domingo, setembro 18, 2016

Hoje é Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 18/9/ 16)


















Há muito que, para mim, os Domingos só o são para os outros: mais pessoas nos locais de lazer, cafés, esplanadas, centros comerciais - que são as feiras do antigamente - onde as pessoas se reúnem, então para negociarem, agora para fazerem compras, a maior parte para ver, que o dinheiro é cada vez menos.

Percebo que há nos olhares uma expressão mais calma e relaxante, menos pressa, um certo vaguear, mais crianças pela mão... tudo próprio dos Domingos.

O resto, é a crise, a crise em que os portugueses sempre viveram porque um país dificilmente foge ao seu destino de ser pobre e dependente. Trabalhamos muito, de acordo com as estatísticas, somos mesmo dos que mais trabalham, que é sempre aquilo que acontece por esse mundo fora com os mais pobres... quanto mais trabalham mais pobres são.

Ao nosso lado, a riqueza em Espanha, cresce a mais de 2% ao ano. Entre nós, a zero vírgula não sei quantos, numa prova evidente que ela, a riqueza, não quer mesmo nada connosco.

Dizem, que quando Hitler estava a decidir sobre o que ocupar na Europa, chegou aos Pireneus e terá dito: - “Daqui para a frente é Marrocos, não interessa...” e os espanhóis parecem não terem gostado de serem confundidos com os marroquinos e assim que se libertaram do Franco, deixaram-se de PRECs que foram um atraso de vida, e tem sido sempre a crescer.

É evidente, que Portugal e a Espanha, asfixiados que viviam por dois ditadores, pularam com a liberdade e a democracia e hoje as desigualdades são muito menores quando comparados com os restantes países europeus, graças também, ao benefício das políticas da União Europeia, embora, reconheça-se, ser muito difícil inverter o sentido do caminho da riqueza do Sul para o Norte da Europa.

O salário médio em Espanha é 50% superior ao dos portugueses, o que diz muito do fosso que já começa a existir entre os dois países.

Os analistas acusam a falta de investimento sem o qual não se cria riqueza e é verdade. O Estado não investe porque se o fizesse o Deficit aumentava e a Comissão Europeia caía-nos em cima ameaçando-os mesmo com a não atribuição dos Fundos comunitários ou seja, estamos condenados à mediocridade.

António Costa, pensou que dando mais algum dinheiro às pessoas em salários e pensões, o consumo aumentaria, a produção iria crescer e o nível de vida das pessoas melhorar, mas connosco as boas intenções são isso mesmo... não passam de boas intenções.

O investimento privado ainda não apareceu. Dizem as más línguas que esta solução governativa da geringonça, com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, ao arrepio do que vai por essa Europa fora, não ajuda a conquistar a confiança dos donos do dinheiro, muito embora a moderação e o equilíbrio do 1º Ministro.

A situação dos países com quem tradicionalmente negociávamos as exportações não tem ajudado: Angola, Brasil, Venezuela, debatem-se com problemas de dinheiro porque todos eles estavam ancorados no petróleo e sabemos para onde é que foram os preços sem perspectivas de aumentarem no curto e médio prazo. 

Como sempre, o problema está cá dentro, em nós, mas eu acredito na competência e honestidade das pessoas que nos governam e sei também que a economia anda por ciclos, leva o seu tempo para que as medidas produzam efeito.

... Somos simpáticos, hospitaleiros, temos o melhor clima da Europa, para além da segurança, paz e tranquilidade para que a qualidade da nossa comida nos possa saber bem... Por alguma razão os turistas que nos visitam são cada vez em maior número não falando já das pessoas, especialmente reformados, que escolhem o nosso país como segunda habitação.

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