TIETA DO AGRESTE
A “TIETA” JÁ REGRESSOU DO PASSEIO À TURQUIA E AGORA, SEM MAIS INTERRUPÇÕES, SEGUEM-SE OS RESTANTES EPISÓDIOS DA HISTÓRIA.
EPISÓDIO Nº 278
DA PRIMEIRA VICTÓRIA DO CANDIDATO ECOLÓGICO, CONCEDENDO-SE AO LEITOR A REGALIA DE VER O COMANDANTE DÁRIO DE QUELUZ ENVERGANDO FARDA DE GALA
- Meu Deus, o que teria acontecido? Olhe para ele, Cardo… - Tieta aponta o comandante Dário de Queluz sentado na ponta da embarcação embicada na areia, enfiando meias e sapatos brancos, antes de pisar na praia.
- Nem que hoje fosse 7 de Setembro… - comenta o seminarista, não menos assombrado.
Uma vez por ano, no dia 7 de Setembro, em homenagem à festa da independência, o comandante Dário retira a farda do armário e da naftalina, mete-se nela e engalanado, comparece à solenidade comemorativa, no Grupo Escolar. Durante o resto do ano, gasta calça e camisa esporte na cidade, shorte e camiseta na praia. Por que cargas d’água aparece de uniforme, reluzindo ao sol de Mangue Seco? Jamais Tieta o vira assim trajado Fica diferente, sobranceiro e austero, parece outro, impõe respeito. Deve ter sucedido algo muito grave para o Comandante envergar a túnica de gala e ostentar a medalha do mérito naval. Tieta e Ricardo acorrem ao seu encontro:
- Cadê Laura? Ela está bem? – pergunta Tieta, preocupada.
- Está bem, mandou lembranças. Ficou em Agreste, eu volto em seguida. Vim aqui só para conversar com você, Tieta - A voz severa – Assunto sério e reservado.
Inquieto, Ricardo olha para a tia: terá a conversa a ver com eles? Vai-se afastando, o Comandante o retém:
- Não precisa ir embora, Ricardo, você já não é um menino. Mas fique avisado: nada do que for dito aqui pode transpirar. Conversa sigilosa.
A farda estabelece compostura e distância, firmeza de maneiras, pose quase arrogante. Chegam ao Curral, onde Tieta serve água de coco – uma das preferências do Comandante: não existe diurético igual, cara amiga! – põe a chaleira no fogo para passar um cafezinho.
- A data da eleição foi marcada, Tieta.
- Já se esperava, não? Carmô me disse que os jornais estavam falando…
Comandante Dário relata a visita do doutor Hélio Colombo, professor de Direito, advogado famosíssimo, um cérebro, uma capacidade, enviado a Agreste pela Brastânio. Sabem para quê? – pergunta, os olhos fuzilando de indignação, a voz funérea, como se denunciasse conspiração monstruosa, trama sinistra. Aliás, é o que está fazendo: tentando desmascarar e derrotar torva maquinação, abominável cabala. Ricardo escuta atento, olhos arregalados, indignado e solidário; Tieta ainda não entende o motivo da farda e da ênfase, da atitude heróica e dramática do Comandante.
- Sabe, minha amiga, qual será o primeiro acto de Ascânio após a posse? Não sabe? Vou lhe dizer: será desapropriar a área do coqueiral e em seguida cedê-la à Brastânio. Por isso estou aqui, Tieta, vim lhe buscar.
A “TIETA” JÁ REGRESSOU DO PASSEIO À TURQUIA E AGORA, SEM MAIS INTERRUPÇÕES, SEGUEM-SE OS RESTANTES EPISÓDIOS DA HISTÓRIA.
EPISÓDIO Nº 278
DA PRIMEIRA VICTÓRIA DO CANDIDATO ECOLÓGICO, CONCEDENDO-SE AO LEITOR A REGALIA DE VER O COMANDANTE DÁRIO DE QUELUZ ENVERGANDO FARDA DE GALA
- Meu Deus, o que teria acontecido? Olhe para ele, Cardo… - Tieta aponta o comandante Dário de Queluz sentado na ponta da embarcação embicada na areia, enfiando meias e sapatos brancos, antes de pisar na praia.
- Nem que hoje fosse 7 de Setembro… - comenta o seminarista, não menos assombrado.
Uma vez por ano, no dia 7 de Setembro, em homenagem à festa da independência, o comandante Dário retira a farda do armário e da naftalina, mete-se nela e engalanado, comparece à solenidade comemorativa, no Grupo Escolar. Durante o resto do ano, gasta calça e camisa esporte na cidade, shorte e camiseta na praia. Por que cargas d’água aparece de uniforme, reluzindo ao sol de Mangue Seco? Jamais Tieta o vira assim trajado Fica diferente, sobranceiro e austero, parece outro, impõe respeito. Deve ter sucedido algo muito grave para o Comandante envergar a túnica de gala e ostentar a medalha do mérito naval. Tieta e Ricardo acorrem ao seu encontro:
- Cadê Laura? Ela está bem? – pergunta Tieta, preocupada.
- Está bem, mandou lembranças. Ficou em Agreste, eu volto em seguida. Vim aqui só para conversar com você, Tieta - A voz severa – Assunto sério e reservado.
Inquieto, Ricardo olha para a tia: terá a conversa a ver com eles? Vai-se afastando, o Comandante o retém:
- Não precisa ir embora, Ricardo, você já não é um menino. Mas fique avisado: nada do que for dito aqui pode transpirar. Conversa sigilosa.
A farda estabelece compostura e distância, firmeza de maneiras, pose quase arrogante. Chegam ao Curral, onde Tieta serve água de coco – uma das preferências do Comandante: não existe diurético igual, cara amiga! – põe a chaleira no fogo para passar um cafezinho.
- A data da eleição foi marcada, Tieta.
- Já se esperava, não? Carmô me disse que os jornais estavam falando…
Comandante Dário relata a visita do doutor Hélio Colombo, professor de Direito, advogado famosíssimo, um cérebro, uma capacidade, enviado a Agreste pela Brastânio. Sabem para quê? – pergunta, os olhos fuzilando de indignação, a voz funérea, como se denunciasse conspiração monstruosa, trama sinistra. Aliás, é o que está fazendo: tentando desmascarar e derrotar torva maquinação, abominável cabala. Ricardo escuta atento, olhos arregalados, indignado e solidário; Tieta ainda não entende o motivo da farda e da ênfase, da atitude heróica e dramática do Comandante.
- Sabe, minha amiga, qual será o primeiro acto de Ascânio após a posse? Não sabe? Vou lhe dizer: será desapropriar a área do coqueiral e em seguida cedê-la à Brastânio. Por isso estou aqui, Tieta, vim lhe buscar.
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