TIETA DO AGRESTE
EPISÓDIO Nº203
EPISÓDIO Nº203
ONDE SE SABE DAS MÁQUINAS NA ESTRADA OU JAIRO, O JUBILOSO
Pois assim é: um dia de caça, outro de caçador ou ri melhor quem ri por último. Extinta a luz do motor ao toque das nove no sino da Matriz, accionado por Vavá de mão ainda enfaixada, soam palmas insistentes na porta da casa do humilhado Jairo.
Apresenta-se um ajudante de chofer, membro da equipe de asfaltadores, bons de vaia e de achincalhe. Solicita ferramentas emprestadas e, se possível, a presença de Jairo, seu precioso auxílio. Duas das máquinas encontram-se quebradas na estrada, apenas o rolo compressor prosseguira a marcha para Esplanada. Quanto ao jipe e ao caminhão com os operários, ao sair de Agreste tocaram-se na frente e a estas horas já devem estar próximos da Bahia. O moço veio a pé, está morto de sede, aceita um copo com água. Desculpe o incómodo.
- Onde se deu?
- Pertinho daqui, todas duas. Uns sete ou oito quilómetros. Naquela lombada, sabe, onde tinha um mata-burro meio rebentado. Acabou de rebentar com o peso da patrola que afundou. A outra nem chegou lá. Deu galho antes.
Cabe aos vitoriosos a generosidade. Magnânimo, Jairo coloca-se às ordens:
- Vamos ver isso. Não há-de ser nada. Dá-se um jeitinho.
Dirige-se à garagem. Acaricia a marinete, murmura-lhe palavras de carinho e confiança:
- Vamos socorrer os ricos, meu Disco Voador, eles te chamaram de lixo, de ferro-velho, agora chegou a nossa vez. Veja como se comporta, esqueça as manhas. Não vá fazer feio, me deixar na mão, prove seu valor, minha sensual.
A manhosa e sensual comporta-se à altura. Desenvolve apreciável velocidade, o motor não rateia nem uma só vez. Bichinho bom, constata o ajudante de chofer ao vê-la prosseguir, indiferente a crateras, atoleiros, cacundas, abismos. Impávida e serena, ao som de música pois, por incrível que pareça, até o rádio russo funcionou.
Jairo presta a ajuda solicitada, sobra-lhe competência. Postas as máquinas em ordem, meia-noite passada, sem esperar agradecimentos, limpa as mãos na estopa, sobe o degrau da porta, liga o motor, a marinete parte soltando a descarga de despedida. Beleza de descarga!
Obrigado, Estrela do Sertão; vamos em frente, minha picurrucha.
Apresenta-se um ajudante de chofer, membro da equipe de asfaltadores, bons de vaia e de achincalhe. Solicita ferramentas emprestadas e, se possível, a presença de Jairo, seu precioso auxílio. Duas das máquinas encontram-se quebradas na estrada, apenas o rolo compressor prosseguira a marcha para Esplanada. Quanto ao jipe e ao caminhão com os operários, ao sair de Agreste tocaram-se na frente e a estas horas já devem estar próximos da Bahia. O moço veio a pé, está morto de sede, aceita um copo com água. Desculpe o incómodo.
- Onde se deu?
- Pertinho daqui, todas duas. Uns sete ou oito quilómetros. Naquela lombada, sabe, onde tinha um mata-burro meio rebentado. Acabou de rebentar com o peso da patrola que afundou. A outra nem chegou lá. Deu galho antes.
Cabe aos vitoriosos a generosidade. Magnânimo, Jairo coloca-se às ordens:
- Vamos ver isso. Não há-de ser nada. Dá-se um jeitinho.
Dirige-se à garagem. Acaricia a marinete, murmura-lhe palavras de carinho e confiança:
- Vamos socorrer os ricos, meu Disco Voador, eles te chamaram de lixo, de ferro-velho, agora chegou a nossa vez. Veja como se comporta, esqueça as manhas. Não vá fazer feio, me deixar na mão, prove seu valor, minha sensual.
A manhosa e sensual comporta-se à altura. Desenvolve apreciável velocidade, o motor não rateia nem uma só vez. Bichinho bom, constata o ajudante de chofer ao vê-la prosseguir, indiferente a crateras, atoleiros, cacundas, abismos. Impávida e serena, ao som de música pois, por incrível que pareça, até o rádio russo funcionou.
Jairo presta a ajuda solicitada, sobra-lhe competência. Postas as máquinas em ordem, meia-noite passada, sem esperar agradecimentos, limpa as mãos na estopa, sobe o degrau da porta, liga o motor, a marinete parte soltando a descarga de despedida. Beleza de descarga!
Obrigado, Estrela do Sertão; vamos em frente, minha picurrucha.
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