quinta-feira, janeiro 08, 2009


O ESTADO DE ISRAEL
(continuação)





O aumento dos conflitos entre árabes, judeus e ingleses forçou a uma reunião da Assembleia Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, que decidiu a divisão da palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe que deveriam formar uma união económica e aduaneira.

Esta decisão foi bem acolhida pela maioria das lideranças sionistas mas não todas, algumas pretendiam a totalidade do território da palestina para o estado judeu.

De uma forma esperada, a Liga Árabe não aceita o plano de partilha e desencadeia uma guerra entre judeus e árabes.

Em 14 de Maio de 1948, horas antes de terminar o mandato britânico sobre a Palestina, David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência do Estado de Israel.

Em 1949, realizam-se as primeiras eleições parlamentares e aprovam-se leis que asseguram o controle da educação e o direito de retorno ao país de todos os judeus. A economia floresce com o apoio estrangeiro e as remessas particulares.

Estava consumada a criação do Estado de Israel, decisão justificada pelos antecedentes históricos do povo judeu, escorraçado e injustiçado durante séculos por todos os países da Europa; injusta para os palestinos que sempre viveram naqueles territórios e os consideravam seus e, finalmente, decisão trágica em termos de futuro com oito guerras em sessenta anos e um permanente clima de conflitualidade.

Por um lado, os radicais fundamentalistas religiosos muçulmanos assumiram a liderança do processo por outro, a intransigência e falta de sensibilidade dos judeus, quase sempre a preferirem as soluções de força em vez das justas cedências que dessem cumprimento às deliberações internacionais da ONU e da Liga Árabe.

Em vez disso, decisões intransigentes e de força por parte de Israel em resposta a uma reacção de permanente violência dos palestinos que não aceitaram que as suas terras, onde sempre viveram, servissem de território para a criação de um estado judaico.

Quando, por alguns “momentos”, uma janela de paz se abre, logo as forças do ódio, violência e extermínio se impõem no processo e colocam um fim na esperança da paz.

O Acordo entre a OLP e Israel firmado na cidade de Teba, no Egipto, em 24 de Setembro de 1995, pelo 1º Ministro Itzhak Rabin e Arafat, com o início da Autoridade Palestina sobre partes de Gaza e Cisjordânia parecia ser essa janela, indo ao encontro das aspirações do estado palestino.

A OLP, transformada em governo, começou a receber ajuda financeira externa e iniciou a organização de uma administração e de forças armadas… mas os sectores que não queriam a paz travaram este caminho:

- O Hamas, a Jihad Islâmica e as Brigadas dos Mártires, por parte dos palestinos e, do outro lado, os sectores radicais que não aceitavam a cessão de territórios para a construção do estado da palestina.

Apesar de tudo, Israel e a Autoridade Palestina continuaram mas em Novembro de 1995, Itzhak Rabin é assassinado por um militante extremista judeu após um evento pacifista na cidade de Tel Aviv e Shimon Peres assume o lugar de 1º Ministro e após ele, Benjamin Natanyahu, do partido Likud, que sempre tinha sido céptico aos acordos de paz.

De facto, entre 1994 e 96, houve 20 atentados terroristas contra Israel de que resultaram 150 mortos e todos estes atentados foram reivindicados por grupos palestinos que não aceitaram os acordos de paz.

Em 2006, após um ataque da milícia Hezbollah, que, entretanto, ganhou ascendente e desempenhava já funções do Estado no sul do Líbano, vitimou nove soldados israelitas e logo se iniciou o conflito Israel -Libanês que vitimou 1.200 pessoas dos dois lados e terminou com um cessar fogo negociado entre os EUA e a França com a promessa da entrada de tropas internacionais no espaço ao sul do rio Litani e o fim dos ataques mútuos entre o Hezbollah e Israel.

Há uma semana, em resposta aos rokets que o Hamaz enviava diariamente sobre as cidades israelitas num raio de 40 km a partir da fronteira, o Exército Israelita começou por bombardear com a aviação a Faixa de Gaza e, finalmente, entrou com a infantaria e artilharia no território com o objectivo de impedir que, futuramente, mais rokets sejam lançados pelo Hamaz sobre as suas cidades e os mortos, entre civis, mulheres e crianças e combatentes, somam já várias centenas.

Talvez, em um qualquer próximo dia, se consiga, pela interferência de países influentes, um novo cessar-fogo, mas a paz continuará adiada e a grande incógnita é saber se ela é possível.

O carácter religioso fundamentalista, radical, extremista, com o elogio da morte como alegria e vitória supremas por parte dos líderes do Hamaz, colocam hoje o objectivo da paz ainda mais distante.

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