segunda-feira, outubro 05, 2009


TIETA DO AGRESTE
EPISÓDIO Nº 251



O Zíper descendo, o corpo nu surgindo diante dos olhos de Peto. Com um movimento de ombros Zuleika se desprende do vestido, o menino pode vê-la toda, como é bonita!

- Tu me acha bonita?

- Demais.

- Está com vontade?

- Nem pergunte.

- Vem.

Sobe para a cama, faz lugar para Peto. Estão deitados de lado, olhando-se. Ele estende a mão, meio sem jeito, toca-lhe o seio. Menor do que o da tia, maior do que o de Leonora, diferente dos dois, redondo, parece uma broa saída do forno. Zuleika suspira ao toque, cada gesto tímido, cada avanço, é um prazer divino.

Me diga é mesmo a primeira vez?

- Com mulher, é sim.

- Andou botando em algum menino?

- Só na cabra.

- Em Negra Flor, não foi?

- Foi nela, sim.

- Bicha safada, ordinária. Peto é o terceiro, entre recentes, a lhe contar da cabra. Mais uma vez Negra a precedera.

- Com mulher é diferente, tu vai ver.

- Muda de posição, agora de barriga para cima, os olhos de Peto pousam-se na senda de pelos negros. A mão de Zuleika Cinderela vai buscá-lo.

- Vem meu macho, traz essa rola gostosa para comer sua mulherzinha. Beija-o ternamente, acaricia-o de manso, faz com que ele a monte, suspende o ventre para facilitar o abraço, mete a língua dentro da orelha de Peto e murmura:

- Que gostoso, sou capaz de me enrabichar contigo.

Cruza as pernas sobre as costas do menino

- Mete, enfia tudo.

Mantendo-o preso entre as coxas, beija-o no rosto e na boca, remexe as ancas, oferece-lhe o seio; xoxota de chupeta, especial para rola em crescimento, morde e afaga. Precisa conseguir que ele aprenda e goste, sinta quanto é bom, se faça macho inteiro e íntegro, para isso o confiaram a ela. Ao mesmo tempo Zuleika, a velha Cinderela, se embriaga de prazer, saboreia e degusta o cabaço do menino. Não pode haver na vida ou na eternidade prazer que a esse se compare.

- Goze comigo que estou gozando.

A vitória obtida cada vez, o debutante acabando junto com ela, no mesmo instante, no mesmo grito, renascendo na mesma hora da morte.

Quando Peto, orgulhoso e feliz, sai do quarto e entra na sala, estrugem aplausos, frenéticos. Casa cheia, ocupadas todas as mesas, presente a malta do bar, seu Barbozinha, o árabe Chalita, com uma meninota sobre os joelhos, o moleque Sabino, sócio na Negra Flor, a quem Zuleika, uma semana atrás, descabaçara por prazer, sem que ninguém pagasse. Por Peto, quem paga é Osnar, regiamente. Entre os demais reuniram dinheiro para a festa.

As mulheres vêem uma a uma e o beijam na boca. A falsa loira o chama de pitéu, outra de doce de coco, a novinha que saíra e voltara, o trata de cunhado, cada qual mais louca e linda. Peto senta-se ao lado de Aminthas, recende a brilhantina e a fêmea.

Osnar labuta com a rolha da garrafa de champanhe – champanhe nacional, é evidente, pois estamos na pensão de Zuleika Cinderela, em Agreste, e não no refúgio dos Lordes, de Madame Antoinette, em São Paulo. O poeta De Matos Barbosa estufa o peito, pigarreia para limpar a voz, retira do bolso uma folha de papel e, em meio ao silêncio mais respeitoso e absoluto declama o Soneto do Himeneu, composto para a ocasião, uma beleza! Neco Suruba trás o bolo de aniversário e casamento.

Zuleika Cinderela ainda encharcada de prazer, exige uma cópia do soneto, manda que coloquem um tango na vitrola e volteando no vestido azul sai a dançar com Barbozinha, rostos colados, as coxas entrelaçando-se naqueles passes floreados e difíceis. Peto, apaixonado, acompanha os
volteios da dança morto de ciúmes.

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