A "Generala" que manda na Hidrelétrica. |
Tieta do Agreste
(Jorge Amado)
EPISÓDIO
Nº 80
DA PERGUNTA MAL-HUMORADA
Na Prefeitura, de bastante mau humor, o engenheiro-chefe informa ao
ansioso Secretário da mudança havida no plano de extensão dos fios e postes da
Hidrelétrica: Agreste fora incluída inesperadamente na relação de municípios a
serem beneficiados com luz e força da usina.
Não apenas isso, já de si incrível
absurdo, tinha mais. As ordens, vindas do alto, da própria presidência da
Companhia, urgentes, eram de conceder a Agreste prioridade absoluta,
iniciando-se imediatamente as obras necessárias para que fossem concluídas em
tempo mínimo.
Inconcebível decisão a trazê-los ali, a esses qui ntos do inferno, num Domingo, dia de descanso,
cobertos de poeira, putos da vida. Perdendo tempo, ainda por cima, pois há
horas buscam um funcionário responsável com quem conversar.
Antes de informar sobre prazos e datas, existe uma coisa, uma única,
que o engenheiro chefe e seus subordinados desejam saber: como se explica que
um município tão pobre e atrasado, cujo prefeito é maluco precisando de
camisa-de-forças e internamento, o Presidente, o Presidente da Câmara de
Vereadores um micróbio, houvesse conseguido modificar planos aprovados,
definitivos, ordens de serviço em andamento, passando à frente de comunas
ricas, prósperas, protegidas por políticos de renome, ocupando altos postos.
Quem pedira por Agreste?
Pedira, não, impusera! Por favor, o nome desse líder de tamanha força
dessa personalidade assim eminente, desse prepotente manda-chuva, do potentado
capaz de tal proeza?
Tem realmente de ser realmente alguém de muito poder, com
certeza general.
Osnar, distribuidor de patentes, dizia-a Generala. Mas Ascânio silencia para
não aumentar o mau humor dos engenheiros.
Sorriu
modesto, vamos ao que interessa, às datas e aos prazos.
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