quinta-feira, janeiro 26, 2012

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

À ENTREVISTA Nº 36 SOBRE O TEMA: “ATEÍSMO” (2)

Onde tu dizes Deus…

Na década de 70 tornou-se muito popular uma canção espanhola, musicada por Ricardo Cantalapiedra, cuja letra era o poema "mal-entendidos" do bispo Pedro Casaldáliga e dizia assim:

- “Onde tu dizes lei / eu digo Deus / Onde dizes Deus eu digo liberdade, justiça e amor”.

Com estes versos colocava-se uma questão essencial: o que queremos dizer quando dizemos "Deus"? Significa "acreditar em Deus"?

Por uma questão de coerência à pergunta: “acreditas tu em Deus?” não devemos responder rapidamente com um sim ou não. Devemos exigir uma precisão: A que Deus se está a referir? E isto porque talvez não haja no dicionário palavra tão cheia de significados contraditórios como a palavra "Deus".

O conceito ou conceitos expressos na palavra Deus têm uma história muito longa na longa história da humanidade e ao longo do caminho que a consciência humana tem experimentado. E esse processo de ir transformando a ideia de Deus, fazendo-a evoluir, contrastando-a com os avanços da filosofia, política, sociologia, ciência, essas teologias diferentes, resultantes desses contrastes, não foi vivido ao mesmo tempo e no mesmo ritmo nas diferentes culturas, dos diferentes povos, e muito menos em indivíduos diferentes.

E assim, no século XXI, muitas pessoas super-modernas no seu modo de vestir, falar, agir, podem, no entanto, ter uma crença em Deus da época medieval: eles acreditam num Deus que determina todos os acontecimentos históricos, determina todos os desastres naturais, premiando e punindo comunidades e indivíduos para mostrar sua omnipotência ou para testar a fé das sociedades e dos indivíduos. Eles acreditam que Deus governa a sua vida e define o seu destino. Eles são modernos, mas o seu conceito de Deus é pré-moderno.

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