sexta-feira, fevereiro 05, 2010


ALBERTO
JOÃO
JARDIM
E A CRISE




Confesso que sou suspeito: não sou madeirense com fortíssimas probabilidades de ter sido mais um dos muitos "empregados" do Sr. Alberto João e ao fim de tantos anos já estou cansado das suas atitudes descaradas e atrevidamente provocatórias e desafiadoras, “…dos senhores Silvas” e “…desses senhores do cont’nente”, que é a sua linguagem corriqueira para todos aqueles que o desafiam e não lhe aparam os golpes.

Nesta história da actual crise política que estamos vivendo (ou talvez não) há algumas coisas que não jogam:

- Como é que sobre um assunto de alguma relevância política, partidos de direita e da esquerda estão unidos contra o governo - mais uma vez!.

- Por que é que o governo, sobre os montantes em causa, se baralhou tanto vindo a falar de importâncias diferentes, 120, 80, 60, até se ter fixado, finalmente, nos 50 milhões de euros?

- Por que razão, não obstante ser uma questão de princípio, ou melhor, de péssimos sinais para o exterior, o governo deixou antever uma crise governativa que seria, em termos de sinais, muito pior ainda?

O montante do endividamento da Região da Madeira está estimado em 4.500 milhões de euros (Violante Saramago, bióloga e ex-deputada do PS e do BE à Assembleia Legislativa da Madeira) o que é muito dinheiro, estabeleçam-se as comparações que se quiserem com outras regiões de Portugal continental levando em linha de conta o número de pessoas que vivem em cada uma dessas regiões.

Parece mesmo, face aos rendimentos per capita dos madeirenses, que deveriam ser eles a ajudarem os compatriotas de outras regiões do país muito mais pobres… e não o contrário.

Mas isto das estatísticas é enganador, como todos nós sabemos…e apesar dos bons índices de riqueza per capita dos madeirenses, a realidade é que eles se confrontam com um desemprego de 11%, as desigualdades sociais são gritantes e a situação de pobreza atinge mais de 1/5 da população.

Em contrapartida, a obra feita é incontestável: um aeroporto que era indispensável e que é uma construção arrojada de engenharia e depois são auto-estradas, viadutos e aquedutos que ligam toda a ilha de uma volta à outra.

Todas estas obras e muitas outras, com certeza, terão sido todas elas prioritárias e de importância indiscutível?

Por alguma razão Alberto João pede agora aos empresários para aguentarem dois anos senão isto rebenta!!! Porque será?

A oposição parece ter medo de Jardim, medo de perder votos e medo de defender uma autonomia séria e autêntica que não esteja sistematicamente amarrada pelos interesses dos grandes grupos económicos da região.
Como será a Madeira Pós - Jardim?

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