Eugénio de Andrade
SOBRE FLANCOS E BARCOS
Havia ainda outro jardim
O da minha vida
Exíguo é certo mas o do meu olhar
São talvez dois pássaros que se amam
Um sobre o outro ou dois cães de pé
É sempre a mesma inquietação
Este delírio branco ou rumor
Da chuva sobre flancos e barcos
O Inverno vai chegar
Sobre a palha ainda quente a mão
Uma doçura de abelha muito jovem
Era o sopro distante das manhãs sobre o mar
E eu disse sentindo os seus passos nos pátios do coração
É o silêncio é por fim o silêncio
Vai desabar…
RESPIRO O TEU CORPO
Sabe a lua de água
Ao amanhecer,
Sabe a cal molhada,
Sabe a luz mordida
Sabe a brisa nua,
Ao sangue dos rios,
SOBRE FLANCOS E BARCOS
Havia ainda outro jardim
O da minha vida
Exíguo é certo mas o do meu olhar
São talvez dois pássaros que se amam
Um sobre o outro ou dois cães de pé
É sempre a mesma inquietação
Este delírio branco ou rumor
Da chuva sobre flancos e barcos
O Inverno vai chegar
Sobre a palha ainda quente a mão
Uma doçura de abelha muito jovem
Era o sopro distante das manhãs sobre o mar
E eu disse sentindo os seus passos nos pátios do coração
É o silêncio é por fim o silêncio
Vai desabar…
RESPIRO O TEU CORPO
Sabe a lua de água
Ao amanhecer,
Sabe a cal molhada,
Sabe a luz mordida
Sabe a brisa nua,
Ao sangue dos rios,
Sabe a rosa louca
Ao cair da noite
Sabe a pedra amarga,
Sabe à minha boca…
Ao cair da noite
Sabe a pedra amarga,
Sabe à minha boca…
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