domingo, março 13, 2016

Planicie ribatejana vista das muralhas do castelo.
Hoje é 

Domingo

(Na minha cidade de  Santarém em 13/3/16)















Um Presidente carrancudo e antipático cujas palavras descrevem cenários sombrios e ameaçadores e um Chefe de Governo, de sorriso cínico e discurso desligado da realidade do país que insistia em fazer dos portugueses, para além de parvos, cúmplices e responsáveis dos seus males, foi aquilo que tivemos nos últimos anos.

A crise faz já parte do nosso vocabulário e estes dois homens fazem parte da crise, confundem-se com ela, foram a própria crise...

Marcelo começa no Porto com banhos de multidão e responde com vagas de simpatia.

É um homem feliz, realizado, espontâneo e natural e, ao contrário de Cavaco que me indispunha com a sua presença e fazia de Portugal um país indisposto, o novo Presidente, com o seu sorriso, aspecto calmo e descontraído, predispõe-nos para os aspectos positivos da vida melhorando o nosso estado de espírito e abrindo novas perspectivas para o nosso futuro.

Cavaco era um homem sonolento, sombrio, trágico, carrancudo, distante, que nos fez perder vinte anos da nossa vida colectiva, como diz Miguel Sousa Tavares, lembrando Mário Sottomayor Cardia que um dia, em plena Assembleia da República, lhe disse:

- “O senhor faz-me lembrar Salazar e só não o é  por duas razões: porque tem família e vivemos em democracia.”

Também ele, MST, registou na memória, tal como eu, e  já  o assinalei aqui no Memórias Futuras, a chegada de Cavaco a Belém, numa imagem registada pelo fotógrafo Rui Ochoa: "de mãos dadas e com a felicidade estampada na cara, toda a família subia a ladeira de Belém para tomar posse do palácio e do país."

Vinte anos, uma vida de desperdício que por ter durado tanto nos vai perseguir como um anestésico que nos deixa, depois de acordarmos, sonolentos e atordoados.

Marcelo, tem-se limitado a apelar para o nosso amor próprio, para o nosso orgulho, cultura e valores como se nos estivesse a acordar.

Marcelo não faz promessas, não tem nada para oferecer para além do seu exemplo de homem feliz, realizado, íntimo dos seus alunos, íntimo dos portugueses em casa de quem, todas as semanas ao longo de anos, era bem recebido, não pela sua ciência e sabedoria mas porque nos “sabia falar ao jeito”.

Com Marcelo vamos entrar numa nova era. Ele e António Costa, deixam de ser o professor e o aluno que já foram no passado, para serem hoje Presidente e Chefe de Governo.

Sinceramente, gosto destas pessoas, parecem-me felizes e realizadas. Gosto da maneira como nos olham e sorriem. 

Não falemos de dificuldades, sempre as tivemos... pensemos em pessoas felizes porque só elas nos podem ajudar.

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