Será ele o líder? |
ainda é o menos
«Leon Trotsky, o revolucionário russo que falhou o poder, pode não parecer a pessoa mais adequada para citar. Ele é o chefe político da primeira revolução russa, a de 1905, e sai dela sozinho; ele é o chefe militar da segunda revolução russa, a de 1917, e sai dela indefeso.
Um derrotado, pois. Mas ele é tão inteligente (e escreve tão bem) que vale a pena ouvi-lo mais do que aos outros seus colegas pela mesma razão que faz a opinião de José Quitério sobre uma omeleta ser mais importante do que a opinião da galinha.
Disse Trotsky: "A tragédia da revolução mundial é a tragédia da liderança da revolução mundial."
Como interessa pouco a revolução mundial, desbastemos o irrelevante. E fica: a tragédia é a falta de líderes.
Podia ser a divisa de Portugal. Na política do País, na direcção das empresas e no assunto que agora nos anima, perdão, desanima.
Um dia destes, a selecção portuguesa foi para o intervalo perdendo pesadamente - já aí, nos 45 minutos anteriores, com as teimosias nas escolhas e tolices nos comportamentos era nítida a falta de liderança.
Mas há um retrato mais flagrante, é a saída do balneário. Quem estivesse incomunicável para o mundo nos últimos dez anos e, agora, no sofá, via os jogadores sem garra a regressar ao relvado, exclamaria:
- "O Scolari já não é o treinador!"
É toda a diferença entre um líder, mesmo sargentão, e um furriel amanuense. Por cá manda quem não lidera. E no futebol é o menos.» [DN]
Autor:Ferreira Fernandes.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home