sábado, janeiro 16, 2016

O meu candidato

Eleições Presidenciais

















Se eu quisesse brincar com as eleições para Presidente da República diria que estava indeciso entre o Tino de Rans, calceteiro, e Marcelo Rebelo de Sousa, Prof. Universitário.

Não estou a desmerecer a arte da calcetaria, que é tão respeitável como outra qualquer, mas é lamentável que o sistema eleitoral se preste a brincadeiras em que é possível aparecerem candidatos que se aproveitem do acto eleitoral para ganharem notoriedade pública através de tempos de antena na televisão e nos jornais.

Fazem-me lembrar os “espontâneos” que surgiam de repente nas arenas e nos campos desportivos a fugir aos seguranças porque, na verdade, eles não eram dali.

Estes candidatos, como o simpático Tino das Rans, também não são dali mas como arranjam 15.000 “suspeitas" assinaturas aí os temos a retirar ao processo eleitoral para a Presidência da República a respeitabilidade que ele deveria ter.

Dizem que a democracia é assim, que deve permitir estas liberdades e devaneios... é a “alegria” do sistema, retira-lhe sisudez, é a nota da boa disposição... enfim!

Na verdade, depois da reeleição do Américo Tomaz, por ordens do Salazar, no tempo da “outra senhora”, com os seus célebres discursos: ... “ É a primeira vez que aqui venho depois da última em que aqui estive...” porque não o Tino de Rans?...

Vantagens da democracia, a diferença entre chorar com o Américo Tomaz, com cara de avôzinho e o sorriso ingénuo do Tino.

Estamos todos à espera do Marcelo para futuro Presidente – é o que continuam a dizer as sondagens -  e depois do sonso do Cavaco será uma conquista.

Contudo, não irei votar nele. Com tanto favoritismo à sua volta parece-me chover no molhado... Depois, aquela coisa de rezar o Terço enquanto nada no mar preocupa-me por soar a fundamentalismo ou exibicionismo religioso de que fujo a sete pés, embora tudo possa não passar de um arreigado formalismo católico com cheiro a catequese.

Temos, também, as suas ligações ao passado, das suas férias luxuosas da Passagem do Ano no Brasil com o seu amigo Ricardo Salgado, fugindo aos banhos de sol para não aparecer bronzeado ao seu público da TVI, que poderia ser mal interpretado, talvez como sinal de riqueza...

Pode, este comportamento, pela sua premeditação, revelar calculismo a mais, cobardia, e esse é um aspecto grave de carácter para um Presidente.

De resto, a sua ligação ao “império do BES” - a sua companheira ou ex-companheira fazia parte da Administração do Banco – sem que tal tivesse constituído qualquer obstáculo aos seus comentários sobre este assunto junto das centenas de milhar dos seus espectadores que o julgavam isento e neutral sem ligação alguma ao caso, não foi, igualmente, atitude de grande lisura, para não irmos mais longe em termos de adjectivo.

Tudo isto são razões que me levam a direccionar o voto para o candidato, relativamente desconhecido do grande público, Sampaio da Nóvoa.

Ele chega-me recomendado por três ex-presidentes da República: Eanes, Soares e Jorge Sampaio, todos eles figuras públicas que eu muito prezo e, consultando a história da sua vida nada no seu passado está em desabono do seu carácter.  

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