Tieta do Agreste
EPISÓDIO Nº 140
Cresceu a aglomeração na Praça Desembargador Oliva. Nomeando-se embaixador dos meninos da cidade, Peto aproximou-se do aparelho, puxou conversa com o piloto, sorriu para Bety Papai Noel, veio ajudá-la no desembarque das sacolas. Ao apertá-las, curioso, sente bonecas, automóveis de lata, percebe brinquedos miúdos para crianças pequenas, desinteressa-se – em breve cumprirá treze anos, será um rapaz e Osnar o levará à primeira caçada.
Da porta da Prefeitura, ao lado de Ascânio, o Magnífico Doutor contempla as velhas casas da Praça, a gente pobre reunida no assombro do helicóptero, pronuncia:
- Amanhã, com a Brastânio, aqui se erguerão arranha-céus!
Baba-se Ascânio, santas palavras, que os anjos digam amem, é quando deseja. Não resiste, transforma o aperto de mão em cordial e grato abraço:
- Muito obrigado, doutor. Fico à espera.
- Imediatamente após as festas de fim de ano.
Antes de reentrar no helicóptero, Papai Noel acolhe de encontro ao peito o indócil representante das crianças pobres, nem tão criança nem tão pobre, beija-o na face. Lábios macios e quentes, perfumado hálito, gostusura. Peto retribui-lhe os beijos, achega-se mais, sente o volume do busto, os seios soltos sob a túnica de cetim.
O bojo do aparelho está repleto de sacolas idênticas às que ficaram na sala do andar térreo da Prefeitura, onde se reúne o andar o Conselho Municipal quando raramente o coronel Artur de Tapitanga o convoca, sempre a pedido de Ascânio, um formalista. Reuniões inúteis, nas quais os edis aprovam por aclamação o que o coronel decidiu, exactamente como o faz o Parlamento Nacional em relação aos projectos do Executivo.
As hélices ganham velocidade, eleva-se a nave, ruma em direcção ao mar. O Magnífico Doutor prossegue a viagem natalina, levando para Valença, Ilhéus e Itabuna, em nome da Brastânio, Papai Noel, sacolas e promessas de futuro grandioso. Não irá, no entanto, a Arembepe. Para cada local e ocasiãe promessas o, uma estratégia.
EPISÓDIO Nº 140
Cresceu a aglomeração na Praça Desembargador Oliva. Nomeando-se embaixador dos meninos da cidade, Peto aproximou-se do aparelho, puxou conversa com o piloto, sorriu para Bety Papai Noel, veio ajudá-la no desembarque das sacolas. Ao apertá-las, curioso, sente bonecas, automóveis de lata, percebe brinquedos miúdos para crianças pequenas, desinteressa-se – em breve cumprirá treze anos, será um rapaz e Osnar o levará à primeira caçada.
Da porta da Prefeitura, ao lado de Ascânio, o Magnífico Doutor contempla as velhas casas da Praça, a gente pobre reunida no assombro do helicóptero, pronuncia:
- Amanhã, com a Brastânio, aqui se erguerão arranha-céus!
Baba-se Ascânio, santas palavras, que os anjos digam amem, é quando deseja. Não resiste, transforma o aperto de mão em cordial e grato abraço:
- Muito obrigado, doutor. Fico à espera.
- Imediatamente após as festas de fim de ano.
Antes de reentrar no helicóptero, Papai Noel acolhe de encontro ao peito o indócil representante das crianças pobres, nem tão criança nem tão pobre, beija-o na face. Lábios macios e quentes, perfumado hálito, gostusura. Peto retribui-lhe os beijos, achega-se mais, sente o volume do busto, os seios soltos sob a túnica de cetim.
O bojo do aparelho está repleto de sacolas idênticas às que ficaram na sala do andar térreo da Prefeitura, onde se reúne o andar o Conselho Municipal quando raramente o coronel Artur de Tapitanga o convoca, sempre a pedido de Ascânio, um formalista. Reuniões inúteis, nas quais os edis aprovam por aclamação o que o coronel decidiu, exactamente como o faz o Parlamento Nacional em relação aos projectos do Executivo.
As hélices ganham velocidade, eleva-se a nave, ruma em direcção ao mar. O Magnífico Doutor prossegue a viagem natalina, levando para Valença, Ilhéus e Itabuna, em nome da Brastânio, Papai Noel, sacolas e promessas de futuro grandioso. Não irá, no entanto, a Arembepe. Para cada local e ocasiãe promessas o, uma estratégia.
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