segunda-feira, março 16, 2009


Tieta do Agreste
EPISÓDIO Nº 72


SHERLOKS A POSTOS


Interrompo a narrativa para deixar claro que todos os dados necessários à solução do enigma a envolver Tieta (e com ela Leonora) estão colocados na mesa das deduções, diante do leitor. Não é preciso ser Sherlock Holmes ou Hercule Poirot para tudo descobrir. Por que então dona Carmosina foi no embrulho? Os olhos cegos pela amizade, acreditou no conto.

Aliás, não houve em nenhum momento, da minha parte, a intenção de enganar o público, de esconder-lhe factos, de baratiná-lo. Tampouco havia por que sair contando o fim no começo, desvendando o passado antes de fazer-se necessário. Nos folhetins sempre se considerou essencial um pouco de suspense para atiçar a emoção dos leitores.

Estão à disposição da capacidade de cada um, nas páginas já lidas, pistas e indícios, mais do que suficientes. A maioria, com certeza deu-se conta da verdade desde o início e, se nada disse, fez bem para não alertar os lerdos de entendimento. Não pensem sobretudo que eu escondi, torci ou inventei detalhes, na intenção de não manchar a imagem de Tieta. Se ela, em respeito à família e aos preconceitos de Sant’Ana do Agreste, teceu uma teia de enganos, não me cabem responsabilidades e culpa. Não a julgo, por isso, nem melhor nem pior, nem creio que a actuação posterior por ela desenvolvida tenha menos mérito por causa da sua condição. Mérito ou demérito, dependendo, é claro, da posição de cada um diante das propostas do Magnífico Doutor. Quais? Já veremos, no decorrer da narrativa.

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