ENTREVISTAS FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 63
Tema: “O Corpo e o Sangue de Jesus Cristo”
Raquel – Os microfones de Emissoras Latinas regressam a Jerusalém e estão instalados hoje no Cenáculo, cenário dos feitos maravilhosos daquela Quinta-Feira Santa. Connosco, Jesus Cristo, protagonista daquela noite memorável.
Neste lugar, o senhor celebrou a Última Ceia e a Primeira Missa.
Jesus – Bem, aqui comemos na Páscoa. Todos os anos, com a lua da primavera, fazíamos o mesmo. É a grande festa do meu povo, um memorial do êxodo, quando Moisés nos libertou de escravos do Faraó.
Raquel – Sim, mas aquela Páscoa foi especial. Reconstruamos os factos: estavam todos reunidos a cear. O senhor tomou o pão e disse: “comam, este é o meu corpo”. Depois, o copo de vinho: “bebam, este é o meu sangue”. Talvez as palavras mais sagradas da história da humanidade. Foi assim?
Jesus – Sobre o pão e o vinho eu disse uma bênção. Não recordo as palavras exactas mas… não sei aonde queres chegar.
Raquel – À transubstanciação. Quando o senhor pronunciou essas palavras mágicas, quero dizer, misteriosas, naquele pão estava a presença de Deus. Sim ou não?
Jesus – Sim, naquele pão estava Deus.
Raquel – Alegra-me escutá-lo. Cheguei a pensar que o senhor derrubaria outro dogma.
Jesus – De que te assombras, Raquel? Em Deus vivemos, nos movemos e somos. Não o sabias já? Levanto uma pedra, aí está Deus. Parte um tronco de uma árvore, aí o encontrarás.
Raquel – Um momento, não vá já para os troncos, quero dizer, para as generalidades. Os nossos ouvintes sabem que o senhor consagrou aquela noite ao pão e ao vinho.
Jesus – Como o pão podia deixar de ser pão e o vinho deixar de ser vinho?
Raquel – Ficaram as aparências mas mudou a substância. Naquele pão estava o corpo, naquele vinho o seu sangue. O senhor mesmo, Jesus Cristo, transubstanciado.
Jesus – Que loucura estás dizendo, Raquel… se eu estava sentado no meio de todos… como iria, ao mesmo tempo, estar metido num bocado de pão e num copo de vinho? Que truque seria esse?... nunca fui mago!
Raquel – O que havia naquele copo que o senhor deu a beber aos seus discípulos? Não era o seu sangue?
Jesus – No meu povo não se bebia sangue de animal nenhum e muito menos de uma pessoa. Estás-me falando de uma coisa horrível.
Raquel – Então que fez o senhor naquela Quinta-Feira Santa?
Jesus – Falei de união, da comunidade, logo, partilhámos o pão. Eu brindei com o vinho e, segundo a tradição, todos bebemos.
Raquel – O senhor disse que fizeram isso em sua memória.
Jesus – Sim, tinha medo que me prendessem. Então, disse-lhes: façamos uma aliança, aconteça o que acontecer prossigamos unidos, como os grãos de trigo numa espiga, como as uvas num cacho. Se eu faltar, reúnam-se para recordar o compromisso no Reino de Deus.
Raquel – Vejamos se eu o entendo. O senhor não instituiu naquela noite o sacramento da eucaristia?
Jesus – Não.
Raquel – E quando um sacerdote repete as palavras que dizem que o senhor disse naquela noite, que se passa com o pão e o vinho?
Jesus – Nada… porque já passou.
Raquel – Como é que já passou? Não ocorreu nenhum milagre?
Jesus – O milagre não está no pão nem no vinho, Raquel. O milagre está na comunidade. Quando um grupo de homens e mulheres que se querem, que lutam pela justiça se reúnem e dão graças a Deus e recordam as minhas palavras… aí está Deus no meio deles.
Raquel – E aqui estamos nós, no meio da nossa audiência e com demasiadas perguntas pendentes. Uma pausa e regressamos. Raquel Perez, Emissoras Latinas, Jerusalém.
Neste lugar, o senhor celebrou a Última Ceia e a Primeira Missa.
Jesus – Bem, aqui comemos na Páscoa. Todos os anos, com a lua da primavera, fazíamos o mesmo. É a grande festa do meu povo, um memorial do êxodo, quando Moisés nos libertou de escravos do Faraó.
Raquel – Sim, mas aquela Páscoa foi especial. Reconstruamos os factos: estavam todos reunidos a cear. O senhor tomou o pão e disse: “comam, este é o meu corpo”. Depois, o copo de vinho: “bebam, este é o meu sangue”. Talvez as palavras mais sagradas da história da humanidade. Foi assim?
Jesus – Sobre o pão e o vinho eu disse uma bênção. Não recordo as palavras exactas mas… não sei aonde queres chegar.
Raquel – À transubstanciação. Quando o senhor pronunciou essas palavras mágicas, quero dizer, misteriosas, naquele pão estava a presença de Deus. Sim ou não?
Jesus – Sim, naquele pão estava Deus.
Raquel – Alegra-me escutá-lo. Cheguei a pensar que o senhor derrubaria outro dogma.
Jesus – De que te assombras, Raquel? Em Deus vivemos, nos movemos e somos. Não o sabias já? Levanto uma pedra, aí está Deus. Parte um tronco de uma árvore, aí o encontrarás.
Raquel – Um momento, não vá já para os troncos, quero dizer, para as generalidades. Os nossos ouvintes sabem que o senhor consagrou aquela noite ao pão e ao vinho.
Jesus – Como o pão podia deixar de ser pão e o vinho deixar de ser vinho?
Raquel – Ficaram as aparências mas mudou a substância. Naquele pão estava o corpo, naquele vinho o seu sangue. O senhor mesmo, Jesus Cristo, transubstanciado.
Jesus – Que loucura estás dizendo, Raquel… se eu estava sentado no meio de todos… como iria, ao mesmo tempo, estar metido num bocado de pão e num copo de vinho? Que truque seria esse?... nunca fui mago!
Raquel – O que havia naquele copo que o senhor deu a beber aos seus discípulos? Não era o seu sangue?
Jesus – No meu povo não se bebia sangue de animal nenhum e muito menos de uma pessoa. Estás-me falando de uma coisa horrível.
Raquel – Então que fez o senhor naquela Quinta-Feira Santa?
Jesus – Falei de união, da comunidade, logo, partilhámos o pão. Eu brindei com o vinho e, segundo a tradição, todos bebemos.
Raquel – O senhor disse que fizeram isso em sua memória.
Jesus – Sim, tinha medo que me prendessem. Então, disse-lhes: façamos uma aliança, aconteça o que acontecer prossigamos unidos, como os grãos de trigo numa espiga, como as uvas num cacho. Se eu faltar, reúnam-se para recordar o compromisso no Reino de Deus.
Raquel – Vejamos se eu o entendo. O senhor não instituiu naquela noite o sacramento da eucaristia?
Jesus – Não.
Raquel – E quando um sacerdote repete as palavras que dizem que o senhor disse naquela noite, que se passa com o pão e o vinho?
Jesus – Nada… porque já passou.
Raquel – Como é que já passou? Não ocorreu nenhum milagre?
Jesus – O milagre não está no pão nem no vinho, Raquel. O milagre está na comunidade. Quando um grupo de homens e mulheres que se querem, que lutam pela justiça se reúnem e dão graças a Deus e recordam as minhas palavras… aí está Deus no meio deles.
Raquel – E aqui estamos nós, no meio da nossa audiência e com demasiadas perguntas pendentes. Uma pausa e regressamos. Raquel Perez, Emissoras Latinas, Jerusalém.
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