De férias, na casa da Comporta. |
Justiça
salomónica
Esta justiça salomónica do BP relativamente ao BES o
que tem de pior é que nestas coisas de “branco” e “preto”, “bom” e “mau” existe
sempre uma zona cinzenta, e alguém que é assim – assim, nem boa nem má.
Estas formas extremas de justiça, quando já nada mais
há a fazer, têm sempre vítimas inocentes que, neste caso do BES, são os
pequenos accionistas que tiveram agora, à sua custa, a maior lição da sua vida.
A Ministra das Finanças, ontem, foi peremptória e
decisiva: pequenos ou grandes, é tudo igual, não podemos descriminar, são todos
accionistas.
Aqui há
umas dezenas de anos atrás, uma nova classe de portugueses emergiu com o
desenvolvimento económico do país e começou a perceber que havia uma outra
forma de ganhar dinheiro, mais fácil e mais rápido sem ter que trabalhar: jogar
na Bolsa, investir na Dª Branca e nas acções que davam dividendos e a qualquer
momento podiam ser transaccionadas.
Foi uma tentação para muitos que, contentarem-se com
os jurozitos dos depósitos a prazo, era sinal de pouca esperteza, de atraso
perante os novos tempos.
Depois, havia sempre um amigo que tinha outro amigo
que sabia o que fazer com o dinheiro e ganhar com ele muito mais do que os tais
juros “mixurucos” dos depósitos a prazo.
Esqueceram-se de lhes dizer que essas aventuras
financeiras têm um risco que não está tão longe quanto se pensa mas, se o
tivessem dito, teria entrado por um ouvido e saído pelo outro.
As acções do BES, que já não davam dividendos há uns
tempos bons, mantê-las era só uma questão de confiança, de prestígio, de
“status” social, era como passar uns dias de férias na Comporta com a família
Espírito Santo.
Muitos desses pequenos accionistas não pertenciam “aquele
mundo” e talvez por isso gostavam de ser accionistas do BES até ao momento em
que acordaram para a realidade quando a Ministra lhes disse:
- Para nós são
todos iguais: pequenos, médios ou grandes, o tratamento é igual. São todos
maus...
Os pequenos accionistas, em desespero de causa, têm como opção, chamarem "de filhos da puta" ao Governador do Banco de Portugal, Presidente da CMVM,e a todos os Órgãos eleitos deste país que há meia dúzia de dias atrás lhes diziam que estava tudo bem no BES. No GES é que estava mal...
Os pequenos accionistas, em desespero de causa, têm como opção, chamarem "de filhos da puta" ao Governador do Banco de Portugal, Presidente da CMVM,e a todos os Órgãos eleitos deste país que há meia dúzia de dias atrás lhes diziam que estava tudo bem no BES. No GES é que estava mal...
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