Não há Pachorra…
Creio que os comentadores e analistas da nossa política partidária devem delirar com as manigâncias, reviravoltas e acrobacias das principais personalidades do PSD.
E ponhamos nomes nos “bois”, salvo seja, claro: Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes, Pacheco Pereira Luís Filipe Menezes e outras figuras de menor mediatismo no momento, surpreendem pela novidade das suas posições.
Mas de todos estes é Ferreira Leite a que mais estranheza provocou porque a imagem de marca que, de certa forma, vendeu ao eleitorado do PSD e aos portugueses de uma forma geral, como potencial futura 1ª Ministra era de seriedade, rigor, coerência e credibilidade política, qualidades que os cidadãos muito apreciam cansados da leviandade de certos políticos.
A sua aprovação à candidatura de Santana Lopes à Câmara de Lisboa estragou completamente essa imagem como o demonstra os resultados, cada vez piores das sondagens de opinião.
Há pouco mais de 6 meses foi eleita para presidir aos destinos do Partido depois de uma campanha cerrada com os seus oponentes a quem ganhou mais ou menos à tangente com 37,6% dos votos contra 31 de Passos Coelho e 29,5 de Santana Lopes.
Foi Manuela Ferreira Leite e o seu núcleo central de apoiantes que mais diabolizaram Santana Lopes nomeadamente, condenando a sua subida à liderança em 2005 tendo feito tudo para que ele fosse derrotado por José Sócrates e não esquecendo, igualmente, as suas próprias afirmações ao referir que só tinha votado no PSD nas últimas legislativas porque no Boletim aparecia a sigla do partido e não o nome do candidato.
Ora bem, estas posições que são legítimas e compreensíveis em personalidades tão diferentes, não encaixam de forma alguma na sua decisão de o apoiar como candidato do PSD para a Câmara da capital do país.
Não existe nenhuma coerência de Manuela F. Leite nesta sua atitude e a coerência era um dos seus capitais políticos, perdido este de uma forma tão flagrante, os outros: rigor, seriedade, credibilidade, vão por água a baixo levando Filipe Menezes a dizer em tom irónico:
- “Santana Lopes vai ter que ganhar as eleições sem o voto da Presidente Social Democrata”.
Por tudo isto foi uma autêntica vergonha para o partido que o anúncio da candidatura de Santana Lopes à Câmara de Lisboa tenha sido apresentado oficialmente na televisão em 2º lugar, depois da candidatura de Braga, por aquela figura inenarrável que é Castro Almeida.
Como é que todas estas coisas “se cozinham” na cabeça dos eleitores nas próximas legislativas vivendo nós uma situação de crise a nível mundial de uma gravidade e duração que ninguém parece saber, é uma das incógnitas do nosso futuro político e nestas condições a segurança começa a ser a primeira preocupação.
Claro que em democracia seria preferível uma alternativa credível, sobre isso não tenho dúvidas nenhumas mas neste cenário, com estes actores, seriamente, não me parece que essa alternativa para o país exista.
Estamos a entrar num período no qual, pelas dificuldades esperadas, sem um rumo certo, uma forte determinação, um espírito positivo e ganhador, corremos sérios riscos.
Por isso, “partidarites” à parte, há dois homens, gostemos ou não deles que, por questões de carácter, me parecem incontornáveis nos tempos mais próximos e nas funções que desempenham:
- José Sócrates no governo do país;
- António Costa ao leme dos destinos da capital;
Com estilos um pouco diferentes, ambos são pessoas sérias, determinadas, fiáveis, com objectivos que procuram cumprir não iludindo as dificuldades dos problemas.
É mesmo possível ouvir da parte de sectores da oposição menos facciosa, elogios às principais medidas tomadas por José Sócrates, sem tibiezas e em tempo útil, o que nestas situações é muito importante.
- Nunca como agora a acção do estado foi e vai ser tão importante, todos olhamos para ele, todos esperamos dele qualquer coisa sabendo, no fundo, que não vai ser possível chegar a todos e nós ouvimos de quadrantes vários receitas contraditórias de quem, felizmente, não tem neste momento a responsabilidade de tomar decisões.
Veremos o que nos espera mas não me parece que qualquer deles perca as eleições em que vai estar envolvido, apenas a dúvida sobre que maioria o PS vai obter e isso deixa-me apreensivo porque se a crise vier a ser o que dizem não sei como e com quem Sócrates vai negociar e especialmente com que consequências para o país.
Recordo o “pântano político” de que Guterres fugiu numa altura em que ser substituído no governo não era nenhum drama porque sem maioria no parlamento não conseguiu prosseguir a sua acção.
Não é fácil negociar com as oposições em Portugal e dessas dificuldades foi testemunha António Guterres, e antes dele Mário Soares.
Hoje, um largo sector da esquerda é demagógica, oportunista ou fala como se vivêssemos na história de Alice no País das Maravilhas e outros, são radicais, ortodoxos dogmáticos e relativamente a todos eles percebemos que não é fácil haver entendimentos.
Ao centro, onde seria natural fazerem-se coligações e entendimentos políticos dada a afinidade das ideologias, não é possível por causa de rivalidades pessoais num partido de personalidades vaidosas e rivais e esta é uma das especificidades da política à portuguesa.
Veremos se o país não virá a ser vítima desta especificidade da nossa vida política num momento em que grandes dificuldades poderão exigir ou um governo de maioria absoluta ou um governo com uma base de entendimento alargado e responsável.
De qualquer maneira ainda falta muito até lá chegarmos e ainda pode até haver novas definições ao nível do PSD se Manuela F. Leite continuar a baixar nas simpatias do eleitorado…
E ponhamos nomes nos “bois”, salvo seja, claro: Ferreira Leite, Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes, Pacheco Pereira Luís Filipe Menezes e outras figuras de menor mediatismo no momento, surpreendem pela novidade das suas posições.
Mas de todos estes é Ferreira Leite a que mais estranheza provocou porque a imagem de marca que, de certa forma, vendeu ao eleitorado do PSD e aos portugueses de uma forma geral, como potencial futura 1ª Ministra era de seriedade, rigor, coerência e credibilidade política, qualidades que os cidadãos muito apreciam cansados da leviandade de certos políticos.
A sua aprovação à candidatura de Santana Lopes à Câmara de Lisboa estragou completamente essa imagem como o demonstra os resultados, cada vez piores das sondagens de opinião.
Há pouco mais de 6 meses foi eleita para presidir aos destinos do Partido depois de uma campanha cerrada com os seus oponentes a quem ganhou mais ou menos à tangente com 37,6% dos votos contra 31 de Passos Coelho e 29,5 de Santana Lopes.
Foi Manuela Ferreira Leite e o seu núcleo central de apoiantes que mais diabolizaram Santana Lopes nomeadamente, condenando a sua subida à liderança em 2005 tendo feito tudo para que ele fosse derrotado por José Sócrates e não esquecendo, igualmente, as suas próprias afirmações ao referir que só tinha votado no PSD nas últimas legislativas porque no Boletim aparecia a sigla do partido e não o nome do candidato.
Ora bem, estas posições que são legítimas e compreensíveis em personalidades tão diferentes, não encaixam de forma alguma na sua decisão de o apoiar como candidato do PSD para a Câmara da capital do país.
Não existe nenhuma coerência de Manuela F. Leite nesta sua atitude e a coerência era um dos seus capitais políticos, perdido este de uma forma tão flagrante, os outros: rigor, seriedade, credibilidade, vão por água a baixo levando Filipe Menezes a dizer em tom irónico:
- “Santana Lopes vai ter que ganhar as eleições sem o voto da Presidente Social Democrata”.
Por tudo isto foi uma autêntica vergonha para o partido que o anúncio da candidatura de Santana Lopes à Câmara de Lisboa tenha sido apresentado oficialmente na televisão em 2º lugar, depois da candidatura de Braga, por aquela figura inenarrável que é Castro Almeida.
Como é que todas estas coisas “se cozinham” na cabeça dos eleitores nas próximas legislativas vivendo nós uma situação de crise a nível mundial de uma gravidade e duração que ninguém parece saber, é uma das incógnitas do nosso futuro político e nestas condições a segurança começa a ser a primeira preocupação.
Claro que em democracia seria preferível uma alternativa credível, sobre isso não tenho dúvidas nenhumas mas neste cenário, com estes actores, seriamente, não me parece que essa alternativa para o país exista.
Estamos a entrar num período no qual, pelas dificuldades esperadas, sem um rumo certo, uma forte determinação, um espírito positivo e ganhador, corremos sérios riscos.
Por isso, “partidarites” à parte, há dois homens, gostemos ou não deles que, por questões de carácter, me parecem incontornáveis nos tempos mais próximos e nas funções que desempenham:
- José Sócrates no governo do país;
- António Costa ao leme dos destinos da capital;
Com estilos um pouco diferentes, ambos são pessoas sérias, determinadas, fiáveis, com objectivos que procuram cumprir não iludindo as dificuldades dos problemas.
É mesmo possível ouvir da parte de sectores da oposição menos facciosa, elogios às principais medidas tomadas por José Sócrates, sem tibiezas e em tempo útil, o que nestas situações é muito importante.
- Nunca como agora a acção do estado foi e vai ser tão importante, todos olhamos para ele, todos esperamos dele qualquer coisa sabendo, no fundo, que não vai ser possível chegar a todos e nós ouvimos de quadrantes vários receitas contraditórias de quem, felizmente, não tem neste momento a responsabilidade de tomar decisões.
Veremos o que nos espera mas não me parece que qualquer deles perca as eleições em que vai estar envolvido, apenas a dúvida sobre que maioria o PS vai obter e isso deixa-me apreensivo porque se a crise vier a ser o que dizem não sei como e com quem Sócrates vai negociar e especialmente com que consequências para o país.
Recordo o “pântano político” de que Guterres fugiu numa altura em que ser substituído no governo não era nenhum drama porque sem maioria no parlamento não conseguiu prosseguir a sua acção.
Não é fácil negociar com as oposições em Portugal e dessas dificuldades foi testemunha António Guterres, e antes dele Mário Soares.
Hoje, um largo sector da esquerda é demagógica, oportunista ou fala como se vivêssemos na história de Alice no País das Maravilhas e outros, são radicais, ortodoxos dogmáticos e relativamente a todos eles percebemos que não é fácil haver entendimentos.
Ao centro, onde seria natural fazerem-se coligações e entendimentos políticos dada a afinidade das ideologias, não é possível por causa de rivalidades pessoais num partido de personalidades vaidosas e rivais e esta é uma das especificidades da política à portuguesa.
Veremos se o país não virá a ser vítima desta especificidade da nossa vida política num momento em que grandes dificuldades poderão exigir ou um governo de maioria absoluta ou um governo com uma base de entendimento alargado e responsável.
De qualquer maneira ainda falta muito até lá chegarmos e ainda pode até haver novas definições ao nível do PSD se Manuela F. Leite continuar a baixar nas simpatias do eleitorado…
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