A entrevista do Eng. Sócrates
A Entrevista do Eng. Sócrates
Pronto, já lá vai a entrevista do Eng. Sócrates a propósito dos seus três anos de governação com maioria absoluta, desapareceu na voragem dos Noticiários, os seus fumos já se desvaneceram e todos aqueles que se esperava que falassem sobre a entrevista também já disseram o que tinham a dizer, mais tarde tudo será recuperada para a história da governação.
O impacto destas entrevistas não se esgota nelas próprias, continua e prolonga-se até que sobre elas se tenham pronunciado todos aqueles que se espera que o façam e são muitos e dos mais variados quadrantes.
A entrevista vale o que vale em função do que dela disserem os que marcam a opinião… “o que ele disse não me interessa…interessa-me, sim, saber o que os outros pensam daquilo que ele disse…”
Mas o conteúdo da entrevista é apenas uma parte do “objecto” em análise, porque quase tão importante como aquilo que se disse é a forma como foi dito.
Os políticos têm que ser mestres da expressão, as palavras são apenas um dos instrumentos da comunicação e talvez o de menos impacto para certos auditórios e as câmaras da TV perscrutam o rosto por vezes à escala do inadmissível denunciando todos os pormenores.
“…sim, é certo que ele disse isso mas eu vi bem a expressão com que o disse…” é como se o rosto e toda a imagem corporal tivessem o condão de afirmarem o contrário do que foi expresso pelas palavras.
José Sócrates fala com uma “armadura facial” dura e impenetrável que o protege, por um lado, mas torna, por outro, as suas mensagens agrestes e pouco cativantes, leva-nos com ele mas não… “ cantando e rindo, antes a reboque…”é um pouco ao contrário daquela expressão popular do …” encantas-me mas não me convences…”.
Depois, no final de tudo, vem a pergunta resumo: “então, correu bem…?
Para os indefectíveis corre sempre bem…
Para os adversários corre sempre mal…
Para os outros…desta vez…a oposição está de pantanas… não se entendem… uma liderança bicéfala….em resumo: ni!...ou seja, por pruridos do dizer bem e escrúpulos no dizer mal... vale mais falar da oposição.
De facto, Sócrates fez o seu discurso, disse o que já tinha feito, apresentou os seus números e tudo isso dito à sua maneira, como não podia deixar de ser.
Não inventou, não se espraiou, que o tempo também não está para isso e quando, no resto, lhe perguntaram se iria novamente candidatar-se a 1º Ministro, ele respondeu que era cedo para saber -falta ano e meio -- alem de que, obviamente, o PS tem que se pronunciar.
Aqui del-rei, mais um tabu!
Porque não lhe perguntaram antes, independentemente de todas as condicionantes, se ele, simplesmente, gostaria de continuar a Chefe do Governo…? ou só o entrevistado é que tem de revelar imaginação?
Não podemos pedir a José Sócrates aquilo que ele não tem para dar, as “ventoinhas no cérebro” sempre foram do António Vitorino, dele, o querer, a vontade e a determinação…infelizmente não podemos caldear tudo numa única pessoa.
Os que lhe deram o voto queriam estabilidade política e Reformas da Administração Pública que, antes dele, apenas tinham sido faladas e nem sequer tentadas.
Com a sua determinação, principal característica da sua personalidade ele está, finalmente, em vários domínios, a levar por diante essas reformas e por tudo aquilo que já fez e fará até ao fim do período da sua governação será julgado nas próximas eleições.
E se alguém perguntar se, aqui e ali, não teria sido possível fazer melhor eu respondo que a pergunta, nesta altura, só serve para fazer perder tempo e distrair quem faz.
Depois de Sócrates muitos virão para aperfeiçoar o que ele está a fazer, a governação é um contínuo e este país tinha medidas adiadas quase do tempo da implantação da República, decidir fazê-las é já um acto de coragem como reconhece o líder da bancada da Oposição
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