Férias
no
Mar
no
Mar
Depois de uma “longa” ausência de uma semana por motivo de férias no distante Algarve, a
Uma semana de férias em Albufeira que,
mais uma vez, confirmou que aquela região do país é sinónimo de bom tempo, céu
limpo e calor moderado, continua a merecer a confiança que todos os anos,
portugueses e estrangeiros, nela depositam mas, oito dias, para mim, que sou
conservador e caseiro, são a medida justa para estar fora da minha casa, da
minha rua, do meu sofá e da mesa do meu Café. Mais, já seria castigo. A semana é
agora a conta certa.
Há umas dezenas de anos atrás as coisas
eram muito diferentes levando-me, então, a dizer que oito dias era só o tempo
necessário para desfazer e voltar a fazer as malas...
Sou pessoa, como já devem ter percebido,
conservadora no que diz respeito a hábitos de vida, mas os anos operam mudanças e eu não sou excepção
No tempo da Idade Média seria um daqueles
que se ofereceria para defender o Castelo...
Basta-me sair de casa uma vez por dia, da parte
da manhã, para tomar o pequeno almoço, à mesa do Café de onde vos escrevo e
leio o jornal diário sem o qual não começo o dia mesmo sabendo quase todas as
notícias... mas lidas no jornal têm mais sabor, à luz do sol da manhã do começo
de um novo dia dá-lhes uma autenticidade especial.
“Aqui lo
só pode mesmo ser tudo verdade, especialmente as que são apresentadas em letras
garrafais...”
Por outro lado, embora não goste,
reconheço que me faz bem andar aqueles qui nhentos
metros de casa para o Café, lá no fundo da rua e outros tantos “ó para cá,”-
como se dizia na aldeia dos meus avós - que percorro calmamente conferindo que na
minha rua nada mudou desde o dia anterior.
Gosto da vida em repouso... da vida pela
vida, pelo nascer e pôr do sol, quando chove ou faz bom tempo, para além
daquela outra razão de carácter mais filosófico que tem a ver com a
oportunidade rara, provavelmente única, espécie de Sorte Grande que só sai aos
outros e nos calhou a nós mesmo quando nascemos, mesmo que não tenhamos muito
essa consciência.
Quantas coisas tiveram que se conjugar
para que a vida em si mesmo e a minha em particular fossem possíveis?... - De
tal forma que foi necessário inventar o Cálculo das Probabilidades a roçar
quase o Infinito, para termos uma ideia de que tudo, afinal, não passou de um
acaso.
Nascemos por acaso, somos por acaso aqui lo que somos, num espaço de tempo inferior ao
simples piscar de olhos na eternidade dos tempos... Mas o que é que isto tem a
ver com as férias que dá o título a este texto?
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