A História de Israel
O primeiro registo histórico antigo com o nome de Israel remonta a 1210 A. C. e refere-se a um povo (aquele que luta ao lado de Deus) sem estar associado a um lugar geográfico em especial.
Surgiu de grupos nómadas que existiam na Mesopotâmia há cerca de 5.000 anos e que rumaram para leste mas, por questões de uma fome, emigraram para o Egipto no fim do séc. XVII A.C.
Escravizados pelos faraós do Egipto os judeus, que entretanto, sob a égide de Saúl, tinham unificado as suas doze tribos formando um único reino para melhor enfrentarem os povos vizinhos, reconquistaram parte dos seus antigos territórios.
A Saúl sucedeu o seu filho David que expandiu o território de Israel e conquistou Jerusalém onde instalou a capital.
Sob o reinado de Salomão, Israel atinge o apogeu entre 966 e 926 A.C. porém, um pouco mais tarde, o reino divide-se em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel e a Sul o Reino das Duas Tribos, chamado de Reino de Judá, que deu o nome de judeus e judaísmo, cuja capital ficou sendo em Jerusalém.
Em 586 A.C. o Imperador babilónico Nabucodonosor invade Jerusalém e destrói o primeiro Templo e obriga os judeus ao seu primeiro exílio.
Levados à força como prisioneiros para a Babilónio passaram 50 anos como escravos.
Terminado este Primeiro Êxodo e regressados de novo a Jerusalém, reconstruíram a cidade e erigiram um novo Grande Templo.
Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e influenciado por diversas potências da sua época: Assírios, Persas, Gregos e Romanos ao longo de cuja dominação aconteceram duas revoltas e surgiu o Cristianismo.
Os Romanos estabeleceram no reino judeu um Protectorado que interferia na prática da religião hebraica atacando e profanando os locais de culto e a primeira revolta, a chamada Grande Revolta Judaica, teve lugar no ano 66 da nossa era e duraria até ao ano 70 quando o general Tito invade a região, destrói Jerusalém e o segundo Templo.
Cerca de um milhão de judeus teriam então sido mortos e a região foi transformada numa província Romana com o nome de Província Judaea.
A segunda e última revolta contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba que foi esmagada pelo imperador Adriano em 135, os sobreviventes feitos escravos e expulsos da sua terra e a Província Judaea mudou de nome para Província Síria Palaestina, numa tentativa de desligar a terra do seu passado judaico. Depois dos Romanos tivemos os Bizantinos e, finalmente, os Muçulmanos que conquistaram a palestina em 638.
De então para cá teve lugar um novo êxodo ao longo do qual a presença de judeus em Jerusalém foi diminuta. Entre 1517 e 1917 fez parte do Império Otomano.
Os judeus exilados viveram sob o domínio de vários povos, culturas e religiões mas nunca encontraram um clima de liberdade plena. Aceites, é certo, mas hostilizados sob as mais diversas acusações e pretextos, a sua religião e cultura se, por um lado, garantiam a sua sobrevivência como povo, por outro, estavam na origem das perseguições de que eram vítimas.
No século VII, na península Arábica, onde provavelmente chegaram após a destruição do 2º Templo, viram-se envolvidos nas lutas entre Maomé e os habitantes de Meca.
Nesse envolvimento, duas tribos judaicas foram expulsas de Medina e uma terceira foi executada com excepção das mulheres e crianças mas, este episódio está integrado nas lutas ente Meca e Medina, na mentalidade do século VII, e nada tem a ver com as manifestações de anti – semitismo.
Em 1066 ocorre o massacre de Granada e entre os séculos XII e XV os judeus são expulsos do norte da Europa dominada pelos Cristãos.
Os grandes massacres de judeus sucedem-se em vários países: 1290, na Alemanha e Inglaterra, 1390 e 1394 na França e na Espanha em 1391, culminando na expulsão em 1492 e no grande massacre de Lisboa de 1506.
Os judeus passam então a habitar os países da Europa oriental.
Com o fim da Idade Média e o Iluminismo as perseguições diminuem. Durante a Era Moderna os judeus da Rússia e de toda a região leste da Europa são constantemente perseguidos e massacrados sob os mais diversos pretextos e acusações.
Em meados do séc. XIX os “pogroms” (ataques violentos a pessoas e ao seu ambiente: casa, negócios e centros religiosos) deram lugar a ondas de emigração judaica para a América e fomentam o aparecimento dos primeiros movimentos sionistas.
O “Sionismo” de Sion (nome de uma colina da antiga cidade de Jerusalém) surgiu na Europa em meados do séc. XIX, tinha um carácter religioso e pregava o regresso dos judeus à Terra de Israel, como forma de estreitar os laços culturais do povo judeu à volta da sua religião e cultura ancestral.
Entre os séculos XVIII e XIX os judeus que fizeram “aliá” que significa, literalmente, ascensão – o acto de um judeu imigrar para a Terra Santa - foi constante e crescente, estimulado pelo aparecimento periódico de crenças messiânicas e de perseguições anti-judaicas que tinham, quase sempre, motivações religiosas.
Ou eram acusações de “deicídio”, a morte de Jesus, ou lendas sobre envenenamento de poços, uso de sangue de crianças cristãs em rituais judaicos e de heresias.
E foi durante a primeira metade do séc. XIX que a migração judaica para a Palestina sofreu o seu maior incremento constituindo mesmo a maioria da população de Jerusalém em 1844 convivendo com muçulmanos, cristãos, arménios, gregos e outras minorias, sob o domínio Turco – Otomano.
A estes migrantes religiosos vieram depois juntar-se, na segunda metade do século, migrantes seculares que eram, no geral, da Europa central e adeptos de ideologias socialistas.
O primeiro Kibbutz que os judeus estabeleceram na Palestina foi a colónia Mikveh Israel, (esperança de Israel, em hebraico) em 1870.
Em 1895, surge em França o caso do capitão Alfredo Dreyfus, judeu, do exército francês, que foi acusado de traição, julgado e condenado à morte num processo em que era evidente a falta de provas e a inocência do capitão mas sobrava o carácter anti – judaico.
Este processo foi acompanhado por Theodor Herzl, jornalista Húngaro, de origem judaica, que fez a cobertura deste caso para os jornais e que percebeu que estas perseguições aos judeus só terminariam quando estes reconquistassem a sua autonomia nacional.
Nesse mesmo ano escreveu um livro, publicado em Viena, “O Estado Judeu”, onde expôs a sua concepção de uma nação judaica.
Com o fim da 1ª Grande Guerra e a queda do Império Otomano a antiga província da Palestina passou para o domínio da Inglaterra que, atendendo às solicitações sionistas, promulgaram em 1917 a Declaração Balfour pela qual a Inglaterra se comprometia a ajudar a construir um “lar judaico” na Palestina, com a garantia de que este não pusesse em causa os direitos políticos e religiosos das populações não judaicas.
Esta Declaração provocou uma enérgica reacção dos árabes a partir de 1920 e levou os ingleses a recuarem implementando políticas que contrariavam a imigração de judeus para a Palestina.
Mas, com a ascensão do Nazismo assiste-se a uma perseguição aos judeus de uma dimensão nunca vista até então… uma grande tragédia humana vivida por outros povos envolvidos na 2ª Grande Guerra Mundial.
A morte maciça de judeus denominou-se de Holocausto.
Na Palestina, nacionalistas árabes, Mohammad Amim, Grão - Mufti de Jerusalém, (máxima autoridade religiosa), aliam-se aos nazis e promovem, também, a perseguição aos judeus.
As tensões entre judeus e a população árabe da Palestina eram uma realidade e aconteceram incidentes violentos em Jerusalém, Haifa, Hebron e Jaffa, como o massacre, em 1921, de dezenas de idosos judeus em Hebron após o que se constituíram grupos clandestinos de judeus com o objectivo de retaliarem desses ataques.
Um desses grupos, o Irgun, realizou a acção mais espectacular ao atacar Hotel King David em Jerusalém onde funcionava o Quartel General do Mandato Britânico na Palestina e no qual morreram 91 pessoas.
Estes grupos clandestinos judaicos, que os britânicos consideravam como terroristas, não eram aceites tanto pelo Haganá, embrião do que viria a ser o futuro exército israelita, como pela Agência Judaica e pela Organização Sionista que recusavam os seus métodos violentos e que procuravam trabalhar de harmonia com o Mandato Britânico.
Com o fim da 2ª grande Guerra Mundial, o mundo tomou conhecimento da dimensão do holocausto e da morte de 6 milhões de judeus exterminados pelos Nazis.
Com a Europa destruída e os sentimentos anti – semitas ainda exaltados, uma massa de milhões de exilados deixava a Europa para se unirem aos sionistas na Palestina mas a política de restrição à imigração judaica era mantida pelo Mandato Britânico e os grupos militantes judaicos procuravam, clandestinamente, levar o maior número possível de refugiados judeus na Palestina.
(continua)
Surgiu de grupos nómadas que existiam na Mesopotâmia há cerca de 5.000 anos e que rumaram para leste mas, por questões de uma fome, emigraram para o Egipto no fim do séc. XVII A.C.
Escravizados pelos faraós do Egipto os judeus, que entretanto, sob a égide de Saúl, tinham unificado as suas doze tribos formando um único reino para melhor enfrentarem os povos vizinhos, reconquistaram parte dos seus antigos territórios.
A Saúl sucedeu o seu filho David que expandiu o território de Israel e conquistou Jerusalém onde instalou a capital.
Sob o reinado de Salomão, Israel atinge o apogeu entre 966 e 926 A.C. porém, um pouco mais tarde, o reino divide-se em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel e a Sul o Reino das Duas Tribos, chamado de Reino de Judá, que deu o nome de judeus e judaísmo, cuja capital ficou sendo em Jerusalém.
Em 586 A.C. o Imperador babilónico Nabucodonosor invade Jerusalém e destrói o primeiro Templo e obriga os judeus ao seu primeiro exílio.
Levados à força como prisioneiros para a Babilónio passaram 50 anos como escravos.
Terminado este Primeiro Êxodo e regressados de novo a Jerusalém, reconstruíram a cidade e erigiram um novo Grande Templo.
Entretanto, o território dos judeus foi sendo conquistado e influenciado por diversas potências da sua época: Assírios, Persas, Gregos e Romanos ao longo de cuja dominação aconteceram duas revoltas e surgiu o Cristianismo.
Os Romanos estabeleceram no reino judeu um Protectorado que interferia na prática da religião hebraica atacando e profanando os locais de culto e a primeira revolta, a chamada Grande Revolta Judaica, teve lugar no ano 66 da nossa era e duraria até ao ano 70 quando o general Tito invade a região, destrói Jerusalém e o segundo Templo.
Cerca de um milhão de judeus teriam então sido mortos e a região foi transformada numa província Romana com o nome de Província Judaea.
A segunda e última revolta contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba que foi esmagada pelo imperador Adriano em 135, os sobreviventes feitos escravos e expulsos da sua terra e a Província Judaea mudou de nome para Província Síria Palaestina, numa tentativa de desligar a terra do seu passado judaico. Depois dos Romanos tivemos os Bizantinos e, finalmente, os Muçulmanos que conquistaram a palestina em 638.
De então para cá teve lugar um novo êxodo ao longo do qual a presença de judeus em Jerusalém foi diminuta. Entre 1517 e 1917 fez parte do Império Otomano.
Os judeus exilados viveram sob o domínio de vários povos, culturas e religiões mas nunca encontraram um clima de liberdade plena. Aceites, é certo, mas hostilizados sob as mais diversas acusações e pretextos, a sua religião e cultura se, por um lado, garantiam a sua sobrevivência como povo, por outro, estavam na origem das perseguições de que eram vítimas.
No século VII, na península Arábica, onde provavelmente chegaram após a destruição do 2º Templo, viram-se envolvidos nas lutas entre Maomé e os habitantes de Meca.
Nesse envolvimento, duas tribos judaicas foram expulsas de Medina e uma terceira foi executada com excepção das mulheres e crianças mas, este episódio está integrado nas lutas ente Meca e Medina, na mentalidade do século VII, e nada tem a ver com as manifestações de anti – semitismo.
Em 1066 ocorre o massacre de Granada e entre os séculos XII e XV os judeus são expulsos do norte da Europa dominada pelos Cristãos.
Os grandes massacres de judeus sucedem-se em vários países: 1290, na Alemanha e Inglaterra, 1390 e 1394 na França e na Espanha em 1391, culminando na expulsão em 1492 e no grande massacre de Lisboa de 1506.
Os judeus passam então a habitar os países da Europa oriental.
Com o fim da Idade Média e o Iluminismo as perseguições diminuem. Durante a Era Moderna os judeus da Rússia e de toda a região leste da Europa são constantemente perseguidos e massacrados sob os mais diversos pretextos e acusações.
Em meados do séc. XIX os “pogroms” (ataques violentos a pessoas e ao seu ambiente: casa, negócios e centros religiosos) deram lugar a ondas de emigração judaica para a América e fomentam o aparecimento dos primeiros movimentos sionistas.
O “Sionismo” de Sion (nome de uma colina da antiga cidade de Jerusalém) surgiu na Europa em meados do séc. XIX, tinha um carácter religioso e pregava o regresso dos judeus à Terra de Israel, como forma de estreitar os laços culturais do povo judeu à volta da sua religião e cultura ancestral.
Entre os séculos XVIII e XIX os judeus que fizeram “aliá” que significa, literalmente, ascensão – o acto de um judeu imigrar para a Terra Santa - foi constante e crescente, estimulado pelo aparecimento periódico de crenças messiânicas e de perseguições anti-judaicas que tinham, quase sempre, motivações religiosas.
Ou eram acusações de “deicídio”, a morte de Jesus, ou lendas sobre envenenamento de poços, uso de sangue de crianças cristãs em rituais judaicos e de heresias.
E foi durante a primeira metade do séc. XIX que a migração judaica para a Palestina sofreu o seu maior incremento constituindo mesmo a maioria da população de Jerusalém em 1844 convivendo com muçulmanos, cristãos, arménios, gregos e outras minorias, sob o domínio Turco – Otomano.
A estes migrantes religiosos vieram depois juntar-se, na segunda metade do século, migrantes seculares que eram, no geral, da Europa central e adeptos de ideologias socialistas.
O primeiro Kibbutz que os judeus estabeleceram na Palestina foi a colónia Mikveh Israel, (esperança de Israel, em hebraico) em 1870.
Em 1895, surge em França o caso do capitão Alfredo Dreyfus, judeu, do exército francês, que foi acusado de traição, julgado e condenado à morte num processo em que era evidente a falta de provas e a inocência do capitão mas sobrava o carácter anti – judaico.
Este processo foi acompanhado por Theodor Herzl, jornalista Húngaro, de origem judaica, que fez a cobertura deste caso para os jornais e que percebeu que estas perseguições aos judeus só terminariam quando estes reconquistassem a sua autonomia nacional.
Nesse mesmo ano escreveu um livro, publicado em Viena, “O Estado Judeu”, onde expôs a sua concepção de uma nação judaica.
Com o fim da 1ª Grande Guerra e a queda do Império Otomano a antiga província da Palestina passou para o domínio da Inglaterra que, atendendo às solicitações sionistas, promulgaram em 1917 a Declaração Balfour pela qual a Inglaterra se comprometia a ajudar a construir um “lar judaico” na Palestina, com a garantia de que este não pusesse em causa os direitos políticos e religiosos das populações não judaicas.
Esta Declaração provocou uma enérgica reacção dos árabes a partir de 1920 e levou os ingleses a recuarem implementando políticas que contrariavam a imigração de judeus para a Palestina.
Mas, com a ascensão do Nazismo assiste-se a uma perseguição aos judeus de uma dimensão nunca vista até então… uma grande tragédia humana vivida por outros povos envolvidos na 2ª Grande Guerra Mundial.
A morte maciça de judeus denominou-se de Holocausto.
Na Palestina, nacionalistas árabes, Mohammad Amim, Grão - Mufti de Jerusalém, (máxima autoridade religiosa), aliam-se aos nazis e promovem, também, a perseguição aos judeus.
As tensões entre judeus e a população árabe da Palestina eram uma realidade e aconteceram incidentes violentos em Jerusalém, Haifa, Hebron e Jaffa, como o massacre, em 1921, de dezenas de idosos judeus em Hebron após o que se constituíram grupos clandestinos de judeus com o objectivo de retaliarem desses ataques.
Um desses grupos, o Irgun, realizou a acção mais espectacular ao atacar Hotel King David em Jerusalém onde funcionava o Quartel General do Mandato Britânico na Palestina e no qual morreram 91 pessoas.
Estes grupos clandestinos judaicos, que os britânicos consideravam como terroristas, não eram aceites tanto pelo Haganá, embrião do que viria a ser o futuro exército israelita, como pela Agência Judaica e pela Organização Sionista que recusavam os seus métodos violentos e que procuravam trabalhar de harmonia com o Mandato Britânico.
Com o fim da 2ª grande Guerra Mundial, o mundo tomou conhecimento da dimensão do holocausto e da morte de 6 milhões de judeus exterminados pelos Nazis.
Com a Europa destruída e os sentimentos anti – semitas ainda exaltados, uma massa de milhões de exilados deixava a Europa para se unirem aos sionistas na Palestina mas a política de restrição à imigração judaica era mantida pelo Mandato Britânico e os grupos militantes judaicos procuravam, clandestinamente, levar o maior número possível de refugiados judeus na Palestina.
(continua)
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