INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 71 SOB O TEMA:
“QUEM FUNDOU A IGREJA?” (2)
“QUEM FUNDOU A IGREJA?” (2)
Uma Diversidade de Igrejas Cristãs
Ainda que Jesus não tenha fundado nenhuma igreja, as igrejas cristãs assim se proclamam e assim o ensinam. A igreja católica, as várias igrejas ortodoxas, separadas da católica no Século XII e as muito numerosas igrejas nascidas da Reforma Protestante do Séc. XVI das quais resultaram, no último século, igrejas evangélicas, pentecostais e neopentecostais, são todas igrejas cristãs que se reclamam de ser uma “criação” de Jesus Cristo, uma instituição fundada por ele, ou por ele referida, que teria tido a vontade de que existissem e funcionassem como hoje existem e funcionam.
O Ecumenismo é um Movimento de busca e unidade de todas as igrejas cristãs. Uma unidade na diversidade, já que todas as igrejas, ainda que digam ter objectivos comuns, viveram rivalidades, inclusive sangrentas, ao longo de séculos, diversificando também os conteúdos da sua fé em Jesus.
Fora da igreja… católica “não há salvação”.
- No documento do IV Concílio de Letrão (1215) que condena os albigenses, aparece no capítulo I esta frase:
- “Uma só é a igreja universal dos fiéis e fora dela ninguém absolutamente se salva”. Em 1302, consumada a ruptura entre as igrejas do oriente e do ocidente na sequência das rivalidades entre Roma e Bizâncio, o Papa Bonifácio VIII ratificou essa doutrina na sua bula “Unam Santam” que começa dizendo o seguinte:
- “Fora da igreja Católica e Apostólica não há salvação nem perdão dos pecados”.
Esta doutrina prevalece nos séculos seguintes, consumada a ruptura com as igrejas nascidas da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, padre e professor de Teologia alemão.
Em 1854, o Papa Pio IX, reiterou-a:
- “Pela fé, devemos sustentar que fora da Igreja Apostólica Romana, ninguém pode salvar-se porque esta é a única arca de salvação e quem nela não tiver entrado morrerá no dilúvio”.
Entre as igrejas cristãs, a católica e a que sempre insistiu em ser ela a verdadeiramente “fundada” por Jesus Cristo, a “única” que garante a plenitude da “salvação”. Depois de ter afirmado durante séculos, taxativamente, nos anos sessenta do Séc. XX, o Concílio Vaticano II, surpreendentemente, envereda pelo ecumenismo e reconhece o valor das igrejas cristãs não católicas.
No entanto, ultimamente, a hierarquia Católica Romana voltou à ideia excludente e arrogante de ser a “única verdadeira”. No ano 2000 assim o expressou o cardeal Ratzinger à frente da Congregação da Fé, no documento “Dominus Iesus” que foi amplamente questionado em todo o mundo por teólogos católicos e de outras igrejas cristãs.
Nele, e em sentido contrário ao ecuménico, que ganhava força em todo o mundo, o Vaticano reiterava que os fiéis estão obrigados a professar que existe uma continuidade histórica – radicada na sucessão apostólica – entre a igreja fundada por Cristo e a igreja católica: "esta é a única igreja de Cristo".
Um grupo de teólogos europeus expressou-se na ocasião sobre este lamentável documento: “Fora da igreja não há salvação” disse o bispo São Cipriano de Cartago no Séc. III. A única igreja verdadeira é a católica, sustenta agora o pontificado romano. Embora o Concílio Vaticano II tenha matizado esses princípios em 1965 com a proclamação da liberdade religiosa como um dos direitos humanos fundamentais, tese que deu lugar ao diálogo inter-religioso e a importantes avanços na convergência de numerosas igrejas que fundem a sua origem num judeu crucificado pelos romanos há 2000 anos.
Apesar do recuo que produziu este documento, a ideia de que a igreja católica romana é a única verdadeira foi ratificada pelo mesmo Ratzinger, convertido já em Papa Bento XVI, em Julho de 2007, num outro documento da Congregação para a Doutrina da Fé que afirma: "A católica é a única igreja constituída por Cristo na terra, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele."
A unidade de todos os cristãos nunca será alcançada com ideias e atitudes reflectidos em documentos como estes.
O Ecumenismo é um Movimento de busca e unidade de todas as igrejas cristãs. Uma unidade na diversidade, já que todas as igrejas, ainda que digam ter objectivos comuns, viveram rivalidades, inclusive sangrentas, ao longo de séculos, diversificando também os conteúdos da sua fé em Jesus.
Fora da igreja… católica “não há salvação”.
- No documento do IV Concílio de Letrão (1215) que condena os albigenses, aparece no capítulo I esta frase:
- “Uma só é a igreja universal dos fiéis e fora dela ninguém absolutamente se salva”. Em 1302, consumada a ruptura entre as igrejas do oriente e do ocidente na sequência das rivalidades entre Roma e Bizâncio, o Papa Bonifácio VIII ratificou essa doutrina na sua bula “Unam Santam” que começa dizendo o seguinte:
- “Fora da igreja Católica e Apostólica não há salvação nem perdão dos pecados”.
Esta doutrina prevalece nos séculos seguintes, consumada a ruptura com as igrejas nascidas da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, padre e professor de Teologia alemão.
Em 1854, o Papa Pio IX, reiterou-a:
- “Pela fé, devemos sustentar que fora da Igreja Apostólica Romana, ninguém pode salvar-se porque esta é a única arca de salvação e quem nela não tiver entrado morrerá no dilúvio”.
Entre as igrejas cristãs, a católica e a que sempre insistiu em ser ela a verdadeiramente “fundada” por Jesus Cristo, a “única” que garante a plenitude da “salvação”. Depois de ter afirmado durante séculos, taxativamente, nos anos sessenta do Séc. XX, o Concílio Vaticano II, surpreendentemente, envereda pelo ecumenismo e reconhece o valor das igrejas cristãs não católicas.
No entanto, ultimamente, a hierarquia Católica Romana voltou à ideia excludente e arrogante de ser a “única verdadeira”. No ano 2000 assim o expressou o cardeal Ratzinger à frente da Congregação da Fé, no documento “Dominus Iesus” que foi amplamente questionado em todo o mundo por teólogos católicos e de outras igrejas cristãs.
Nele, e em sentido contrário ao ecuménico, que ganhava força em todo o mundo, o Vaticano reiterava que os fiéis estão obrigados a professar que existe uma continuidade histórica – radicada na sucessão apostólica – entre a igreja fundada por Cristo e a igreja católica: "esta é a única igreja de Cristo".
Um grupo de teólogos europeus expressou-se na ocasião sobre este lamentável documento: “Fora da igreja não há salvação” disse o bispo São Cipriano de Cartago no Séc. III. A única igreja verdadeira é a católica, sustenta agora o pontificado romano. Embora o Concílio Vaticano II tenha matizado esses princípios em 1965 com a proclamação da liberdade religiosa como um dos direitos humanos fundamentais, tese que deu lugar ao diálogo inter-religioso e a importantes avanços na convergência de numerosas igrejas que fundem a sua origem num judeu crucificado pelos romanos há 2000 anos.
Apesar do recuo que produziu este documento, a ideia de que a igreja católica romana é a única verdadeira foi ratificada pelo mesmo Ratzinger, convertido já em Papa Bento XVI, em Julho de 2007, num outro documento da Congregação para a Doutrina da Fé que afirma: "A católica é a única igreja constituída por Cristo na terra, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele."
A unidade de todos os cristãos nunca será alcançada com ideias e atitudes reflectidos em documentos como estes.
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