segunda-feira, outubro 12, 2015

O PAF aguarda, o país aguarda...

O País Aguarda

 

 

 








O resultado das eleições em Portugal foi contraditório: deu a maioria de votos a um político mas, maioritariamente, reprovou-lhe as políticas. E agora, pergunta-se: para que queremos o homem sem a sua política? – O que é importante, o homem ou a sua política?


- António Costa pode salvar o homem, uma vez que é aquele que o povo quis, e obrigá-lo a mudar a política liderando, este, a oposição no parlamento?

Parece-me ser esta a saída mais lógica pensando apenas no resultado das eleições que será o mais importante num regime democrático.

Mas pode, igualmente, considerar-se que a política de um homem não é susceptível de retoques, mesmo com a intervenção de uma oposição, e então procura-se, no líder do segundo partido mais votado, um 1º Ministro que execute outra política que tenha o consenso e apoio dos partidos que recolheram a maioria dos votos nas eleições.

Parece que António Costa subscreve esta solução que não é consensual no interior do PS e não tendo o secretário-geral força política para a impor, tanto mais que perdeu as eleições, a alternativa que resta é consultar todo o partido para que ele manifeste a sua vontade.

Costa ficará numa situação difícil se o resultado dessa consulta for contrária àquela que ele advoga.

Em política tem que se estar preparado para ganhar e perder e Costa não se deixou abater pela primeira derrota continuando à frente do partido após o resultado das eleições, mas, sem dúvida, ficou fragilizado.

Disse aqui no Memórias Futuras que António Costa tinha a minha confiança e ainda a tem. Tentar abrir novos caminhos submetendo-se à vontade maioritária dos militantes do Partido não é, forçosamente, razão para perda de confiança.

Mas, liderar um governo, neste momento difícil da situação do país, que pela primeira vez depois de quarenta anos de vida democrática, se apoia no PCP e no Bloco de Esquerda, oferecerá mais estabilidade do que um governo do PAF com o apoio do Partido Socialista?

Conheceremos apenas o resultado de uma destas soluções porque não é possível trilhar dois caminhos diferentes ao mesmo tempo.

Há quem, na área do PS, e mesmo recentes apoiantes de Costa, que estão, uns mais que outros, frontalmente contra ele.

Outros, limitam-se a recear a solução como é o caso do jornalista Ferreira Fernandes, que eu muito admiro que, por um lado, é adepto de Costa pela sua coragem em dessacralizar uma realidade, trazendo para a área do poder partidos até aqui marginais, mas receia que o ovo que se pretende pôr de pé pela primeira vez, por não estar cozido, espalhe a gema e a clara por cima da mesa.

Comungo desses receios mas também estou curioso por saber o que pensam os militantes do PS a este respeito.

Site Meter