domingo, junho 12, 2011

HOJE É



DOMINGO

(Da minha cidade de Santarém)


Também eu, na mesa do meu Café, nesta manhã de Domingo, estou em “suspense”, como os meus restantes compatriotas, aguardando que os políticos que ganharam as eleições se entendam e anunciem quem são os novos ministros para poderem começar a governar. Depois, iremos ficar em “suspense” da aplicação, na prática, das medidas da troika e depois, ainda em “suspense” das consequências nas nossas vidas dessas medidas. Todo o nosso futuro próximo será em estado de “suspense”… pobres de nós!

Em “suspense” não estará Sócrates a estudar Filosofia em Paris enquanto espera pelo “julgamento da história”. Deixou para trás os vários Cartões de Crédito que utilizou em nome dos seus compatriotas e agora cá estamos nós, devedores e compulsivos, com a dívida às costas.

Julgado pela situação de insolvência em que deixou o país, esquecidas as coisas boas que fez nos primeiros anos do seu mandato… vejam lá, até a redução do défice em 2007 e 2008, é a divida e a teimosia que vão ficar como a sua terrível herança.

Dizem os seus defensores que ele é um líder nato e que, fatalmente, irá voltar. Espero que sim… mas só quando tivermos pago a dívida e esquecido tudo por quanto vamos passar para a conseguir pagar… se é que vamos.

A Europa, dividida entre filhos e enteados, não tendo querido assumir-se com uma verdadeira política europeia confronta-se agora com problemas que ela própria não sabe onde poderão conduzir o euro e a si própria como projecto político.

Sinceramente, ela acredita mesmo que com estes prazos e estas taxas de juro, mesmo fazendo tudo bem feitinho, vamos conseguir satisfazer os compromissos financeiros e ao mesmo tempo produzir mais riqueza para pagar a dívida?

Eu sei, é a confiança, a credibilidade que têm de ser restauradas mais do que qualquer outra coisa… neste momento.

Deixemos as interrogações… confesso que pela primeira vez na minha vida, eu, que sempre votei PS, dobrei, muito bem dobradinho, o Boletim de Voto e assim o entreguei ao senhor que na mesa estava a recolhê-los.

É verdade que senti uma sensação de estranheza mas em consciência não podia fazer outra coisa. Sócrates estava esgotado, no partido e no país. A partir do chumbo do PEC 4 deveria ter saído da liderança do partido e do governo em vez de o ter submetido àquele Congresso de consagração de “Grande Líder”em que colaboraram todos os notáveis do PS… para esquecer. Insistir em candidatar-se foi mais uma teimosia, a sua última teimosia política.

Passos Coelho, um desconhecido de uma área política que não é a minha, os seus eleitores que o elejam. Espero para ver e admito que as qualidades pessoais que dizem possuir lhe permitam um “bom” desempenho. Na minha qualidade de cidadão se alguma coisa pudesse fazer para colaborar fá-lo-ia sem hesitar, não por ele ou pelo seu amigo Relvas mas pelo país. Desejar-lhe sorte e sucesso é o mesmo que desejar sucesso e sorte a todos os portugueses numa missão que para António Barreto sendo impossível… é possível.

O bom senso, pragmatismo, rigor militar, competência, seriedade e, por que não, amor ao país, mais que as ideologias das esquerdas e das direitas, vão ser agora determinantes.

Muita gente, com os do costume à frente, vão protestar, marchar, gritar, encher ruas e avenidas… mas não há outra saída que não seja a do sofrimento e do protesto.

Entretanto, um Bom Domingo para todos.

PS - Esta igreja fica do lado direito da rua que leva às Portas do Sol com as suas muralhas que, no cimo da encosta, não conseguiram defender a cidade das tropas de Afonso Henriques.


Site Meter