terça-feira, fevereiro 16, 2016

A "Generala" que manda na Hidrelétrica.
Tieta do Agreste
(Jorge Amado)

EPISÓDIO Nº 80






















DA PERGUNTA MAL-HUMORADA


Na Prefeitura, de bastante mau humor, o engenheiro-chefe informa ao ansioso Secretário da mudança havida no plano de extensão dos fios e postes da Hidrelétrica: Agreste fora incluída inesperadamente na relação de municípios a serem beneficiados com luz e força da usina.

Não apenas isso, já de si incrível absurdo, tinha mais. As ordens, vindas do alto, da própria presidência da Companhia, urgentes, eram de conceder a Agreste prioridade absoluta, iniciando-se imediatamente as obras necessárias para que fossem concluídas em tempo mínimo.

Inconcebível decisão a trazê-los ali, a esses quintos do inferno, num Domingo, dia de descanso, cobertos de poeira, putos da vida. Perdendo tempo, ainda por cima, pois há horas buscam um funcionário responsável com quem conversar.


Antes de informar sobre prazos e datas, existe uma coisa, uma única, que o engenheiro chefe e seus subordinados desejam saber: como se explica que um município tão pobre e atrasado, cujo prefeito é maluco precisando de camisa-de-forças e internamento, o Presidente, o Presidente da Câmara de Vereadores um micróbio, houvesse conseguido modificar planos aprovados, definitivos, ordens de serviço em andamento, passando à frente de comunas ricas, prósperas, protegidas por políticos de renome, ocupando altos postos. 

Quem pedira por Agreste?

Pedira, não, impusera! Por favor, o nome desse líder de tamanha força dessa personalidade assim eminente, desse prepotente manda-chuva, do potentado capaz de tal proeza?


Tem realmente de ser realmente alguém de muito poder, com certeza general.


Osnar, distribuidor de patentes, dizia-a Generala. Mas Ascânio silencia para não aumentar o mau humor dos engenheiros.


Sorriu modesto, vamos ao que interessa, às datas e aos prazos.

Site Meter