É urgente combater a pobreza
É Urgente Combater a Pobreza (link)
Foi com este título que o Jumento, no seu “jornal” diário de 7 do corrente, abordou um tema que constitui o mais grave e difícil problema do nosso país.
O desemprego não é, automaticamente, sinónimo de pobreza mas num país com esquemas de protecção social limitados e um nível baixo de investimento que reduz a possibilidade de novos empregos, constitui um forte motivo de preocupação e, em certos casos, factor de trauma psicológico.
Vagas de trabalhadores são colocadas fora dos circuitos de trabalho ou porque sectores inteiros de actividade perderam a competitividade a favor de outros países que trabalham com condições imbatíveis ou porque através de uma estratégia de redução de custos as grandes empresas fundem-se e quando assim é sobram sempre trabalhadores.
Estamos numa fase de profunda transformação e embora nem tudo mude de um dia para o outro é contudo demasiado rápida para que a aprendizagem da mudança possa ser feita sem enormes custos humanos e sociais, não obstante as medidas que o governo possa tomar no campo da educação, da formação profissional, dos apoios ao emprego e dos esquemas de protecção social.
Investimento e mais investimento é o que o governo procura obter junto dos países que representam as grandes economias emergentes da Índia, China, Brasil, e países Africanos através de um esforço conjunto do PR/Governo no estreitar de relações com esses países porque a convicção é generalizada: só o investimento produz riqueza e sem mais riqueza não se pode criar mais emprego tanto mais que o Estado, grande empregador neste país, vai ter que diminuir, e em muito, os seus funcionários e empregados.
Numa conjuntura destas era importante que o Estado Social se pudesse manter e até aumentar para atender à instabilidade do inevitável emprego precário mas as receitas do Estado que dependem dos impostos e estes do aumento da riqueza não deixam margem.
Por isso, a necessidade de um enorme cuidado e sensibilidade mas também rigor com os critérios que presidem às despesas de cariz social.
Neste campo, alguns dos programas levados a cabo nos últimos anos precisam de ser afinados e completamente despidos de aspectos demagógicos para ganhar votos nas urnas.
A cultura do subsídio/dependência tem que ser erradicada.
De acordo com os velhos e sábios ensinamentos chineses é preferível ensinar as pessoas a pescar do que dar-lhes um peixe todos os dias.
A Globalização veio trazer uma nova realidade que sendo boa para as grandes empresas que dispõem de recursos técnicos e financeiros e se podem movimentar por esse mundo fora foi, no entanto, para a maioria das pequenas e médias empresas e para os seus trabalhadores de terríveis consequências.
Sabia-se que ia ser assim, havia até datas marcadas mas como fazer parar uma vida que está a decorrer?
Criaram a ilusão de que o dia de ontem seria igual ao de hoje, o de hoje ao de amanhã e por aí fora e depois, simplesmente, deixou de haver dia.
Conheci empresários que aplicaram os lucros obtidos em muitos anos de trabalho em novas instalações para as suas fábricas às quais, no outro dia, não sabiam o que fazer porque o mercado, ou o que julgavam ser o mercado, desaparecera.
O que sobrou foi um sentimento de impotência e de desespero como se o mundo, de repente, lhes tivesse faltado debaixo dos pés.
Sem expectativas, restaram, para os mais corajosos e inconformados, os caminhos da emigração como já vem sendo hábito na história do nosso país em situações de maiores dificuldades.
O que está acontecer é uma alteração profunda do nosso tecido económico e isto significa que temos de passar a fazer outras coisas e algumas, das que já fazíamos, de outra maneira.
Para se conseguir isto quase que são precisos novos portugueses, com mais capacidades, com uma instrução e educação apontadas para as necessidades da produção de riqueza que o país, estrategicamente, escolheu como sendo a sua riqueza, aquela para a qual nós e o país estão mais vocacionados.
Durante alguns anos, talvez mais de uma geração, teremos um número de desempregados de longa duração superior ao que tivemos anos atrás porque a aprendizagem a fazer tem que ser interiorizada, leva tempo, para alguns estará mesmo perdida, é como que descobrir dentro de cada um de nós um novo português que, felizmente, já deu provas de existir em muitos casos de sucesso que, de futuro, terão deixar de ser casos para se aplicar ao país.
Deixar para trás os vícios adquiridos ao longo de séculos com os dinheiros fáceis das especiarias, dos escravos, do açúcar, da borracha, do volfrâmio e, mais recentemente, dos Quadros Comunitários de Apoio e para os quais, portugueses como António Sérgio, o meu Prof. Alfredo de Sousa e outros, chamaram a atenção.
A nossa riqueza tem que ser produzida por nós e resultar do nosso trabalho, criatividade, esforço e inteligência individual e colectiva.
A partir de agora, finalmente, tudo se vai decidir, o nosso futuro deixou de poder estar adiado.
Não peço uma liderança forte porque a palavra faz recordar fantasmas que estão longe de estarem completamente adormecidos na nossa memória individual e colectiva mas julgo decisiva uma liderança determinada, com um projecto que todos nós entendamos e que nos dê exemplos de seriedade e de modernidade.
Se assim for estão lançadas as sementes para uma sociedade em que a pobreza venha a ser um fenómeno residual que possa ser combatido em circunstâncias mais favoráveis e com outros meios.
Foi com este título que o Jumento, no seu “jornal” diário de 7 do corrente, abordou um tema que constitui o mais grave e difícil problema do nosso país.
O desemprego não é, automaticamente, sinónimo de pobreza mas num país com esquemas de protecção social limitados e um nível baixo de investimento que reduz a possibilidade de novos empregos, constitui um forte motivo de preocupação e, em certos casos, factor de trauma psicológico.
Vagas de trabalhadores são colocadas fora dos circuitos de trabalho ou porque sectores inteiros de actividade perderam a competitividade a favor de outros países que trabalham com condições imbatíveis ou porque através de uma estratégia de redução de custos as grandes empresas fundem-se e quando assim é sobram sempre trabalhadores.
Estamos numa fase de profunda transformação e embora nem tudo mude de um dia para o outro é contudo demasiado rápida para que a aprendizagem da mudança possa ser feita sem enormes custos humanos e sociais, não obstante as medidas que o governo possa tomar no campo da educação, da formação profissional, dos apoios ao emprego e dos esquemas de protecção social.
Investimento e mais investimento é o que o governo procura obter junto dos países que representam as grandes economias emergentes da Índia, China, Brasil, e países Africanos através de um esforço conjunto do PR/Governo no estreitar de relações com esses países porque a convicção é generalizada: só o investimento produz riqueza e sem mais riqueza não se pode criar mais emprego tanto mais que o Estado, grande empregador neste país, vai ter que diminuir, e em muito, os seus funcionários e empregados.
Numa conjuntura destas era importante que o Estado Social se pudesse manter e até aumentar para atender à instabilidade do inevitável emprego precário mas as receitas do Estado que dependem dos impostos e estes do aumento da riqueza não deixam margem.
Por isso, a necessidade de um enorme cuidado e sensibilidade mas também rigor com os critérios que presidem às despesas de cariz social.
Neste campo, alguns dos programas levados a cabo nos últimos anos precisam de ser afinados e completamente despidos de aspectos demagógicos para ganhar votos nas urnas.
A cultura do subsídio/dependência tem que ser erradicada.
De acordo com os velhos e sábios ensinamentos chineses é preferível ensinar as pessoas a pescar do que dar-lhes um peixe todos os dias.
A Globalização veio trazer uma nova realidade que sendo boa para as grandes empresas que dispõem de recursos técnicos e financeiros e se podem movimentar por esse mundo fora foi, no entanto, para a maioria das pequenas e médias empresas e para os seus trabalhadores de terríveis consequências.
Sabia-se que ia ser assim, havia até datas marcadas mas como fazer parar uma vida que está a decorrer?
Criaram a ilusão de que o dia de ontem seria igual ao de hoje, o de hoje ao de amanhã e por aí fora e depois, simplesmente, deixou de haver dia.
Conheci empresários que aplicaram os lucros obtidos em muitos anos de trabalho em novas instalações para as suas fábricas às quais, no outro dia, não sabiam o que fazer porque o mercado, ou o que julgavam ser o mercado, desaparecera.
O que sobrou foi um sentimento de impotência e de desespero como se o mundo, de repente, lhes tivesse faltado debaixo dos pés.
Sem expectativas, restaram, para os mais corajosos e inconformados, os caminhos da emigração como já vem sendo hábito na história do nosso país em situações de maiores dificuldades.
O que está acontecer é uma alteração profunda do nosso tecido económico e isto significa que temos de passar a fazer outras coisas e algumas, das que já fazíamos, de outra maneira.
Para se conseguir isto quase que são precisos novos portugueses, com mais capacidades, com uma instrução e educação apontadas para as necessidades da produção de riqueza que o país, estrategicamente, escolheu como sendo a sua riqueza, aquela para a qual nós e o país estão mais vocacionados.
Durante alguns anos, talvez mais de uma geração, teremos um número de desempregados de longa duração superior ao que tivemos anos atrás porque a aprendizagem a fazer tem que ser interiorizada, leva tempo, para alguns estará mesmo perdida, é como que descobrir dentro de cada um de nós um novo português que, felizmente, já deu provas de existir em muitos casos de sucesso que, de futuro, terão deixar de ser casos para se aplicar ao país.
Deixar para trás os vícios adquiridos ao longo de séculos com os dinheiros fáceis das especiarias, dos escravos, do açúcar, da borracha, do volfrâmio e, mais recentemente, dos Quadros Comunitários de Apoio e para os quais, portugueses como António Sérgio, o meu Prof. Alfredo de Sousa e outros, chamaram a atenção.
A nossa riqueza tem que ser produzida por nós e resultar do nosso trabalho, criatividade, esforço e inteligência individual e colectiva.
A partir de agora, finalmente, tudo se vai decidir, o nosso futuro deixou de poder estar adiado.
Não peço uma liderança forte porque a palavra faz recordar fantasmas que estão longe de estarem completamente adormecidos na nossa memória individual e colectiva mas julgo decisiva uma liderança determinada, com um projecto que todos nós entendamos e que nos dê exemplos de seriedade e de modernidade.
Se assim for estão lançadas as sementes para uma sociedade em que a pobreza venha a ser um fenómeno residual que possa ser combatido em circunstâncias mais favoráveis e com outros meios.
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