sexta-feira, dezembro 05, 2014

As visitas de Sócrates
As Visitas de Sócrates









O Supremo Tribunal validou os indícios e a decisão de prender José Sócrates preventivamente. Mais, os dados enviados pelo juiz Carlos Alexandre para aquele Tribunal no âmbito da apreciação do pedido de “Habeas Corpus” “afastam liminarmente todos os juízos e dúvidas que possam existir sobre esses indícios e os motivos que levaram à aplicação da prisão preventiva.
Enquanto isto, José Sócrates escreve uma carta aos portugueses através do Jornal de Notícias na qual se revolta quanto à sua prisão e de caminho ataca políticos cobardes, juízes, mestres de Direito e jornalistas. Na sua qualidade de “animal político feroz” vai tudo raso.
Entretanto, é visitado por figuras proeminentes do seu Partido e da história política do país como Mário Soares, António Guterres e Almeida Santos, visitas que têm junto da opinião pública o valor de fichas a favor da inocência de Sócrates nuns casos afirmadas abertamente como Mário Soares e Almeida Santos.
Na sua coluna diária do DN o respeitado jornalista Ferreira Fernandes mostra-se crítico porque, se por lado, concorda que José Sócrates se defenda publicamente para contrabalançar as fugas de informação do seu processo que o incriminam, já não acha bem que 0 ex- 1º ministro transforme a cadeia de Évora onde está detido numa Tribuna política. Apenas factos contra factos.
Finalmente, Ricardo Araújo Pereira, diz aquilo que começa a parecer óbvio: “Se José Sócrates for culpado do que o acusam é o maior génio do crime desde o professor Moriarty. Um mestre da dissimulação."
Inevitavelmente, esta questão de Sócrates com a justiça está transformada num caso político mais do que judicial e como se vai arrastar no tempo e as visitas à prisão de Évora de pessoas gradas do Partido irão continuar, o PS, por muito que isso custe e desagrade a António Costa que conseguiu calar o seu nome no Congresso que o elegeu esmagadoramente, vai perturbar e muito esta fase que segue até às eleições legislativas.
Passos Coelho, embora a corrupção seja um fenómeno que respeita a toda a classe política da direita, centro e centro-esquerda que passou pelo poder, que não a todos os políticos, longe disso, de uma forma sorrateira e manhosa vai metendo farpas como se ele e o PSD não fizessem parte daquele mundo.
António Costa vai ter que se confrontar, não com uma oposição a si próprio mas com permanentes ataques à “tralha socrática responsável por ter levado o país em 2011 a uma situação de pré banca rota responsável pela vinda da troyka”, que o atinge indirectamente porque ele foi número 2 de Sócrates o que, com este na prisão a fazer política paralela ainda atrapalha mais.
Vamos, assim, passar o ano de 2015 até às eleições numa campanha confusa e difamatória que nada vai ajudar os eleitores no momento do voto e, como disse ontem Pacheco Pereira, depois delas tudo pode continuar na mesma a exigir entendimentos políticos especiais.

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