Parece que os brasileiros ouviram Leonardo Boff
quando ele na sua entrevista referida aqui
no Memórias Futuras, desaconselhava a escolha em Marina Silva para
Presidente do Brasil.
Fora da corrida a atenção vira-se agora para aqueles
que nela votaram e que, na segunda volta, podem confirmar Dilma ou eleger Aécio
Neves separados por menos de 6% dos votos.
Se a palavra “Mudança” constituir de facto um motor de
dinâmica na sociedade brasileira então, muito provavelmente, a 26 deste mês, Aécio
Neves pode repetir as funções do seu avô Tancredo, porque Dilma representa a
continuação, o “status quo” e a mudança só poderá vir do seu opositor.
Os brasileiros têm várias razões de queixa da actual
situação em que o país se encontra sem se esquecerem, no entanto, dos tremendos
progressos obtidos com as medidas de carácter social de Lula da Silva de quem
Dilma é herdeira, e que tiraram mais de 20 milhões de brasileiros da miséria os
quais, com esse poder de compra acrescido ajudaram ao desenvolvimento económico
do país.
As pessoas não esquecem, podem até estarem
agradecidas, mas elas querem mais e isso não só é normal como legítimo.
Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde considera
existir no Brasil uma “epidemia de violência” quando 154 pessoas, em média são
assassinadas por dia enquanto que apenas 5 a 8% desses crimes são resolvidos nos
Tribunais contra 65% nos EUA e 90% no Reino Unido.
Este dever ser, talvez, dos problemas mais antigos, da
génese cultural de certos extractos da própria sociedade e, portanto, de mais
difícil resolução.
Como fazer aumentar o respeito pela vida humana? Como
fazer entender que a vida de um jovem turista, que por acaso era português,
vale mais do que uma simples máqui na
fotográfica?
- Profundas,
gritantes e injustas desigualdades sociais de todo o tipo convivendo lado a lado,
paredes-meias, atiçam ódios e vinganças mas...
- Não foram
retirados recentemente 22 milhões de pessoas da miséria?
- Não se
anexaram os salários à inflacção para que não fossem comidos por esta?
- Não está o
desemprego nuns invejáveis – para a Europa – 5% em Agosto?
- Então porque são assassinadas cerca de 55.000 pessoas
por ano?
- Terá isso a
ver com os problemas da Saúde?
- Dos
Transportes?
- Da
aglomeração de pessoas em grandes cidades – S. Paulo quase com 12 milhões, mais que todos os portugueses de Portugal e os que estão espalhados pelo mundo?
Compreende-se melhor esta problemática lendo a vasta obra de Jorge Amado com os seus coronéis e jagunços.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home