ENTREVISTAS FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 14
Tema – José, esposo de Maria?
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 14
Tema – José, esposo de Maria?
Raquel – Os microfones de Emissoras Latinas continuam aqui instalados em Nazareth, nas cercanias da Basílica da Anunciação de onde, como parece, nada se anunciou. Pelo menos foi o que nos disse em exclusivo Jesus Cristo… o filho de Maria.
Jesus - … e de José
Raquel – Bem-vindo, uma vez mais, Jesus Cristo. Falemos, então, de José. Diz-se que o senhor era de uma família pobre… mas, pelo menos, o seu pai tinha uma oficina de carpintaria…
Jesus – Uma oficina?... Aqui ninguém tinha nada.
Raquel – José não era carpinteiro? Pertencia a uma classe média, a que hoje chamamos de médio empresário…
Jesus – Classe média!... Aqui a única classe era a dos desempregados.
Raquel – Mas nos evangelhos diz que o senhor era filho de um carpinteiro…
Jesus – Escreveram isso para elevar um pouco o meu pai mas ele era, como toda a gente na Nazareth, um homem que nada tinha de seu, um pé-rapado, fazia de tudo o que aparecia.
Raquel – Uma pessoa que fazia de tudo?
Jesus – Sim, um artesão de qualquer coisa. O meu pai trabalhava no que aparecia. Vinham as vindimas e contratavam-no para apanhar uvas, ou para construir um muro, ou cortar trigo mas na maior parte dos dias era “uma mão sobre a outra”, não havia trabalho na Galileia.
Raquel – Enfim, voltemos ao ponto que mais interessa à nossa audiência. Nas entrevistas anteriores o senhor afirmou que José foi seu pai… pai-pai.
Jesus – Sim, claro.
Raquel – Isso significa que Maria e José eram esposos…
Jesus – Claro. Como haviam de viver?
Raquel – Não é tão pressuposto assim porque sempre nos pintaram um Jesus velhote, de barbas brancas com um cajado florido.
Jesus – o único cajado de que me lembro nas mãos de meu pai foi uma vez que me portei mal…
Raquel – Não, referia-me à castidade… porque, se não é indiscrição gostava de referir-me ao lado humano do casal…
Eles amavam-se, queriam-se? Ou eram a sagrada família, um casamento só nas aparências?
Jesus – Mas, que estás dizendo, Raquel? Eles queriam-se muitíssimo. Meu pai chamava a minha mãe de “minha morenita” como a do “cantar dos Cantares”. Conheces esse poema de amor, não é verdade?
Raquel – Sim algumas vezes lei-o.
Jesus – Eu gostava muito de ver meus pais caminhar abraçados ao entardecer… Meu irmão Santiago e eu subíamos ao muro para os espiar… e os apanhávamos beijando-se… e a minha mãe punha-se vermelha de vergonha…
Raquel – Contudo, no evangelho diz que quando eles estavam noivos, Maria apareceu grávida e José teve muitas dúvidas e até pensou abandoná-la… o senhor soube alguma coisa desta crise pré-matrimonial?
Jesus – Como deves calcular eu nunca fiz perguntas sobre essas coisas. Ainda que uma vez…
Raquel – Uma vez o quê?
Jesus - Uma vez, aqui na Nazareth, insultaram-me e chamaram-me bastardo…
Raquel – Por que te teriam chamado assim?
Jesus – Bem, naquele tempo, abusavam das raparigas, forçavam-nas…
Raquel – Tal como agora…
Jesus – Mas como te digo nunca perguntei nada sobre isso. Tão pouco me preocupava porque José queria-me muito. “O meu filho é um homem”. Ensinou-me a trabalhar e a ser justo. Um dia contar-te-ei o seu fim.
Raquel – Ou seja a possibilidade de que seu pai não seja seu pai…
Jesus – Pai, não é só quem engravida. Isso sabe fazê-lo qualquer animalito. Pai, é quem te cria, quem te ensina a viver.
Raquel – Em resumo, Jesus Cristo deixou-nos sem anjos anunciadores a Maria, sem sonhos reveladores a José, sem virgens que dão à luz… o que nos resta?
Jesus – Fica-te com o amor. Meus pais queriam-se um ao outro. Isso é o mais importante, a única coisa importante.
Raquel – Amigas e amigos, agora quero escutar-vos a vós. Os telefones das Emissoras Latinas estão à vossa disposição. Sou Raquel Perez, desde Nazareth.
Jesus - … e de José
Raquel – Bem-vindo, uma vez mais, Jesus Cristo. Falemos, então, de José. Diz-se que o senhor era de uma família pobre… mas, pelo menos, o seu pai tinha uma oficina de carpintaria…
Jesus – Uma oficina?... Aqui ninguém tinha nada.
Raquel – José não era carpinteiro? Pertencia a uma classe média, a que hoje chamamos de médio empresário…
Jesus – Classe média!... Aqui a única classe era a dos desempregados.
Raquel – Mas nos evangelhos diz que o senhor era filho de um carpinteiro…
Jesus – Escreveram isso para elevar um pouco o meu pai mas ele era, como toda a gente na Nazareth, um homem que nada tinha de seu, um pé-rapado, fazia de tudo o que aparecia.
Raquel – Uma pessoa que fazia de tudo?
Jesus – Sim, um artesão de qualquer coisa. O meu pai trabalhava no que aparecia. Vinham as vindimas e contratavam-no para apanhar uvas, ou para construir um muro, ou cortar trigo mas na maior parte dos dias era “uma mão sobre a outra”, não havia trabalho na Galileia.
Raquel – Enfim, voltemos ao ponto que mais interessa à nossa audiência. Nas entrevistas anteriores o senhor afirmou que José foi seu pai… pai-pai.
Jesus – Sim, claro.
Raquel – Isso significa que Maria e José eram esposos…
Jesus – Claro. Como haviam de viver?
Raquel – Não é tão pressuposto assim porque sempre nos pintaram um Jesus velhote, de barbas brancas com um cajado florido.
Jesus – o único cajado de que me lembro nas mãos de meu pai foi uma vez que me portei mal…
Raquel – Não, referia-me à castidade… porque, se não é indiscrição gostava de referir-me ao lado humano do casal…
Eles amavam-se, queriam-se? Ou eram a sagrada família, um casamento só nas aparências?
Jesus – Mas, que estás dizendo, Raquel? Eles queriam-se muitíssimo. Meu pai chamava a minha mãe de “minha morenita” como a do “cantar dos Cantares”. Conheces esse poema de amor, não é verdade?
Raquel – Sim algumas vezes lei-o.
Jesus – Eu gostava muito de ver meus pais caminhar abraçados ao entardecer… Meu irmão Santiago e eu subíamos ao muro para os espiar… e os apanhávamos beijando-se… e a minha mãe punha-se vermelha de vergonha…
Raquel – Contudo, no evangelho diz que quando eles estavam noivos, Maria apareceu grávida e José teve muitas dúvidas e até pensou abandoná-la… o senhor soube alguma coisa desta crise pré-matrimonial?
Jesus – Como deves calcular eu nunca fiz perguntas sobre essas coisas. Ainda que uma vez…
Raquel – Uma vez o quê?
Jesus - Uma vez, aqui na Nazareth, insultaram-me e chamaram-me bastardo…
Raquel – Por que te teriam chamado assim?
Jesus – Bem, naquele tempo, abusavam das raparigas, forçavam-nas…
Raquel – Tal como agora…
Jesus – Mas como te digo nunca perguntei nada sobre isso. Tão pouco me preocupava porque José queria-me muito. “O meu filho é um homem”. Ensinou-me a trabalhar e a ser justo. Um dia contar-te-ei o seu fim.
Raquel – Ou seja a possibilidade de que seu pai não seja seu pai…
Jesus – Pai, não é só quem engravida. Isso sabe fazê-lo qualquer animalito. Pai, é quem te cria, quem te ensina a viver.
Raquel – Em resumo, Jesus Cristo deixou-nos sem anjos anunciadores a Maria, sem sonhos reveladores a José, sem virgens que dão à luz… o que nos resta?
Jesus – Fica-te com o amor. Meus pais queriam-se um ao outro. Isso é o mais importante, a única coisa importante.
Raquel – Amigas e amigos, agora quero escutar-vos a vós. Os telefones das Emissoras Latinas estão à vossa disposição. Sou Raquel Perez, desde Nazareth.
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