As Dificuldades de Governar Portugal
Não, as dificuldades a que me refiro não têm nada a ver com esta crise, essas são comuns a todos os países da Europa e do mundo, são dificuldades gerais, globais, da responsabilidade dos especuladores financeiros, das economias de casino, virtuais.
Refiro-me a dificuldades próprias, do nosso país, específicas, estruturais, que são históricas, de natureza cultural e já foram referidas por um general romano quando, em missiva para o Imperador, se queixava que aqui, no extremo da Europa, havia um povo corajoso, guerreiro, mas que não sabia nem se deixava governar.
O que se tem passado ao longo do governo de Sócrates constitui, na nossa experiência democrática pós 25 de Abril, o maior testemunho de que assim é na realidade.
As dificuldades experimentadas pelo actual 1º Ministro explicam perfeitamente a razão pela qual, pessoas determinadas e reformistas na condução do país, dificilmente são aceites por todos quantos de há muitos anos se instalaram em situações de poder ou privilégio, de acordo com um princípio egoísta segundo o qual, “o que for bom para mim, para a minha família e meus pares, será bom para o país” e quem vier estragar este “arranjinho” terá de se haver com os “lesados” até ao limite das suas forças, sem olhar a meios e a processos.
Sócrates, reestruturou na totalidade ou em grande parte, a Administração Pública, encerrando e fundindo muitos Institutos Públicos, economizando em Conselhos de Administração, racionalizando e rentabilizando Serviços.
Ao longo do país encerrou dezenas e dezenas de escolas que tinham meia dúzia de alunos, porque a realidade do país hoje é outra e aponta no sentido de concentrar recursos humanos e materiais tirando partido, igualmente, dos grandes investimentos já efectuados em estradas e auto-estradas o que constituiu um factor de aproximação das pessoas.
O mesmo aconteceu no sector da saúde contrariando uma enorme pulverização de serviços que com poucos ou nenhuns meios prestavam um apoio que era mais psicológico do que real.
Concentraram-se meios técnicos e recursos humanos de acordo com um plano que foi pensado e estudado mas as manifestações a favor do “statuo quo” foram tão persistentes que o ministro Correia de Campos, pessoa das mais aptas e competentes para o desempenho das funções, para não fragilizar o governo, retirou-se de cena.
Finalmente, temos tido esta luta, triste, com os professores que se tem sobreposto àquela outra luta que deveria ser travada por uma melhor educação, mas a confusão instalada acerca da avaliação dos professores tem servido de pano para encobrir outros objectivos mais prosaicos como a ascensão na carreira para todos até ao topo ou seja, com dinheiro, mesmo quando a classe dos professores é das mais bem pagas da função pública, e quanto a mim justamente.
Em termos comparativos com os restantes países da Europa ela é, também, das melhores remuneradas.
Mas o que importa salientar, é que nenhum outro 1ºMinisro conseguiu ir tão longe em termos de reformas estruturais quanto José Sócrates e esta é uma questão factual que não tem nada a ver com simpatias, antipatias, goste-se do estilo ou não se goste.
Inevitável, por isso, os ataques pessoais, Já aconteceram no passado por mais que uma vez e voltam agora a acontecer.
Claro que, a todos os cidadãos interessa saber, independentemente do benefício da dúvida que a todas as pessoas deve ser concedido, se o chefe do governo do seu país, no meio de todo este falatório, é uma pessoa honesta ou corrupta e essa informação deve ser procurada junto de quem de direito ou de grande credibilidade e o que me dizem essas pessoas?
- Cândida de Almeida, Procuradora que investiga o caso, no jornal de hoje, dia 30 afirma: “não há elementos para constituir arguidos qualquer pessoa” e noutro passo, “se fosse hoje não teria utilizado na carta rogatória, e referente a José Sócrates, a expressão suspeito de ter recebido, facilitado ou solicitado pagamentos”.
- O Procurador da República volta a firmar que “não há indícios juridicamente relevantes”.
- O Prof. Freitas do Amaral, que tive o prazer de ouvir há dois dias numa entrevista da SIC, pronunciou-se da forma mais clara e explícita a favor de José Sócrates.
Não, as dificuldades a que me refiro não têm nada a ver com esta crise, essas são comuns a todos os países da Europa e do mundo, são dificuldades gerais, globais, da responsabilidade dos especuladores financeiros, das economias de casino, virtuais.
Refiro-me a dificuldades próprias, do nosso país, específicas, estruturais, que são históricas, de natureza cultural e já foram referidas por um general romano quando, em missiva para o Imperador, se queixava que aqui, no extremo da Europa, havia um povo corajoso, guerreiro, mas que não sabia nem se deixava governar.
O que se tem passado ao longo do governo de Sócrates constitui, na nossa experiência democrática pós 25 de Abril, o maior testemunho de que assim é na realidade.
As dificuldades experimentadas pelo actual 1º Ministro explicam perfeitamente a razão pela qual, pessoas determinadas e reformistas na condução do país, dificilmente são aceites por todos quantos de há muitos anos se instalaram em situações de poder ou privilégio, de acordo com um princípio egoísta segundo o qual, “o que for bom para mim, para a minha família e meus pares, será bom para o país” e quem vier estragar este “arranjinho” terá de se haver com os “lesados” até ao limite das suas forças, sem olhar a meios e a processos.
Sócrates, reestruturou na totalidade ou em grande parte, a Administração Pública, encerrando e fundindo muitos Institutos Públicos, economizando em Conselhos de Administração, racionalizando e rentabilizando Serviços.
Ao longo do país encerrou dezenas e dezenas de escolas que tinham meia dúzia de alunos, porque a realidade do país hoje é outra e aponta no sentido de concentrar recursos humanos e materiais tirando partido, igualmente, dos grandes investimentos já efectuados em estradas e auto-estradas o que constituiu um factor de aproximação das pessoas.
O mesmo aconteceu no sector da saúde contrariando uma enorme pulverização de serviços que com poucos ou nenhuns meios prestavam um apoio que era mais psicológico do que real.
Concentraram-se meios técnicos e recursos humanos de acordo com um plano que foi pensado e estudado mas as manifestações a favor do “statuo quo” foram tão persistentes que o ministro Correia de Campos, pessoa das mais aptas e competentes para o desempenho das funções, para não fragilizar o governo, retirou-se de cena.
Finalmente, temos tido esta luta, triste, com os professores que se tem sobreposto àquela outra luta que deveria ser travada por uma melhor educação, mas a confusão instalada acerca da avaliação dos professores tem servido de pano para encobrir outros objectivos mais prosaicos como a ascensão na carreira para todos até ao topo ou seja, com dinheiro, mesmo quando a classe dos professores é das mais bem pagas da função pública, e quanto a mim justamente.
Em termos comparativos com os restantes países da Europa ela é, também, das melhores remuneradas.
Mas o que importa salientar, é que nenhum outro 1ºMinisro conseguiu ir tão longe em termos de reformas estruturais quanto José Sócrates e esta é uma questão factual que não tem nada a ver com simpatias, antipatias, goste-se do estilo ou não se goste.
Inevitável, por isso, os ataques pessoais, Já aconteceram no passado por mais que uma vez e voltam agora a acontecer.
Claro que, a todos os cidadãos interessa saber, independentemente do benefício da dúvida que a todas as pessoas deve ser concedido, se o chefe do governo do seu país, no meio de todo este falatório, é uma pessoa honesta ou corrupta e essa informação deve ser procurada junto de quem de direito ou de grande credibilidade e o que me dizem essas pessoas?
- Cândida de Almeida, Procuradora que investiga o caso, no jornal de hoje, dia 30 afirma: “não há elementos para constituir arguidos qualquer pessoa” e noutro passo, “se fosse hoje não teria utilizado na carta rogatória, e referente a José Sócrates, a expressão suspeito de ter recebido, facilitado ou solicitado pagamentos”.
- O Procurador da República volta a firmar que “não há indícios juridicamente relevantes”.
- O Prof. Freitas do Amaral, que tive o prazer de ouvir há dois dias numa entrevista da SIC, pronunciou-se da forma mais clara e explícita a favor de José Sócrates.
Para mim, por ora, chega. Ao contrário do Sr. Màrio Crespo, na política, como na vida, há valores e princípios que se sobrepôem a tudo o resto.
O país está na situação que está, com os problemas que eram esperados, e o que fazem as forças da reacção enquanto a oposição, cúmplice, silencia?
- Atacam pessoalmente o 1º ministro com o objectivo de o fragilizarem em ano de eleições e, como crítica suprema, acusam-no de não ter sido e continuar a não ser pessimista e derrotista.
- No concreto, acusam-no de apresentar um Orçamento de Estado que o ministro das Finanças afirma ser Suplementar e que a oposição diz que é Rectificativo.
Mas então, na actual conjuntura, não era inevitável um orçamento Rectificativo, Suplementar ou lá como lhe quiserem chamar?
Mas voltemos à pessoa de José Sócrates:
- Corria a campanha para as legislativas de 2005 quando surgiram boatos sobre a sua orientação sexual;
- Mais tarde, Abílio Curto e depois o Público, acusaram-no de ter assinado projectos dos quais não era o autor;
- Sobre a licenciatura em Engenharia Civil na extinta Universidade Independente durou meses a polémica sobre a forma como ele a obteve;
- Finalmente, agora, de maneira gratuita, acusam-no de corrupto e quando ele vem a público queixar-se de uma cabala e de campanha negra, aqui Del’Rei que se está a vitimar!
Então, depois de tantas acusações infundadas não é legítimo e compreensível que ele se queixe?
- Não é?
Concedi o meu voto a José Sócrates pela razão óbvia, idêntica à da maioria dos portugueses:
- Estabilidade política indispensável à tomada de decisões que todos percebíamos que eram difíceis mas indispensáveis.
Hoje, continuo a vê-lo, não obstante a insistência dos ataques pessoais, a estimular e a querer puxar pelos portugueses, dizendo que é preciso pensar no futuro e por isso, investir.
Depende de todos nós viabilizar este país, o mais velho da Europa com as actuais fronteiras, mas para isso não transformemos o nosso presente num enredo de telenovela de duvidosa qualidade porque essa será a forma de comprometer o nosso futuro.
- Atacam pessoalmente o 1º ministro com o objectivo de o fragilizarem em ano de eleições e, como crítica suprema, acusam-no de não ter sido e continuar a não ser pessimista e derrotista.
- No concreto, acusam-no de apresentar um Orçamento de Estado que o ministro das Finanças afirma ser Suplementar e que a oposição diz que é Rectificativo.
Mas então, na actual conjuntura, não era inevitável um orçamento Rectificativo, Suplementar ou lá como lhe quiserem chamar?
Mas voltemos à pessoa de José Sócrates:
- Corria a campanha para as legislativas de 2005 quando surgiram boatos sobre a sua orientação sexual;
- Mais tarde, Abílio Curto e depois o Público, acusaram-no de ter assinado projectos dos quais não era o autor;
- Sobre a licenciatura em Engenharia Civil na extinta Universidade Independente durou meses a polémica sobre a forma como ele a obteve;
- Finalmente, agora, de maneira gratuita, acusam-no de corrupto e quando ele vem a público queixar-se de uma cabala e de campanha negra, aqui Del’Rei que se está a vitimar!
Então, depois de tantas acusações infundadas não é legítimo e compreensível que ele se queixe?
- Não é?
Concedi o meu voto a José Sócrates pela razão óbvia, idêntica à da maioria dos portugueses:
- Estabilidade política indispensável à tomada de decisões que todos percebíamos que eram difíceis mas indispensáveis.
Hoje, continuo a vê-lo, não obstante a insistência dos ataques pessoais, a estimular e a querer puxar pelos portugueses, dizendo que é preciso pensar no futuro e por isso, investir.
Depende de todos nós viabilizar este país, o mais velho da Europa com as actuais fronteiras, mas para isso não transformemos o nosso presente num enredo de telenovela de duvidosa qualidade porque essa será a forma de comprometer o nosso futuro.
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