O PAF aguarda, o país aguarda... |
O País Aguarda
O resultado das
eleições em Portugal foi contraditório: deu a maioria de votos a um político
mas, maioritariamente, reprovou-lhe as políticas. E agora, pergunta-se: para
que queremos o homem sem a sua política? – O que é importante, o homem ou a sua
política?
- António Costa pode salvar o homem, uma
vez que é aquele que o povo qui s, e
obrigá-lo a mudar a política liderando, este, a oposição no parlamento?
Parece-me ser esta a saída mais lógica
pensando apenas no resultado das eleições que será o mais importante num regime
democrático.
Mas pode, igualmente, considerar-se que
a política de um homem não é suscept ível
de retoques, mesmo com a intervenção de uma oposição, e então procura-se, no
líder do segundo partido mais votado, um 1º Ministro que execute outra política
que tenha o consenso e apoio dos partidos que recolheram a maioria dos votos
nas eleições.
Parece que António Costa subscreve esta
solução que não é consensual no interior do PS e não tendo o secretário-geral
força política para a impor, tanto mais que perdeu as eleições, a alternativa
que resta é consultar todo o partido para que ele manifeste a sua vontade.
Costa ficará numa situação difícil se o
resultado dessa consulta for contrária àquela que ele advoga.
Em política tem que se estar preparado
para ganhar e perder e Costa não se deixou abater pela primeira derrota continuando à frente do partido após o resultado das eleições, mas, sem dúvida,
ficou fragilizado.
Disse aqui
no Memórias Futuras que António Costa tinha a minha confiança e ainda a tem.
Tentar abrir novos caminhos submetendo-se à vontade maioritária dos militantes
do Partido não é, forçosamente, razão para perda de confiança.
Mas, liderar um governo, neste momento
difícil da situação do país, que pela primeira vez depois de quarenta anos de
vida democrática, se apoia no PCP e no Bloco de Esquerda, oferecerá mais
estabilidade do que um governo do PAF com o apoio do Partido Socialista?
Conheceremos apenas o resultado de uma
destas soluções porque não é possível trilhar dois caminhos diferentes ao mesmo
tempo.
Há quem, na área do PS, e mesmo recentes apoiantes
de Costa, que estão, uns mais que outros, frontalmente contra ele.
Outros, limitam-se a recear a solução
como é o caso do jornalista Ferreira Fernandes, que eu muito admiro que, por um
lado, é adepto de Costa pela sua coragem em dessacralizar uma realidade, trazendo
para a área do poder partidos até aqui
marginais, mas receia que o ovo que se pretende pôr de pé pela primeira vez, por
não estar cozido, espalhe a gema e a clara por cima da mesa.
Comungo desses receios mas também estou
curioso por saber o que pensam os militantes do PS a este respeito.
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