde que não seja à mesa do restaurante, anda ela por ela com a de cá, excepção feita à gasolina que essa é mesmo menos cara.
Para o ano, provavelmente, tenho que continuar a economizar para as férias e também para a gasolina que me levará até às férias que, pelo rumo que as coisas levam, poder-me-á custar tanto como o aluguer do apartamento.
Por isso, esperei ao longo de todo o programa que algum daqueles senhores reservasse para o fim a boa notícia de quando é que este pesadelo terminaria e a notícia chegou, no cair do pano:
- Daqui a 4 anos… passa num instantinho… é apenas o tempo que medeia entre dois Campeonatos Europeus de Futebol!
Entretanto, milhares de hectares de terreno no Alentejo e outros, muitos mais milhares em Moçambique e em Angola, aguardam as sementes das plantas que se multiplicarão em muitas mais sementes que irão permitir a produção de bio-dísel que, adicionado à gasolina numa percentagem que não precisa, sequer, de ser superior a 10%, irá permitir baixar os preços do barril de petróleo para os 100 dólares…daqui a 4 anos.
Finalmente, a paz desceu no meu espírito e eu fiquei livre para poder deitar-me descansado e continuar a desfrutar da segunda grande alegria que o meu Sporting me deu este ano, depois do 5 a 3 sobre o rival Benfica, ganhando ao Porto a Taça de Portugal com uma vitória concludente por 2 a 0.
Ouvi com todo o interesse e atenção o programa da Dr.ª Fátima porque o tema era daqueles que mais me preocupa e a uns não sei quantos milhões de portugueses que, como eu, têm automóvel e também aos poucos que não têm mas que apanham por tabela porque o aumento dos preços dos combustíveis repercutem-se em tudo o resto e quando assim não for é sempre uma boa desculpa.
Para fazer esquecer este magno problema a televisão dá-nos longas e fastidiosas entrevistas com os jogadores de futebol eleitos pelo Scolari para representarem o país e que estão principescamente instalados em Viseu, como de resto é hábito, não em Viseu, mas principescamente.
Dentro de duas semanas vão começar os jogos do Campeonato Europeu e a distracção máxima dos portugueses está assegurada faltando-nos apenas saber, neste momento, se o que lá vem é alegria e euforia pelas vitórias ou a tristeza do insucesso que ainda deprime mais do que a evolução imparável do preço dos combustíveis.
O que há verdadeiramente de novo neste agravar de crise do preço dos combustíveis é que eles estão agora em roda livre, como se um vírus tivesse penetrado a engrenagem e provocado um descalabro nos sistemas de regulação e controle, não obstante o Sr. Eng. garantir que tudo está nos conformes com a diferença de que agora as Companhias Petrolíferas ganham muito, muito dinheiro (a GALP teve 175 milhões de euros de lucros nos 3 primeiros meses) quando, anos atrás, perdiam.
Há muito, muito tempo atrás, estava eu de férias no Algarve, o Governo anunciou que no dia tal, à meia-noite, como de costume, (as coisas feias e tenebrosas acontecem sempre a esta hora fatídica) a gasolina ia aumentar para 50 escudos (25 cêntimos num futuro longínquo) e também, como era hábito, até porque estávamos de férias, lá fomos todos para a bicha da bomba da gasolina poupar uns tostões atafulhando o depósito do carro sem esquecer o depósito do isqueiro.
Nessa altura, ainda nem sequer se pensava na liberalização dos preços e por isso era um momento alto, pela negativa, da vida dos governos aquele em que decidiam subir o preço dos combustíveis.
Outros tempos, outros modos, até porque o 25 de Abril ainda estava muito fresco mas, regressando aos dias de hoje e ao programa de ontem do Prós e Contras, a minha esperança é que alguma coisa saísse dele que constituísse uma esperança para o futuro.
E digo futuro porque para nos tempos mais próximos é quase certo que o preço vai continuar a subir proporcionando transferências tão volumosas de dinheiro para os países produtores de petróleo que, já li em qualquer lado, na Arábia Saudita, podem construir uma cidade nova em cada dia que passa.
O que ainda ninguém disse é quando é que a corda vai partir porque, é bom de ver, tudo tem um limite e mesmo que todos nós tenhamos de alterar grandemente os nossos comportamentos, e disso não tenho dúvidas, (andar menos de automóvel é uma delas) não iremos a tempo, no curtíssimo prazo, de influenciar os preços.
Até aqui, poupava durante um ano para gozar 15 dias de férias no sul de Espanha onde a vida, nos “comes” e “bebes”, desde que não seja à mesa do restaurante, anda ela por ela com a de cá, excepção feita à gasolina que essa é mesmo menos cara.
Para o ano, provavelmente, tenho que continuar a economizar para as férias e também para a gasolina que me levará até às férias que, pelo rumo que as coisas levam, poder-me-á custar tanto como o aluguer do apartamento.
Por isso, esperei ao longo de todo o programa que algum daqueles senhores reservasse para o fim a boa notícia de quando é que este pesadelo terminaria e a notícia chegou, no cair do pano:
- Daqui a 4 anos… passa num instantinho… é apenas o tempo que medeia entre dois Campeonatos Europeus de Futebol!
Entretanto, milhares de hectares de terreno no Alentejo e outros, muitos mais milhares em Moçambique e em Angola, aguardam as sementes das plantas que se multiplicarão em muitas mais sementes que irão permitir a produção de bio-dísel que, adicionado à gasolina numa percentagem que não precisa, sequer, de ser superior a 10%, irá permitir baixar os preços do barril de petróleo para os 100 dólares…daqui a 4 anos.
Finalmente, a paz desceu no meu espírito e eu fiquei livre para poder deitar-me descansado e continuar a desfrutar da segunda grande alegria que o meu Sporting me deu este ano, depois do 5 a 3 sobre o rival Benfica, ganhando ao Porto a Taça de Portugal com uma vitória concludente por 2 a 0.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home