quarta-feira, novembro 05, 2008


Acabou-se…
Finalmente, temos Obama!







Confesso que também eu me envolvi demasiado, do ponto de vista emocional, em todo o processo de candidatura de Barack Obama, primeiro com Hillary Clinton, no seio do partido democrata e finalmente, à escala de todo o país, numa disputa com um carismático concorrente republicano, um velho herói da guerra do Vietnam feito prisioneiro que honrou a sua farda de militar resistindo com coragem e dignidade a esse teste máximo que são os campos de prisioneiros de guerra.

A campanha eleitoral de Obama foi exemplar porque num momento de muitas dificuldades para a América e o resto mundo, ele não só disse a palavra mágica, como foi capaz de a transmitir com uma tal convicção interior que a fez passar para dentro do coração de uma grande maioria dos milhões de americanos que na última madrugada foram às urnas votar.

Esperança, foi a palavra mágica, “ies we can”, transformou-se na receita que mobilizou e mexeu com a sensibilidade dos americanos que perceberam, que não tendo já mais nada a perder, só lhes restava seguirem aquele homem que os olhava, olhos nos olhos, com um semblante sempre sereno e lhes estendia a mão num gesto de fraternidade.

As suas palavras e o seu aspecto com o seu “quê” de messiânico impressionavam quem o ouvia mas o conteúdo dos seus discursos eram ditados por uma grande inteligência, equilíbrio e ponderação, como foi, por exemplo, o discurso que fez sobre o tema da religião, que podem encontrar neste blog legendado, e que constituiu a mais bela peça oratória de um político candidato a Presidente dos EUA sobre um assunto de um tão grande melindre, numa sociedade tão profundamente religiosa, parte dela representada pela candidata Pallin, constitui mesmo uma facção fundamentalista que se rege pelo Velho Testamento e para quem Deus é uma perigosa fixação sempre pronto para justificar as decisões mais bélicas e violentas pela razão muito simples de que…Deus quis.

Cerca de 20% da população encontra-se neste grupo e outros tantos são apenas mais moderados, os restantes são simplesmente religiosos que acreditam em Deus.

Ter conseguido fazer o discurso que fez sobre este ponto tão importante marcando, em definitivo, qual a sua posição após a intervenção desastrada de um reverendo seu amigo, não mostrou apenas os seus extraordinários dotes de orador, mas também uma inteligência brilhante e uma sensibilidade a toda a prova.

Para o bem e para o mal, a história tem-nos presenteado com homens que marcaram épocas, que viraram destinos que, por razões diferentes, se impuseram a todos os outros.

Hoje, isso é cada vez mais difícil porque com a globalização, quando dizemos todos são mesmo todos e perante um certo “cinzentismo” dos homens políticos dos dias de hoje, Obama pode ser o político que o mundo estava espera.

Ele carrega consigo a riqueza genética e cultural de duas raças, a inteligência, a sensibilidade, a segurança, a tranquilidade e os conhecimentos de um homem que sempre esteve preocupado com os outros e com a sociedade e por isso, saber se ele vai ter já ou não os meios financeiros necessários para implementar Serviços de Saúde para os americanos que não têm dinheiro para pagar o respectivo Seguro, não me parece que deva ser factor de pressão e de crítica... ele é simplesmente um homem e não um mágico.

Fiquei muito feliz com a sua eleição e, naturalmente, esperançado num desanuviamento e melhoria das relações entre os EUA e o mundo que passem a ter como base mais diálogo e mais diplomacia com o reforço das grandes Instituições Internacionais que assegurem mais paz e mais e mais justiça para todos os povos.

A minha convicção sincera é que Barack Obama é o homem que tem capacidade para dar um empurrão nesse sentido, e se atentarmos nas manistações de júbilo e alegria esponpontânea das pessoas, um pouco por todo o mundo, dir-se ia que a vitória de Obama nos EUA ultrapassaram, em muito, as fronteiras daquele país.

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