segunda-feira, julho 13, 2009


RASGAMOS
OU NÃO
RASGAMOS?



Afinal, Drª Leite, em que ficamos? Rasgamos ou não rasgamos?

É que os adversários políticos de José Sócrates que ao longo de quatro anos suspiraram por políticas alternativas ao seu governo, ficaram eufóricos, entusiasmados, quase fora de si, quando a senhora há duas semanas atrás afirmou categoricamente, com uma autentica senha destruidora, que rasgaria as políticas económicas e sociais do actual governo.

Finalmente, perfilava-se uma oposição radical, estranha e surpreendentemente oriunda da mesma área política, é verdade, mas tal só significava que para todo o pessoal do centrão que umas vezes vota PS outras PSD e que odeia Sócrates, iria poder assistir à destruição total da sua obra política sem ter que votar no PCP ou no Bloco.

Íamos poder voltar ao ponto zero, apagar tudo e fazer de novo, bem ao nosso jeito português: “tudo ou nada, mulher do diabo”, como se dizia antigamente, porque oposição que se preze e queira agradar aos descontentes não se pode ficar por meias tintas… ou é oposição ou não é.

Com a garantia de que quem prometia esse terramoto político que não deixaria pedra sobre pedra, não era um qualquer jovem e irresponsável político para agradar a franjas despeitadas e desiludidas da vida do eleitorado português, mas uma senhora já com alguma idade, algo retocada ultimamente, é certo, e com anteriores experiências governativas no país.

Pessoalmente, quando ouvi a senhora dizer, desassombradamente, olhos nos olhos, que rasgava tudo, confesso que tremi, pelo meu futuro e o dos meus concidadãos, mas não deixei de admirar a coragem Kamikaze daquela senhora que já não sendo uma jovem, em directo, pela Televisão, informava os portugueses das suas intenções autenticamente suicidas.

Como se dizia, na minha juventude: “é d’homem”, que no caso em apreço: “é de mulher”!

Afinal, desilusão das desilusões, suprema frustração, a senhora agora dá o dito por não dito e já não rasga nada, talvez umas coisitas...

Ora bolas!, e eu que estava quase a passar-me para o campo dela. Já não se pode acreditar em ninguém, nem mesmo em respeitáveis senhoras...
A ânsia de alcançar o poder que até há pouco parecia tão distante, logo liquidou o mais importante factor de credibilidade: a memória, não a longíqua mas a de uma semana atrás, relativamente ao aspecto mais importante do seu futuro programa político: rasgar e não rasgar todas as políticas do governo anterior.


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