Soldado "peshmerga" com a sua M16 modificada. |
Porque vai
o
Estado Islâmico
perder a guerra
Bernard - Henry Levi, escritor e filósofo francês, emite esta opinião depois de uma visita que fez no terreno onde os “peshmerga”, forças curdas armadas que combatem os terroristas do EI, e que, literalmente, significa “aqueles que enfrentam a morte”.
Não é a
opinião de um militar, mas a de um observador qualificado que valoriza outros
aspectos de pormenor e ao mesmo tempo abrangentes, cujo significado, para ele,
lhe permitem esta conclusão.
Diz ele:
“Percorri, com uma equi pa
de filmagem, um longo troço dos mil qui lómetros
da linha da frente onde são eles, os peshmerga curdos do Iraque, que enfrentam
os cortadores de cabeças.
E afirmo
que os cortadores de cabeças, os homens da bandeira negra, esses bárbaros que,
por agora criaram um quase estado entre o Iraque e a Síria, serão derrotados.
- Serão derrotados porque são bons terroristas
mas maus soldados.
- Serão derrotados porque fazem-se de fortes à
frente da objectiva quando se trata de decapitar reféns indefesos, mas fogem
que nem coelhos quando, como na passada quarta-feira na zona de Albu Naim, um
exército popular avançou e recuperou 200 qui lómetros
quadrados.
- Serão derrotados porque, no mesmo dia, no sítio
chamado Tel Bussel, as poucas câmaras presentes, incluindo a nossa, viram-nos
cair novamente na confusão fazendo apenas um número limitado de vítimas entre
os “peshmerga”, onze, que eu saiba – a maior parte porque aqueles filhos da mãe
tinham deixado minas escondidas dentro das casas e das mesqui tas que abandonavam, dentro dos bidões, no meio
das pedras das estrada.
- Serão
derrotados porque, ao contrário do que se diz sempre, eles não amam tanto a
morte como os curdos amam a vida.
- Serão vencidos porque são menos numerosos do
que se pensa aqueles que podem dizer “porque combatemos” enquanto os curdos
defendem ao mesmo tempo uma terra e uma ideia, o sonho de um país e um modelo único
de sociedade na região.
- Serão
vencidos porque têm pela frente um exército cada vez mais profissional mas
composto por homens e mulheres de todas as idades, de todas as condições, que
deixaram uma vida civil, muitas vezes realizada e feliz, cujos soldados têm
20,30, 50 anos e mais. Encontrei um “peshmerga” octogenário na posição de
combate, num calor abrasador, lado a lado com os seus companheiros, no ponto
mais elevado do monte Zartik – era ele que estava de guarda na noite anterior,
quando uma coluna do Daesh (forças do exército islâmico) subiu a encosta para
tentar atacar o acampamento pela retaguarda.
- Serão vencidos porque os seus chefes
escondem-se e enviam para a frente da batalha fanáticos irracionais enquanto os
generais curdos que conheci estão todos lá, na primeira linha, respeitados,
respeitáveis, com os bunkers de betão para as tropas e, para o general Magdid
Harki, a casamata mais exposta aos atiradores emboscados de Bartila."
(continua)
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