As Duas Pulgas (Para quê complicar...)
(Max Gehringer)
Duas pulgas líderes estavam conversando e então uma comentou com a outra:
- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí a nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero.
É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
Elas então decidiram contratar uma mosca para treinar todas as pulgas a voar e entraram num programa de treino de voo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reacção é bem menor do que a velocidade da coçada dele.
Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam voo rapidamente.
Elas então contrataram uma abelha para lhes ensinar a técnica do chega-suga-voa.
Funcionou, mas não resolveu e a primeira pulga explicou por
quê:
- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não nos estamos alimentando direito.
Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez. E então um pernilongo treinou-as para aumentar o tamanho do abdómen.
Resolveu, mas por pouco tempo. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar.
Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes perguntou:
- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plásticas?
- Não, entramos num longo programa de treino. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
- E por que é que estão com cara de famintas?
- Isso é temporário. Já estamos a treinar com um morcego, que vai ensinar-nos a técnica do radar de modo a perceber, com antecedência, a vinda da pata do cachorro.
E você?
- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e perguntaram à pulguinha:
- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em um programa de treino, numa reengenharia?
- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
- Mas o que é que as lesmas têm a ver com pulgas, quiseram saber as pulgonas.
- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me disse:
- "Não mude nada. Apenas pouse na nuca do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança."
- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí a nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero.
É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
Elas então decidiram contratar uma mosca para treinar todas as pulgas a voar e entraram num programa de treino de voo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reacção é bem menor do que a velocidade da coçada dele.
Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam voo rapidamente.
Elas então contrataram uma abelha para lhes ensinar a técnica do chega-suga-voa.
Funcionou, mas não resolveu e a primeira pulga explicou por
quê:
- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não nos estamos alimentando direito.
Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez. E então um pernilongo treinou-as para aumentar o tamanho do abdómen.
Resolveu, mas por pouco tempo. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar.
Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes perguntou:
- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plásticas?
- Não, entramos num longo programa de treino. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
- E por que é que estão com cara de famintas?
- Isso é temporário. Já estamos a treinar com um morcego, que vai ensinar-nos a técnica do radar de modo a perceber, com antecedência, a vinda da pata do cachorro.
E você?
- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e perguntaram à pulguinha:
- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em um programa de treino, numa reengenharia?
- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
- Mas o que é que as lesmas têm a ver com pulgas, quiseram saber as pulgonas.
- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me disse:
- "Não mude nada. Apenas pouse na nuca do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança."
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