segunda-feira, novembro 09, 2015

Não se consegue saber bem...
Prognósticos
















Dizia o João Pinto, que foi vedeta do futebol português e partia os rins aos defesas adversários que lhe apareciam pela frente quando ele avançava para a baliza, que, no futebol, prognósticos só no fim do jogo.
Se a situação política em Portugal fosse equiparada a um jogo de futebol, os prognósticos far-se-iam já, de imediato, e António Costa iria perder o jogo.
Não há comentador, editor, analista, escrito ou falado, que dê, tão pouco, o benefício da dúvida ao líder do PS.
Gente da área socialista, simpatizantes de Costa até há bem pouco tempo, são agora críticos directos. As primaveras que nascem da queda do arco da governação, são coisas mirabolantes.
Não pelo BE, que tem “meia dúzia de anos” e como inspirador, essa inteligência da política portuguesa que dá pelo nome de Francisco Louça.
O problema é o Partido Comunista ou, indo mais fundo, é a Inter-sindical, que diziam ser a “corrente de transmissão” do partido e agora se lhe impõe e dita os seus interesses de líder da classe trabalhadora: alguns sectores da Função Pública, e as empresas de Transportes, Metro, Comboios e Auto-Carros, cuja gestão o governo de Passos queria privatizar.
Seria, senão a morte, uma grande facada  na CGTP, se a gestão destas empresas fosse entregue aos privados. O número de associados baixaria drasticamente quando os trabalhadores grevistas começassem a ser penalizados pelas suas acções contra os interesses da Administração que faria ouvidos moucos às suas reivindicações.
A CGTP necessita da cotização dessa gente para o que têm que continuar a defender os seus interesses com Pré-Avisos de Greve, Greves e manifestações, mas sem que os promotores envolvidos corram o risco de ficar desempregados.
Por isso, a abertura de Jerónimo em apoio a um governo de Costa para travar a direita liberal, mas sem que nenhum comunista vá para o governo.
Por isso, um acordo à parte e a dificuldade de incluir nele garantias duradouras correspondentes a uma legislatura de 4 anos mas que afinal vieram a ser dadas.
Temos uma Europa à espreita que vive com dificuldades idênticas às nossas, filhas de um Tratado Orçamental imposto por Merkel e Shauble ou vice-versa, mas por mais que Costa diga que vai cumprir tudo, grassa a desconfiança. 
O Partido Comunista nunca mudará, "senão deixam de ser comunistas", dizem os entendidos em Marx, Lenine, Trotsky, Stalin e Cunhal, que são as raízes, as fontes do Jerónimo de Sousa...
Se assim for, passada esta experiência “infeliz”, repostos os danos, primaveras, verões, outonos e invernos, se abrirão à direita... que aguarda, ansiosa, novas eleições para readquirir a maioria absoluta, quiçá, a de 2/3, para rever a Constituição e evitar aqueles “chatos” do Tribunal Constitucional, desfazendo, finalmente, a maioria sociológica de esquerda que existe no país tornando-a tão inútil e desprezível como um colete de salvação para um leão marinho.
Salvar-se-à a boa vontade, o esforço temerário, quase suicida, de António Costa, e assistir-se-à consagração de Francisco Assis à frente de um PS, moleta da direita.
Se era, ou não, de tentar esta experiência de abertura à esquerda, o país, no futuro, irá dizê-lo... enquanto a Europa, se não sofrer uma profunda reforma, nos obrigará a este processo de definhamento.
António Costa está perfeitamente ciente  de que será assim, disse e escreveu-o já há muito tempo e sabe, igualmente, que é demasiado pequeno, como o foi a Grécia, para afrontar a situação.
A Europa resvala para o abismo de olhos abertos e impotente. O descontentamento há-de grassar, os radicalismos de direita ameaçam e aguardam que a Srª Le Pen seja eleita em França, enquanto os refugiados sírios, cada vez em maior número, aumentam a instabilidade, e o Sr. Cameron, 1º Ministro inglês, faz contas de cabeça, como sempre, para decidir se fica ou sai da Europa. O mais certo, é ficar na parte que lhe interessa e sair na outra.
Aquela Europa do pós-guerra, que tantas coisas boas nos trouxe, começa a ser uma saudade...   

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