ENTREVISTAS
FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 28
Tema – Malditos os Ricos?
Raquel – Os microfones das E. Latinas continuam aqui, no Monte das Bem-Aventuranças. Perante os nossos olhos uma vista panorâmica do Lago da Galileia e connosco, Jesus Cristo em entrevista exclusiva.
O senhor referiu-se na entrevista anterior à segunda parte do seu discurso histórico que pronunciou neste Monte. De que falou nessa segunda parte?
Jesus – Bem, primeiro, eu bem disse os pobres, felicitei-os.
Raquel – E depois?
Jesus – Depois mal disse os ricos.
Raquel – O senhor… mal disse?
Jesus – Mal disse os ricos.
Raquel – Pode repetir as suas palavras?
Jesus – Eu disse então e digo agora. Mal digo os ricos, os que estão fartos, porque passarão fome. Ai daqueles que se riem e enganam os pobres, porque irão chorar e gritar quando deus lhes esvaziar as arcas e lhes arrancar as roupas e os deixar sem pão e sem dinheiro tal como eles fizeram aos seus trabalhadores!
Raquel – São palavras muito duras…
Jesus – Mais duro é o coração daqueles que não querem repartir.
Raquel – Talvez nos estejam escutando pessoas com dinheiro mas generosas, de espírito humilde. O senhor também as mal diria?
Jesus – Uma vez um jovem rico, de bom coração, queria acompanhar – nos, queria pôr as mãos no arado de Deus.
Raquel – E o senhor que lhe disse?
Jesus – Tens de escolher. Deus ou o dinheiro. Se queres unir-te a nós reparte primeiro as tuas riquezas entre os pobres.
Raquel – Se essas eram as condições não acredito que muitos ricos tenham aderido ao movimento.
Jesus – Alguns entenderam mas, na verdade, é que tanto então como agora, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus.
Raquel – A sua mensagem não soa politicamente correcto. Não será demasiado radical?
Jesus – Radical, sim. Púnhamos as coisas na sua raiz e a raiz está apodrecida.
Raquel – Sempre me ensinaram que o senhor era calmo e tolerante, de coração humilde e agora encontro-o… com direi… um pouco intolerante.
Jesus – Deus não tolera a injustiça, Raquel. Ele não nos irá julgar por rituais, orações, jejuns, nem por templos. Julgar-nos-á pela justiça e será implacável com os injustos.
Raquel – O senhor está muito alterado.
Jesus – Não me pediste para recordar o que eu disse neste monte?
Raquel – De qualquer maneira podemos acabar este programa reafirmando que a sua mensagem é uma mensagem de paz.
Jesus – A mensagem de Deus é fogo na terra e eu quero que arda. Escuta, Raquel, se em cada manhã não desejares ardentemente que desapareçam as guerras, a violência, as mentiras, a codícia, a ambição do poder… não entenderás nunca a minha mensagem.
Raquel – Algo mais queres dizer?
Jesus – Olha o horizonte, Raquel. Neste tempo em que te calhou a ti viver, vieram sinais do céu que ameaçam tempestade. Quem tenha olhos para os ver que os veja e quem tenha ouvidos para ouvir que os oiça.
Raquel – Acompanhando Jesus Cristo na sua segunda vinda ao nosso mundo cada vez mais desigual e cada vez mais violento. Raquel Perez E. Latinas.
NOTA
Nos tempos de Jesus, os Fariseus, uma facção judaica radical, considerava “malditos” de Deus os pecadores e considerava pecadores ou impuros os enfermos e as enfermas, as mulheres, a quem cobravam impostos (os publicanos), as prostitutas e todos os que não cumpriam a Lei e as leis e ritos que eles, fariseus, apresentavam como sendo do agrado de Deus.
Fora de dúvida, Jesus Cristo, não seguiu este critério religioso e não amaldiçoou ninguém. Condenou os ricos com a sua famosa frase. “Ai de vocês! (Lucas 6.24. 26).
Santiago, irmão de Jesus, dirigente da Igreja em Jerusalém após a sua morte, seguindo a posição de seu irmão, também falou com muita dureza contra os ricos.
O pensamento “social” dos primeiros padres da Igreja de Cristo continua a tradição dos profetas de Israel e de Jesus e pode resumir-se da seguinte forma:
-“Aqueles que possuem riquezas são apenas administradores dessas riquezas e deverão distribui-las pelos pobres para que estes deixem de o ser.”
Santo Basílio, Santo Ambrósio, Santo Agostinho, Santo João Crisóstomo defendem todos o mesmo nos seus textos:
- “Deus nunca fez a uns ricos e a outros pobres. Deu a mesma terra para todos e os frutos da terra são comuns.”
Fiel a esta mensagem, a Teologia da Libertação, propõe-se denunciar a riqueza daqueles que a acumulam à custa do suor e da exploração do próximo, anunciando a equidade da justiça e lutando por torná-la possível.
A “opção pelos pobres” é um conceito chave da Teologia da Libertação que significa entender que não se pode amar a todos por igual.
Significa, igualmente, que a acumulação da riqueza é anticristã e impede a fraternidade, da mesma forma que a acumulação da miséria é também anticristã e anti-humanidade.
Amar o rico, o opressor, significa desafiá-lo, combatê-lo para conseguir que ele mude e aprenda a ser irmão.
Por sua vez, amar o pobre, o oprimido, significa acompanhá-lo e libertá-lo para que ele consiga que a sua vida tenha dignidade humana.
O senhor referiu-se na entrevista anterior à segunda parte do seu discurso histórico que pronunciou neste Monte. De que falou nessa segunda parte?
Jesus – Bem, primeiro, eu bem disse os pobres, felicitei-os.
Raquel – E depois?
Jesus – Depois mal disse os ricos.
Raquel – O senhor… mal disse?
Jesus – Mal disse os ricos.
Raquel – Pode repetir as suas palavras?
Jesus – Eu disse então e digo agora. Mal digo os ricos, os que estão fartos, porque passarão fome. Ai daqueles que se riem e enganam os pobres, porque irão chorar e gritar quando deus lhes esvaziar as arcas e lhes arrancar as roupas e os deixar sem pão e sem dinheiro tal como eles fizeram aos seus trabalhadores!
Raquel – São palavras muito duras…
Jesus – Mais duro é o coração daqueles que não querem repartir.
Raquel – Talvez nos estejam escutando pessoas com dinheiro mas generosas, de espírito humilde. O senhor também as mal diria?
Jesus – Uma vez um jovem rico, de bom coração, queria acompanhar – nos, queria pôr as mãos no arado de Deus.
Raquel – E o senhor que lhe disse?
Jesus – Tens de escolher. Deus ou o dinheiro. Se queres unir-te a nós reparte primeiro as tuas riquezas entre os pobres.
Raquel – Se essas eram as condições não acredito que muitos ricos tenham aderido ao movimento.
Jesus – Alguns entenderam mas, na verdade, é que tanto então como agora, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus.
Raquel – A sua mensagem não soa politicamente correcto. Não será demasiado radical?
Jesus – Radical, sim. Púnhamos as coisas na sua raiz e a raiz está apodrecida.
Raquel – Sempre me ensinaram que o senhor era calmo e tolerante, de coração humilde e agora encontro-o… com direi… um pouco intolerante.
Jesus – Deus não tolera a injustiça, Raquel. Ele não nos irá julgar por rituais, orações, jejuns, nem por templos. Julgar-nos-á pela justiça e será implacável com os injustos.
Raquel – O senhor está muito alterado.
Jesus – Não me pediste para recordar o que eu disse neste monte?
Raquel – De qualquer maneira podemos acabar este programa reafirmando que a sua mensagem é uma mensagem de paz.
Jesus – A mensagem de Deus é fogo na terra e eu quero que arda. Escuta, Raquel, se em cada manhã não desejares ardentemente que desapareçam as guerras, a violência, as mentiras, a codícia, a ambição do poder… não entenderás nunca a minha mensagem.
Raquel – Algo mais queres dizer?
Jesus – Olha o horizonte, Raquel. Neste tempo em que te calhou a ti viver, vieram sinais do céu que ameaçam tempestade. Quem tenha olhos para os ver que os veja e quem tenha ouvidos para ouvir que os oiça.
Raquel – Acompanhando Jesus Cristo na sua segunda vinda ao nosso mundo cada vez mais desigual e cada vez mais violento. Raquel Perez E. Latinas.
NOTA
Nos tempos de Jesus, os Fariseus, uma facção judaica radical, considerava “malditos” de Deus os pecadores e considerava pecadores ou impuros os enfermos e as enfermas, as mulheres, a quem cobravam impostos (os publicanos), as prostitutas e todos os que não cumpriam a Lei e as leis e ritos que eles, fariseus, apresentavam como sendo do agrado de Deus.
Fora de dúvida, Jesus Cristo, não seguiu este critério religioso e não amaldiçoou ninguém. Condenou os ricos com a sua famosa frase. “Ai de vocês! (Lucas 6.24. 26).
Santiago, irmão de Jesus, dirigente da Igreja em Jerusalém após a sua morte, seguindo a posição de seu irmão, também falou com muita dureza contra os ricos.
O pensamento “social” dos primeiros padres da Igreja de Cristo continua a tradição dos profetas de Israel e de Jesus e pode resumir-se da seguinte forma:
-“Aqueles que possuem riquezas são apenas administradores dessas riquezas e deverão distribui-las pelos pobres para que estes deixem de o ser.”
Santo Basílio, Santo Ambrósio, Santo Agostinho, Santo João Crisóstomo defendem todos o mesmo nos seus textos:
- “Deus nunca fez a uns ricos e a outros pobres. Deu a mesma terra para todos e os frutos da terra são comuns.”
Fiel a esta mensagem, a Teologia da Libertação, propõe-se denunciar a riqueza daqueles que a acumulam à custa do suor e da exploração do próximo, anunciando a equidade da justiça e lutando por torná-la possível.
A “opção pelos pobres” é um conceito chave da Teologia da Libertação que significa entender que não se pode amar a todos por igual.
Significa, igualmente, que a acumulação da riqueza é anticristã e impede a fraternidade, da mesma forma que a acumulação da miséria é também anticristã e anti-humanidade.
Amar o rico, o opressor, significa desafiá-lo, combatê-lo para conseguir que ele mude e aprenda a ser irmão.
Por sua vez, amar o pobre, o oprimido, significa acompanhá-lo e libertá-lo para que ele consiga que a sua vida tenha dignidade humana.
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