segunda-feira, agosto 24, 2009


A LIÇÃO DO TERRORISMO





A LIÇÃO DO TERRORISMO É A DE QUE SE HÀ DEUS TUDO É PERMITIDO, INCLUSIVAMENTE MATAR MILHARES DE INOCENTES.


Ao longo da história das religiões milhares de homens falaram em nome de Deus expressando por palavras suas aquelas que seriam as de Deus, ditando em nome dele, formas de pensamento e atitudes em todos os aspectos da vida.

Na realidade, nunca correram o risco de serem desmentidos porque jamais alguém ouviu Deus ou conversou com ele.

Acreditar em Deus tem constituído, assim, um filão para todos quantos se arrogaram o direito de superioridade e de comando de outros homens e nunca argumento algum se mostrou tão eficaz e convincente como o de “falar em nome de Deus”.

Simone Weil, judia, não praticante, irmã do grande matemático André Weil e tal como ele, dotada de uma extraordinária e precoce inteligência (aos 12 anos já falava grego arcaico), cresceu agnóstica e foi uma filósofa militante.

Dizia ela:

- "Há sempre um sentido ilimitado do desejo e estes, ao contrário dos limitados, não estão em harmonia com o mundo; pior, o nosso contacto com o bem, ao contrário das atitudes anti-éticas egoístas, sendo impulsionado por desejos de infinitude, visam o absoluto.

A origem do bem tem um poder destrutivo tal que, para a nossa estabilidade pessoal, tem de parecer como mal. Por isso Cristo teve de morrer."

A violência não é um acidente nas religiões, é a sua essência; a disputa religiosa cresce como "uma maré tinta de sangue".

Quando a religião emerge como a principal fonte de violência assassina no mundo, não será o ateísmo a melhor oportunidade de paz?

No romance “Os Irmãos Karamazov” pode ler-se: “ Se Deus não existe tudo é permitido”.

A lição do terrorismo actual é a de que: “Se há Deus tudo é permitido, mormente matar milhares de inocentes, em nome de Deus”.

Lembram-se da Sara Pallin, que perdeu na disputa com John McCain o direito a defrontar o candidato democrata Barack Obama? Quando lhe perguntaram por que tinham os EUA atacado o Iraque, ela, profundamente crente, respondeu simplesmente:

“ Porque Deus quis…”

Pedro Baptista, escritor e investigador, escreve no Público:

- “ O crime será o supremo culto de Deus pelos que mais almejam a pureza da coerência e da obediência na execução dos superiores ditames, no cumprimento do dever".

- “As piores formas de terror decorrem das mais elevadas intenções…" como se prova por todas as guerras de carácter religioso ou de conquista do poder pela afirmação de um deus contra outro deus ou deuses ou até pela maneira diferente de prestar culto a um mesmo deus.

Cristãos e Islamitas, religões monoteístas, há séculos que se matam com requintes de crueldade tal como acontece dentro da mesma religião: anti-judeísmo cristão, anti-islamismo cristão, anti-paganismo cristão, anti-cristianismo e anti-judeísmo islâmico, etc…

Como se deve interpretar a frase de que “todos os homens são irmãos”?

Significa “que aqueles que não aceitam tal fraternidade não são homens?" interroga-se Slavoc Zizec, filósofo e psicanalista esloveno, que adianta o paradoxo de Khomeni ao afirmar, por um lado, que a revolução iraquiana não tinha liquidado uma única pessoa mas quando confrontado com as execuções que foram noticiadas, logo explicou que esses não eram pessoas mas “cães criminosos”…

E assim continua o mundo, ontem como hoje, dominado pelas guerras promovidas pelas pessoas religiosas em nome das suas religiões.

Site Meter