Marcelo Presidente |
O Novo Presidente
Estas eleições fizeram-me lembrar aquela
história da “pescada que antes de o ser já o era” e eu, mais uma vez, não
estive na “molhada”, embora reconheça que Marcelo Rebelo de Sousa era o
candidato mais bem preparado para o exercício das funções presidenciaveis e Sampaio da
Nóvoa, aquele em quem votei, teria sido a golfada de ar fresco que nunca
chegaremos a sentir, pelo que, tendo perdido, estou tranqui lo.
Ver-me livre do “sonso” do Cavaco
foi um enorme alívio político. Espero que se retire definitivamente para trás
dos altos muros da sua Quinta da Coelha e nos livre, em definitivo, da sua cínica presença.
Nunca a presidência da República esteve
tão mal entregue, jamais a sua popularidade baixou a níveis tão miseráveis, em
tempo algum os portugueses foram vítimas de um tão grave erro de casting para
mim, só entendível, como uma reminiscência dos 50 anos de fascismo e 500 de
obscurantismo deste país.
Marcelo Rebelo de Sousa teve sempre
estas eleições ganhas. Visita lá de casa há 14 anos, bom conversador, pessoa de
confiança, professor que tudo sabe e de que tudo fala, bastar-lhe-ia dizer,
quando entendesse, que queria ser Presidente da República e sê-lo-ia com toda a
naturalidade.
Fez um bonito discurso de vitória, muito
agradável de ouvir, a confirmar os seus enormes recursos de comunicador e
ontem, os portugueses, puderam deitar-se politicamente descansados.
Só Maria de Belém, candidata “metediça”
quando Sampaio da Nóvoa já tinha apresentado a candidatura, recolheu aos
aposentos com uma enorme azia política que só não foi maior porque as
sondagens, que nunca falham, a preparou para o desfecho.
Derrotado, como ela, só o candidato do
PCP, com a cassete já gasta, de tal forma que até os comunistas devem estar cansados de
ouvir... o que foi agravado com sabor a humilhação, pelo belíssimo resultado da
Marisa Matias, que pertence ao Bloco de Esquerda, da mesma área política, que contrapôs à sua voz grave,
roufenha e gutural, uma presença fresca e doce que encantou muito para além dos
simpatizantes daquela área política.
Sampaio da Nóvoa foi, no fim, aclamado
longamente pelos seus seguidores pelos, praticamente, 23% de votos obtidos. Para
quem, há poucos meses, era um total desconhecido dos portugueses... foi obra!
Muito mérito da sua pessoa que agora,
aguardamos, tal como prometeu, não queira armar-se em político como o Fernando
Nobre com os seus 14%, nas eleições de 2011.
Mesmo com uma candidatura que vinha em
crescendo, ganhar a Marcelo era impossível e mesmo que tivesse conseguido chegar a uma
2ª volta perderia com ele.
Apenas António Guterres, com todo o seu
prestígio interno, externo e a sua enorme inteligência, poderia ter ganho estas
eleições a Marcelo mas, é evidente, com tantas qualidades irá procurar ser
o próximo Secretário Geral da ONU, lugar, para o qual, é de longe, o mais bem preparado.
O PS, dividido, entre Sampaio da Nóvoa e
Maria de Belém, “perdeu” nestas eleições e António Costa, que se colocou à
margem delas, viu eleito o candidato que mais lhe convinha e, nesse sentido, ganhou.
Acabaram-se, finalmente, as eleições.
Vamos agora tentar remar todos para o mesmo lado, e eu lamento que Costa não
possa governar o país com o seu programa, sem cedências e negociações ao PCP e
Bloco, que eu receio, possam transformar-se em alegrias para esta extrema-direita que temos no Parlamento.
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