ENTREVISTAS FICCIONADAS Nº 83 SOB O TEMA:
“OS JUDEUS MATARAM JESUS?” (12 e última parte)
- Finalmente, Papa iliba judeus da morte de Jesus.
Bento XVI, veio ilibar o povo judeu da morte de Jesus, atitude que os representantes da Comunidade Israelita de Lisboa elogiam. “Esperamos que tenha um impacto forte sobre os crentes católicos” refere o rabino Eliezer Di Martino.
O Papa actual, Bento XVI, escreveu um livro, “Jesus da Nazaré”, e a partir da análise dos evangelhos de Mateus, Marcos e João defendeu que o povo não foi culpado pela crucificação de Jesus.
O Papa considera que, quando Mateus fala de “todo o povo”, atribuindo-lhes o pedido da morte de Jesus, “seguramente não exprime um facto histórico: como poderia ter estado presente naquele momento todo o povo a pedir a morte de Jesus?”.
E continua: “A realidade histórica aparece de modo correcto em João e Marcos. O verdadeiro grupo de acusadores é a aristocracia do Templo e, no contexto de amnistia pascal, associa-se a eles a massa de apoiantes de Barrabás”.
Dois mil e tal anos de sofrimento profundo de um povo porque, antes de Bento XVI, nenhum outro Papa veio dizer ao “seu povo”, preto no branco, algo que resulta de uma análise simples, lógica e rigorosa de textos que são os pilares da doutrina da igreja católica num contexto histórico que era conhecido e estava documentado.
Em vez disso, foi prevalecendo ao longo da história, a versão que permitiu uma cumplicidade entre a igreja de Roma e os Imperadores, entretanto “convertidos” à nova fé com o intuito de dar um novo alento e alguma coesão a um Império que se desfazia e que, em troca, cumularam os dignitários dessa nova igreja de riquezas e privilégios passando para o povo judeu o odioso de uma acusação infame.
Todas as religiões assentam numa fé, numa crença em um Deus, é da natureza humana: o homem é um animal crente, a sua sobrevivência, em parte, ter-se-á devido a essa capacidade de acreditar que, inicialmente, não terá sido em Deus nenhum mas tão somente nos avisos, advertências, proibições, orientações e ensinamentos que recebiam nos primeiros anos de vida, dos seus progenitores e restantes membros do grupo mais velhos.
Todos aqueles que não “acreditaram” e não seguiram esses conselhos e orientações, ao longo de gerações, não sobreviveram a tempo de procriarem. A vida estava reservada para os crentes, os outros ficaram pelo caminho.
As religiões foram o passo seguinte, ditando comportamentos, dizendo o que estava bem e estava mal, estruturando as sociedades através dos poderes que as pessoas que constituíam as cúpulas dessas religiões acumulavam e sempre na defesa desses mesmos poderes e interesses.
O percurso tem sido longo, hoje, esses dignitários já não se fazem respeitar, amar e temer pelos seus seguidores como deuses na terra mas, apesar desse caminho, em grande parte desbravado com a alavanca indispensável da ciência, estamos ainda longe de nos subtrair aos perigos das religiões como bem sentimos pela atitude dos grupos fundamentalistas ou radicais islamitas, cristãos ou judeus.
Tarde e a más horas, o Papa Bento XVI deu agora uma ajuda na eliminação de um desses riscos que, no meu curtíssimo tempo de vida no espaço deses dois mil anos, custou a morte e o sofrimento a milhões de contemporâneos meus.
Bento XVI, veio ilibar o povo judeu da morte de Jesus, atitude que os representantes da Comunidade Israelita de Lisboa elogiam. “Esperamos que tenha um impacto forte sobre os crentes católicos” refere o rabino Eliezer Di Martino.
O Papa actual, Bento XVI, escreveu um livro, “Jesus da Nazaré”, e a partir da análise dos evangelhos de Mateus, Marcos e João defendeu que o povo não foi culpado pela crucificação de Jesus.
O Papa considera que, quando Mateus fala de “todo o povo”, atribuindo-lhes o pedido da morte de Jesus, “seguramente não exprime um facto histórico: como poderia ter estado presente naquele momento todo o povo a pedir a morte de Jesus?”.
E continua: “A realidade histórica aparece de modo correcto em João e Marcos. O verdadeiro grupo de acusadores é a aristocracia do Templo e, no contexto de amnistia pascal, associa-se a eles a massa de apoiantes de Barrabás”.
Dois mil e tal anos de sofrimento profundo de um povo porque, antes de Bento XVI, nenhum outro Papa veio dizer ao “seu povo”, preto no branco, algo que resulta de uma análise simples, lógica e rigorosa de textos que são os pilares da doutrina da igreja católica num contexto histórico que era conhecido e estava documentado.
Em vez disso, foi prevalecendo ao longo da história, a versão que permitiu uma cumplicidade entre a igreja de Roma e os Imperadores, entretanto “convertidos” à nova fé com o intuito de dar um novo alento e alguma coesão a um Império que se desfazia e que, em troca, cumularam os dignitários dessa nova igreja de riquezas e privilégios passando para o povo judeu o odioso de uma acusação infame.
Todas as religiões assentam numa fé, numa crença em um Deus, é da natureza humana: o homem é um animal crente, a sua sobrevivência, em parte, ter-se-á devido a essa capacidade de acreditar que, inicialmente, não terá sido em Deus nenhum mas tão somente nos avisos, advertências, proibições, orientações e ensinamentos que recebiam nos primeiros anos de vida, dos seus progenitores e restantes membros do grupo mais velhos.
Todos aqueles que não “acreditaram” e não seguiram esses conselhos e orientações, ao longo de gerações, não sobreviveram a tempo de procriarem. A vida estava reservada para os crentes, os outros ficaram pelo caminho.
As religiões foram o passo seguinte, ditando comportamentos, dizendo o que estava bem e estava mal, estruturando as sociedades através dos poderes que as pessoas que constituíam as cúpulas dessas religiões acumulavam e sempre na defesa desses mesmos poderes e interesses.
O percurso tem sido longo, hoje, esses dignitários já não se fazem respeitar, amar e temer pelos seus seguidores como deuses na terra mas, apesar desse caminho, em grande parte desbravado com a alavanca indispensável da ciência, estamos ainda longe de nos subtrair aos perigos das religiões como bem sentimos pela atitude dos grupos fundamentalistas ou radicais islamitas, cristãos ou judeus.
Tarde e a más horas, o Papa Bento XVI deu agora uma ajuda na eliminação de um desses riscos que, no meu curtíssimo tempo de vida no espaço deses dois mil anos, custou a morte e o sofrimento a milhões de contemporâneos meus.
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