TIETA DO
AGRESTE
EPISÓDIO Nº 308
DA POLUIDA VIA SACRA NA LONGA NOITE DE AGRESTE – QUINTA ESTAÇÃO: ENTRE A CRUZ E A DILIGÊNCIA
Dona Milú e dona Carmosina ocupam-se de Leonora, trocam-lhe a roupa, obrigam-na a deitar-se. Na casa da velha parteira, cresce um reboliço de tisanas e remédios – chá de erva cidreira para acalmar os nervos, gemada para esquentar o corpo e refazer as forças. Sabino chega trazendo bolsas e maletas, a bagagem maior fora levada para a marinete, na garagem.
Tieta avisa:
- Vou ali, já volto.
Dona Milú se preocupa:
- Ali onde? Fazer o quê?
- Não tenha medo, mãe Milú, não vou agredir ninguém.
Nas casas aparentemente adormecidas, os moradores estão despertos, atentos. Feixes de luz escapam pelas frinchas das portas, pelas vigias. Chega à rua uma ou outra palavra, dita em voz mais alta. Até a sentinela de Jarde ganhou animação. Discussões no bar repleto. Acento amargo na voz de Osnar:
- A porra dessa fábrica ainda nem começou e já apodreceu tudo.
Janelas se entreabrem ao passo de Tieta. Cruza a cidade, entra nos becos, vai até aos barrancos do rio, não leva pressa, talvez se despedindo. Despedindo e recrutando, não anda ao acaso, Madame Antoinette, voilà! Tem destino e objectivo.
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