domingo, outubro 25, 2009


DUAS PROPOSTAS
INTELIGENTES




Nós sabemos que as sociedades em que vivemos são geridas por critérios economicistas mas vamos esquecê-los por momentos:

- 1ª Proposta:

- Quarenta e quatro milionários alemães iniciaram uma campanha para convencer a chanceler Merkel a aumentar a carga fiscal sobre os mais privilegiados.

Os membros deste grupo admitem ter mais dinheiro do que o necessário e afirmaram-se dispostos a contribuir com o excedente para financiar programas sociais e económicos que ajudem a recuperar a economia alemã. Se a proposta for aceite o estado alemão poderá embolsar em dois anos, cem mil milhões de euros.

- 2ª Proposta:

- Carvalho da Silva da CGTP, perante a recomendação do Governador do Banco de Portugal para a moderação dos salários no próximo ano à volta de 1%, sugere a redução drástica dos prémios dos gestores das empresas de forma a permitir aumentar o salário mínimo de 10%.

Para além de inteligentes, ambas as propostas são justas do ponto de vista humano e vantajosas no aspecto social.


Está visto, que por muito dinheiro que uma pessoa tenha a qualidade da sua vida não pode continuar a aumentar em paralelo com o aumento da sua fortuna. Os excedentes acumulam-se sob a forma de entesouramento ou são canalizados para investimento directamente ou por intermédias pessoas com o risco que isso representa.

Ora, uma pessoa depois de ser muito rica deseja, principalmente, saúde e poder viver em paz, segurança e tranquilidade social. Sem estes condicionalismos não poderá desfrutar, em plenitude, a sua riqueza.

Ceder o dinheiro ao estado significa, em primeiro lugar, uma prova de confiança na instituição e nas pessoas que governam e isto é, indubitavelmente, bom.

Contribuir para melhorar a situação e a qualidade vida dos compatriotas, especialmente dos mais necessitados, teria como resultado alcançar um melhor clima social com mais harmonia e tranquilidade o que, naturalmente, aproveitaria a todos, os mais ricos incluídos.


A proposta do líder da CGTP, Carvalho da Silva, refere um aspecto sensível, nevrálgico e muito discutível que são os altos prémios que os gestores auferem estabelecidos por eles próprios nos estatutos das empresas que gerem com a cumplicidade dos governos e accionistas.

Diz Carvalho da Silva que uma redução drástica desses prémios permitiria economizar dinheiro suficiente para aumentar de 10% o salário mínimo nacional.

As contas não estarão feitas, a sugestão será mais um desabafo mas pergunta-se: com que legitimidade trabalhadores, não obstante as responsabilidades das funções que exercem, ganhando ordenados que no nosso país são mais elevados do que na média europeia, beneficiando de regalias e mordomias de toda a espécie que correspondem a outros tantos ordenados, se permitem ainda estabelecer prémios chorudos a si próprios, às vezes, mesmo, em situações deficitárias das suas empresas?

Supondo que a sugestão de Carvalho da Silva era possível e exequível, apenas no campo das suposições, não só os trabalhadores de mais baixos salários teriam o maior aumento de sempre como também o consumo sofreria um forte impulso o que seria bom para as empresas e para o estado. O clima social ficaria desassombrado e os trabalhadores sentiriam que, pela 1ª vez, alguém tinha pensado neles a sério e esse sentimento seria bem mais importante que os menos de cinquenta euros a mais no salário ao fim do mês.

Por isso considerei que ambas as propostas, aparentemente, “chocantes” ou "demagogicas" eram inteligentes.

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