Santarém - Largo do Seminário |
HOJE É DOMINGO
(Na minha cidade de
Santarém em 2/11/14)
Se o governo francês pusesse hoje em
causa de forma definitiva o Pacto de Estabilidade e Crescimento, abriria
caminho para o Tribunal Constitucional alemão poder contestar, amanhã, a acção
do Banco Central Europeu, reabrindo a crise do euro.
Daqui
que Mário Draghi, Presidente do BCE, faça questão de sublinhar, temendo a
desagregação da União Europeia, tal como aconteceu com a União Soviética que
parecia algo impossível de acontecer, que “a flexibilidade do Pacto” se deve
procurar dentro das suas regras. É o que a França fará e quem o diz é Luís Amado
que foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Partido Socialista.
Silva Peneda, do PSD, defende que “não é
a política que nos divide, mas a geografia” e apelou a um consenso entre
Portugal, Espanha, Grécia, França e Itália para uma reforma política europeia.
Jean-Claude Junker arranca agora para um
mandato de 5 anos sob o lema “Comissão mais política” o que, em bom português,
significa mais interventiva.
Silva Peneda e Junker são amigos muito
chegados de há anos quando trabalharam juntos no em Bruxelas e
esperava-se, até, que ele tivesse sido nomeado para Comissário Europeu, mas
essa não foi a vontade do 1º Ministro, embora ele seja também do PSD, não da
ala do PSD de Passos Coelho – dentro de um partido há sempre vários
partidozinhos, como acontece neste momento -
Parece, agora, que o Presidente da
Comissão o irá chamar para trabalhar junto de si dado esse passado de
entendimento recíproco na resolução das questões quando ambos trabalharam em
Bruxelas.
António Costa, líder do PS, futuro provável
chefe do Governo, defende uma posição no que respeita às questões financeiras
que asfixiam o país, que no essencial é idêntica à de Silva Peneda
e de Juncker e contrária à defendida pelo Ministro alemão das Finanças da
defesa intransigente do cumprimento das metas estabelecidas dos equi líbrios orçamentais, doa o que doer em termos de
economia e de desemprego porque, nestes aspectos, os alemães estão mais à
vontade do que qualquer outro país da Europa.
A reforma da política europeia, contrária
ao estrito pensamento da Srª Merkel, vai exigir muita diplomacia para a manutenção
do actual projecto político europeu com todos os seus actuais parceiros.
Veremos se a moeda comum do euro vai ser
suficiente para continuar a ser o principal cimento do Projecto Europeu embora
o avanço das instituições europeias ao nível, por exemplo, da União Bancária
represente um passo positivo.
O Luxemburguês Junker prepara-se para
ser mais interventivo do que o foi o português Durão Barroso e eu julgo que ele
tem mais margem de manobra, mas também não tenho dúvidas de que se as condições
económicas e socais europeias não melhorarem, iremos assistir a fortes tensões
políticas num desafio ao poderio alemão.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home