Notícia de 1ª página no jornal de hoje as suspeitas de corrupção de
altos funcionários do Estado, desta vez, a propósito da atribuição dos Vistos Golden.
Fenómenos de corrupção que se juntam a tantos outros, aqui , em Timor, em Espanha, no Brasil, todos eles
também notícia em Portugal, para já não falar nas surpreendentes e enormes
fortunas do petróleo nas mãos de elementos do governo e de generais angolanos.
Na origem o que é que temos?
- Pessoas investidas em funções de Estado, governo ou funcionários,
que aproveitam o poder inerente a essas funções para tirar partido pessoal
fazendo-se pagar por decisões que tomam ou não tomam e deviam tomar.
Há até quem pense que a corrupção é uma característica endémica, não
de um povo ou de uma região, mas do próprio homem, da sua instintiva ambição.
Sem dúvida, é uma questão cultural ligada à história e ao passado de
cada sociedade e por isso muito mais em evidência em determinadas zonas do que
em outras.
Confere-se poder a alguém e esse alguém começa a “ouvir vozes” que lhe
dizem: “ aproveita, não sejas parvo, olha como a tua vida podia melhorar...”
Os religiosos dirão que é o Diabo feito tentação. As pessoas sabem que
não o devem fazer mas não resistem a fazê-lo. É o Diabo o raio da tentação...
Sem dúvida que o Poder e a Corrupção estão ligadas e apenas uma forte
formação moral e cívica de braço dado com sistemas bem pensados de dissuasão podem
evitar o casamento entre um e outro.
O Poder, durante muitos séculos na Europa e na maior parte das
sociedades primitivas, tinha um carácter absolutista, era pessoal, pressupunha pôr
e dispor. Não fôra assim e não era poder, de tal forma que a própria corrupção
representa já um avanço, uma condenação sobre o que sempre tinha sido
considerado normal chegando-se ao ponto de a própria vida de uns estar à mercê
do poder discriminatório de outros.
- Quantos governos não começaram em África, após as descolonizações, com
todas as intenções de respeitarem a lei e os direitos dos outros e acabaram num
Poder absoluto e para toda a vida chamando a si as riquezas dos territórios
como se fossem suas?
O fenómeno da corrupção é anti-civilizacional, é uma marca do passado
e não é fácil de erradicar. Aqui latar
do avanço de uma sociedade consiste em medir o grau de corrupção no seu
interior.
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