O Dr. Alberto João e o Bailinho da Madeira
O Alberto João, como familiarmente é tratado pelos seus conterrâneos madeirenses, levou 11 anos a tirar o curso de Direito e agora, ao fim de quase uma vida, percebe-se que não terá sido por falta de recursos intelectuais.
É que o Alberto João ao longo desses 11 anos, para além das sebentas de Direito, aprendeu ainda outra coisa que lhe foi muito mais importante para a sua vida:
- Como ser dono e senhor de uma ilha em pleno regime democrático saído da revolução do 25 de Abril.
Alberto João põe e dispõe na Ilha da Madeira a seu belo prazer desde Março de 1978 e a sua liderança é de tal forma incontestada que quando sair do poder, lá para 2011, no fim do novo governo que irá sair das próximas eleições que ele próprio provocou, vai deixar um autentico vazio político e tudo terá que partir novamente do zero porque o seu estilo de governar é de tal forma pessoal que se tornou intransmissível, não fez escola, ele é a própria escola.
Maiorias absolutas consecutivas em vitórias eleitorais têm-lhe permitido usar o poder de uma forma demagógica, populista, arrogante e ditatorial que longe de lhe merecer a censura e a reprovação das forças democráticas estiveram na origem de catorze (14) Condecorações entre Grâ-Cruzes, Comendas, Medalhas de Honra, Colares, Medalhas sem serem de Honra, etc… atribuídas por Portugal, Venezuela, Suécia, Conselho da Europa e por aí fora.
Mas se não é o estilo arrogante, demagógico, populista e ditatorial que está na base de tanta homenagem o que será então?
- É o Poder, o Poder que se alcança, mantém, ostenta, usa e abusa há trinta anos e se reverencia, homenageia e aplaude apenas porque é o Poder e ainda por cima, dito democrático o que permite a Alberto João pavonear-se de peito inchado e olhar desafiador e provocante.
Os outros, fingem não perceber que grande parte dos votos que lhe garantem as maiorias absolutas passaram a ser, a partir de certo momento, dos funcionários, suas famílias e de todo o tipo de gente dependente dos seus Governos e dos interesses progressivamente criados à sua volta o que, numa pequena ilha de 250.000 pessoas, profundamente religiosas, facilmente chega e sobra para maiorias absolutas.
Mas é evidente que também há mérito de Alberto João. Ele é um artista nato na verdadeira acepção da palavra e a liderança é nele uma atitude que nasceu consigo.
O seu estilo entre o trágico e o cómico é arrebatador, empolgante e os seus comícios que deixam embasbacados os seus conterrâneos, espectadores pouco exigentes, são reveladores de uma força e autenticidade que só é possível aos predestinados.
O fenómeno Alberto João percebe-se melhor quando se vai à Madeira e se tem oportunidade de a visitar circulando em belíssimas auto-estradas que perfuram as montanhas e constituem hoje um cartão de visita da ilha, rivalizando com as belíssimas paisagens próprias de uma terra que emerge das profundezas do mar, trepa direita ao céu e lhe conquista as nuvens que, vencidas, lhe servem de tapete no Pico Ruivo, a mais de 1800 metros de altitude.
Os madeirenses são ilhéus, cativos numa pequena ilha que por mais linda não deixa de ser uma prisão e eles sentem-se, por isso, descriminados, injustiçados, condenados a subir e a descer montanha acima, montanha abaixo ou andar à volta até chegar ao ponto de partida…resta o mar, o céu e a emigração, destino inevitável a quem nasce e vive confinado a um espaço que mais cedo ou tarde se esgota e não chega para todos.
Alberto João “abanou-os” com discursos inflamados, vitimou-os, tornou-os credores aos olhos de Portugal e da Europa de todos os apoios possíveis no âmbito dos Quadros Comunitários e do Governo do país numa política que os seus conterrâneos agradeceram:
-Em vez de emigrarem à procura do dinheiro que a Ilha não lhes podia dar era o próprio dinheiro que ia ter com eles…tão simples como isto!
E o dinheiro foi tanto que deu para muita coisa como aquele aeroporto, obra extraordinária e caríssima de engenharia, agora porta de entrada segura e moderna para os turistas e as faraónicas auto-estradas.
Outro, que não o Alberto João, teria conseguido tanto dinheiro?
Outro, que não o Alberto João, com todo aquele dinheiro, teria feito mais e melhor?
As perguntas aí estão e os madeirenses vão-lhe respondendo com votações esmagadoras que ridicularizam as oposições.
Conseguir votos lá dentro e dinheiro cá fora tornou-se já tarefa de rotina para este político a quem Jaime Gama chamou de "Bokassa" madeirense para anos tarde, em visita institucional, o comular de elogios...
É que o Alberto João ao longo desses 11 anos, para além das sebentas de Direito, aprendeu ainda outra coisa que lhe foi muito mais importante para a sua vida:
- Como ser dono e senhor de uma ilha em pleno regime democrático saído da revolução do 25 de Abril.
Alberto João põe e dispõe na Ilha da Madeira a seu belo prazer desde Março de 1978 e a sua liderança é de tal forma incontestada que quando sair do poder, lá para 2011, no fim do novo governo que irá sair das próximas eleições que ele próprio provocou, vai deixar um autentico vazio político e tudo terá que partir novamente do zero porque o seu estilo de governar é de tal forma pessoal que se tornou intransmissível, não fez escola, ele é a própria escola.
Maiorias absolutas consecutivas em vitórias eleitorais têm-lhe permitido usar o poder de uma forma demagógica, populista, arrogante e ditatorial que longe de lhe merecer a censura e a reprovação das forças democráticas estiveram na origem de catorze (14) Condecorações entre Grâ-Cruzes, Comendas, Medalhas de Honra, Colares, Medalhas sem serem de Honra, etc… atribuídas por Portugal, Venezuela, Suécia, Conselho da Europa e por aí fora.
Mas se não é o estilo arrogante, demagógico, populista e ditatorial que está na base de tanta homenagem o que será então?
- É o Poder, o Poder que se alcança, mantém, ostenta, usa e abusa há trinta anos e se reverencia, homenageia e aplaude apenas porque é o Poder e ainda por cima, dito democrático o que permite a Alberto João pavonear-se de peito inchado e olhar desafiador e provocante.
Os outros, fingem não perceber que grande parte dos votos que lhe garantem as maiorias absolutas passaram a ser, a partir de certo momento, dos funcionários, suas famílias e de todo o tipo de gente dependente dos seus Governos e dos interesses progressivamente criados à sua volta o que, numa pequena ilha de 250.000 pessoas, profundamente religiosas, facilmente chega e sobra para maiorias absolutas.
Mas é evidente que também há mérito de Alberto João. Ele é um artista nato na verdadeira acepção da palavra e a liderança é nele uma atitude que nasceu consigo.
O seu estilo entre o trágico e o cómico é arrebatador, empolgante e os seus comícios que deixam embasbacados os seus conterrâneos, espectadores pouco exigentes, são reveladores de uma força e autenticidade que só é possível aos predestinados.
O fenómeno Alberto João percebe-se melhor quando se vai à Madeira e se tem oportunidade de a visitar circulando em belíssimas auto-estradas que perfuram as montanhas e constituem hoje um cartão de visita da ilha, rivalizando com as belíssimas paisagens próprias de uma terra que emerge das profundezas do mar, trepa direita ao céu e lhe conquista as nuvens que, vencidas, lhe servem de tapete no Pico Ruivo, a mais de 1800 metros de altitude.
Os madeirenses são ilhéus, cativos numa pequena ilha que por mais linda não deixa de ser uma prisão e eles sentem-se, por isso, descriminados, injustiçados, condenados a subir e a descer montanha acima, montanha abaixo ou andar à volta até chegar ao ponto de partida…resta o mar, o céu e a emigração, destino inevitável a quem nasce e vive confinado a um espaço que mais cedo ou tarde se esgota e não chega para todos.
Alberto João “abanou-os” com discursos inflamados, vitimou-os, tornou-os credores aos olhos de Portugal e da Europa de todos os apoios possíveis no âmbito dos Quadros Comunitários e do Governo do país numa política que os seus conterrâneos agradeceram:
-Em vez de emigrarem à procura do dinheiro que a Ilha não lhes podia dar era o próprio dinheiro que ia ter com eles…tão simples como isto!
E o dinheiro foi tanto que deu para muita coisa como aquele aeroporto, obra extraordinária e caríssima de engenharia, agora porta de entrada segura e moderna para os turistas e as faraónicas auto-estradas.
Outro, que não o Alberto João, teria conseguido tanto dinheiro?
Outro, que não o Alberto João, com todo aquele dinheiro, teria feito mais e melhor?
As perguntas aí estão e os madeirenses vão-lhe respondendo com votações esmagadoras que ridicularizam as oposições.
Conseguir votos lá dentro e dinheiro cá fora tornou-se já tarefa de rotina para este político a quem Jaime Gama chamou de "Bokassa" madeirense para anos tarde, em visita institucional, o comular de elogios...
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