A Pedofilia no seio da Igreja
Andam as notícias cheias com as denúncias de casos de pedofilia por parte de eclesiásticos nos mais variados países do mundo católico. O assunto, só por si, é escabroso, quando praticado por padres faz as delícias de certa imprensa…ainda não estamos esquecidos do que foi aquando do escândalo da Casa Pia.
A nossa sociedade é falsamente moralista e quanto mais estiver impregnada de conceitos, preceitos e dogmas religiosos sobre os homens e seus comportamentos mais falsa se torna.
Quem foi obrigado a viver na infância em situações de clausura, colégios internos, seminários e outras instituições de carácter público que deveriam ser de apoio à criança, como a Casa Pia, segregados da convivência na sociedade, em situações de austera disciplina, desprotegidos, sabe que o perigo que as crianças correm de serem molestadas pelos adultos que as supervisionam, que sobre elas exercem o mando, o controle, a autoridade, é muito maior, na linha, de resto, com aquilo que já acontece no seio de certas famílias face ao poder exercido sobre elas por familiares.
A igreja para garantir a sua continuidade tem que moldar e formar as “suas tropas” e para que esse trabalho seja eficaz precisa de iniciá-lo a partir de idades tenras, no segredo da clausura dos seminários, locais ideais para se formatarem as consciências, impregná-las do medo dos infernos, dos castigos decorrentes do pecado e do prémio que representa o céu para os que se portam bem, obedecem, aceitam a autoridade e a disciplina, não esquecendo que aqui na terra, junto deles, há aqueles que, em nome de Deus, têm a faculdade de perdoar…
Este é um “caldinho” extremamente perigoso para as crianças que têm a desdita de nele cair e aquilo que agora se sabe e do muito mais que nunca se saberá, não pode constituir nenhuma surpresa.
Ocultados, desmentidos ou finalmente admitidos por alguns, não todos, os factos aí estão e a vergonha da igreja não podia ser maior porque ela, hipocritamente, afirma-se como uma entidade de pessoas especiais, preparados para uma vida isenta de pecado – seja isso o que for – e que ouvem, julgam e perdoam os pecados dos outros.
Aquele que hoje é o Papa, escondeu e ocultou crimes de pedofilia durante anos praticados por subalternos seus na hierarquia da Igreja quando tinha o poder e a obrigação, não só como Bispo mas principalmente como cidadão, de entregar à justiça os autores desses crimes.
Não o fez por uma razão, ela própria já admitida e confessada: “não era bom para a Igreja”, e eu que não sou crente e não devo obediência ou disciplina à Igreja, concordo em absoluto com a razão apresentada mas afirmo-a por outras palavras: “…não era bom para o negócio”.
As crianças devem crescer no seio de famílias saudáveis, num relacionamento espontâneo com pais, professores, colegas e amigos e devem ser ensinadas a utilizar o seu pensamento de uma forma crítica e a aprenderem o muito que a ciência hoje tem à sua disposição para que possam, no futuro, serem pessoas úteis e responsáveis no seio da sociedade.
A Igreja que vê no sexo uma fonte privilegiada de pecado, que por isso tão pouco permitiu que Jesus tivesse sido filho biológico de seus pais, José e Maria, que faz da castidade um valor e proíbe os seus representantes de se casarem, tudo isto contrariando a própria natureza do homem e até dos seres vivos, vem agora, na impossibilidade de continuar a esconder e a negar aquilo que desde sempre souberam, de forma envergonhada e com desculpas e justificações esfarrapadas, bater a medo com a mão no peito e a pagar vultosas indemnizações financeiras às vítimas sem que, até à data, tenhamos conhecimento de algum padre pedófilo que tenha sido condenado em tribunal e esteja a cumprir pena de prisão… o padre Frederico esteve lá tão pouco tempo antes de fugir em liberdade para o Brasil que nem conta.
… parece que, em alguns casos, os superiores na hierarquia da Igreja, os mudavam, como castigo, para outros locais de culto mas nem sequer ficavam proibidos de continuarem a contactar com as crianças…
Era importante que todos reflectíssemos com serenidade e de forma imparcial sobre estes acontecimentos e outros ainda mais graves levados a cabo por extremistas de outras religiões.
Somos seres pensantes, racionais, sejamos também críticos relativamente a estes assuntos. A nossa liberdade como pessoas não se concilia com dogmas baseados na fé que a nossa própria razão, que faz de nós aquilo que somos, não consegue entender.
O fundamento da fé religiosa, a sua força e glória residem no facto de não dependerem de uma justificação racional e isto deveria dar que pensar, o resto… os casos de pedofilia na igreja, apenas comprovam aquilo que já sabemos: o poder que ela ainda tem na nossa sociedade que lhe permite subtrair à justiça os religiosos que praticaram crimes de abuso sexual sobre crianças.
A nossa sociedade é falsamente moralista e quanto mais estiver impregnada de conceitos, preceitos e dogmas religiosos sobre os homens e seus comportamentos mais falsa se torna.
Quem foi obrigado a viver na infância em situações de clausura, colégios internos, seminários e outras instituições de carácter público que deveriam ser de apoio à criança, como a Casa Pia, segregados da convivência na sociedade, em situações de austera disciplina, desprotegidos, sabe que o perigo que as crianças correm de serem molestadas pelos adultos que as supervisionam, que sobre elas exercem o mando, o controle, a autoridade, é muito maior, na linha, de resto, com aquilo que já acontece no seio de certas famílias face ao poder exercido sobre elas por familiares.
A igreja para garantir a sua continuidade tem que moldar e formar as “suas tropas” e para que esse trabalho seja eficaz precisa de iniciá-lo a partir de idades tenras, no segredo da clausura dos seminários, locais ideais para se formatarem as consciências, impregná-las do medo dos infernos, dos castigos decorrentes do pecado e do prémio que representa o céu para os que se portam bem, obedecem, aceitam a autoridade e a disciplina, não esquecendo que aqui na terra, junto deles, há aqueles que, em nome de Deus, têm a faculdade de perdoar…
Este é um “caldinho” extremamente perigoso para as crianças que têm a desdita de nele cair e aquilo que agora se sabe e do muito mais que nunca se saberá, não pode constituir nenhuma surpresa.
Ocultados, desmentidos ou finalmente admitidos por alguns, não todos, os factos aí estão e a vergonha da igreja não podia ser maior porque ela, hipocritamente, afirma-se como uma entidade de pessoas especiais, preparados para uma vida isenta de pecado – seja isso o que for – e que ouvem, julgam e perdoam os pecados dos outros.
Aquele que hoje é o Papa, escondeu e ocultou crimes de pedofilia durante anos praticados por subalternos seus na hierarquia da Igreja quando tinha o poder e a obrigação, não só como Bispo mas principalmente como cidadão, de entregar à justiça os autores desses crimes.
Não o fez por uma razão, ela própria já admitida e confessada: “não era bom para a Igreja”, e eu que não sou crente e não devo obediência ou disciplina à Igreja, concordo em absoluto com a razão apresentada mas afirmo-a por outras palavras: “…não era bom para o negócio”.
As crianças devem crescer no seio de famílias saudáveis, num relacionamento espontâneo com pais, professores, colegas e amigos e devem ser ensinadas a utilizar o seu pensamento de uma forma crítica e a aprenderem o muito que a ciência hoje tem à sua disposição para que possam, no futuro, serem pessoas úteis e responsáveis no seio da sociedade.
A Igreja que vê no sexo uma fonte privilegiada de pecado, que por isso tão pouco permitiu que Jesus tivesse sido filho biológico de seus pais, José e Maria, que faz da castidade um valor e proíbe os seus representantes de se casarem, tudo isto contrariando a própria natureza do homem e até dos seres vivos, vem agora, na impossibilidade de continuar a esconder e a negar aquilo que desde sempre souberam, de forma envergonhada e com desculpas e justificações esfarrapadas, bater a medo com a mão no peito e a pagar vultosas indemnizações financeiras às vítimas sem que, até à data, tenhamos conhecimento de algum padre pedófilo que tenha sido condenado em tribunal e esteja a cumprir pena de prisão… o padre Frederico esteve lá tão pouco tempo antes de fugir em liberdade para o Brasil que nem conta.
… parece que, em alguns casos, os superiores na hierarquia da Igreja, os mudavam, como castigo, para outros locais de culto mas nem sequer ficavam proibidos de continuarem a contactar com as crianças…
Era importante que todos reflectíssemos com serenidade e de forma imparcial sobre estes acontecimentos e outros ainda mais graves levados a cabo por extremistas de outras religiões.
Somos seres pensantes, racionais, sejamos também críticos relativamente a estes assuntos. A nossa liberdade como pessoas não se concilia com dogmas baseados na fé que a nossa própria razão, que faz de nós aquilo que somos, não consegue entender.
O fundamento da fé religiosa, a sua força e glória residem no facto de não dependerem de uma justificação racional e isto deveria dar que pensar, o resto… os casos de pedofilia na igreja, apenas comprovam aquilo que já sabemos: o poder que ela ainda tem na nossa sociedade que lhe permite subtrair à justiça os religiosos que praticaram crimes de abuso sexual sobre crianças.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home