O Resultado das eleições
(segundo o blog O Jumento)
Das eleições resultou uma maioria relativa daqui lo a que designamos e uma maioria daqui lo a que se convencionou esquerda. À direita há
um projecto político, ideológico e programático, à esquerda há três projectos
tão antagónicos quer no plano ideológico, quer no plano programático que não
faz sentido qualquer raciocínio que permita unir todos sob a designação de
maioria, à esquerda não à maioria para nada, nem mesmo na oposição. Portanto
apenas a direita tem condições para governar, mal, tendo de jogar com as
divisões e objectivos mesqui nhos de
cada partido da esquerda, mas é o único governo viável neste quadro
governamental.
Não vale a pena ter ilusões, o projecto ideológico do
PCP passa pela destruição de tudo o que considera ser de direita, com
prioridade aos que mais odeia por serem de direita e dizerem-se de esquerda. O
BE sonha substituir o PCP e para isso nunca poderá aliar-se seja a quem for e
muito menos ao próprio PCP. O PS nunca poderá aceitar as bandeiras do PCP e do
BE sob pena de desaparecer. Com estes resultados eleitorais e com esta esquerda
é impossível um governo que conte com o apoio daqui lo
a que noutros tempos Cunhal designava por maioria de esquerda. Aliás, na
opinião do BE e do PCP essa maioria nem sequer existe pois o que consideram ser
de esquerda representa menos de 20% dos eleitores.
Do alto da sua sabedoria o povo decidiu que a direita
deveria governar, mas como tem um apoio minoritário dos eleitores deve fazê-lo
tendo em conta a opinião dos eleitores que não a escolheram. Com diálogo ou sem
diálogo, com consenso ou sem consenso o governo deve governar respeitando a
diversidade e não apenas aqueles que o elegeram. Além disso não pode arrogar-se
o direito de violar os princípios constitucionais.
O mandato frágil deste governo deve condicioná-lo não só
aos preceitos constitucionais mas também a programa que apresentou e às
promessas eleitorais avulsas que foi fazendo. A minoria que o elegeu fê-lo, não
porque o Passos Coelho trazia um crucifixo no bolso para o ajudar as eleições, ou porque teve pena de uma esposa muito doente por quem o marido não trazia
sequer um crucifixo no bolso, escolheram-no e ao fazerem-no amarraram-no ao seu
programa. Na última legislatura não respeitaram o seu programa e perderam a
maioria, agora podem ser vigiados pela oposição.
A oposição deve chamar a si o papel de provedora dos
eleitores da direita fazendo questão de chumbar no parlamento todas as medidas
que violem as promessas e programa eleitorais e exigindo ao governo que aproe o
que prometeu. Desta forma o país terá pela primeira vez um governo que
respeitará o seu programa, os seus compromissos e os seus eleitores e no final
será avaliado pelo seu desempenho, pela sua competência.
Aqui ficam os
meus votos para que o governo seja competente e cumpra com todas as suas
promessas eleitorais, except o as que
tenham uma importância que implique o respeito de uma maioria e as que violem
os princípios constitucionais cuja alteração exigem muitos mais votos do que
aqueles que a direita teve.
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