A Senhora D.ª Alice
A Srª Dª. Alice, mãe da minha mulher, quase quatro anos após ter sido operada a um tumor no recto, faleceu agora, aos oitenta e oito anos. E eu falo nela, não por ter morrido, o que na situação clínica em que se encontrava terá sido o desfecho mais natural, mas porque em vida foi uma pessoa de excepção.
É nossa obrigação falar das pessoas que passaram na vida de uma forma anónima, discreta, quase silenciosa e que, no entanto, foram capazes de espalhar à sua volta e envolver os que tiveram a sorte de as conhecer e com elas privarem, num suave perfume de rara beleza.
Falar da Dª Alice é também uma obrigação minha que na parte final da sua vida lhe chamava… “de minha princesa” porque, na verdade, a sua postura era de uma verdadeira aristocrata.
Devo-lhe estas palavras e só temo que elas não condigam em qualidade com a dona Alice mas eu que a conheci bem admito, desde já, que não seria fácil.
O Sr. António, seu marido, desfrutou da sua companhia durante mais de sessenta anos e reconhecia, lavado em lágrimas, que a sua Alice tinha sido a sua mulher, mãe, amiga, gestora e por falta de mais palavras rematava: “…foi tudo!”.
É verdade, a Dº. Alice é daquelas pessoas que nasce para ser tudo na vida de alguém. Tê-la a seu lado foi a tranquilidade, a paz, a garantia de que em todos os momentos ela estava lá para resolver, aconselhar ou simplesmente enviar um olhar envolto em silêncio, um esboço de sorriso de que tudo o que naquele momento era mau iria passar e que outros dias viriam melhores.
A Dª Alice era a inteligência calma que transmitia segurança, tranquilidade e confiança.
A operação que lhe concedeu mais quatro anos de vida com alguma qualidade, excepção feita aos últimos meses, permitiu-lhe conhecer, desfrutar e amar a bisneta, a Filipa, que parece ter sido feita para receber o seu património genético, tais as semelhanças. Nada mais justo do que deixar no mundo uma “pequenina Alice”, sua representante e continuadora com o significado de prémio merecido por uma vida perfeita: “a cereja em cima do bolo, do bolo que foi a sua vida”.
Nos derradeiros momentos, com as últimas palavras já segredadas, muito sumidas, veio o seu último sorriso com a recomendação de que… “sejam felizes”.
Bem-haja, Dª Alice, foi um privilégio e uma honra tê-la conhecido.
É nossa obrigação falar das pessoas que passaram na vida de uma forma anónima, discreta, quase silenciosa e que, no entanto, foram capazes de espalhar à sua volta e envolver os que tiveram a sorte de as conhecer e com elas privarem, num suave perfume de rara beleza.
Falar da Dª Alice é também uma obrigação minha que na parte final da sua vida lhe chamava… “de minha princesa” porque, na verdade, a sua postura era de uma verdadeira aristocrata.
Devo-lhe estas palavras e só temo que elas não condigam em qualidade com a dona Alice mas eu que a conheci bem admito, desde já, que não seria fácil.
O Sr. António, seu marido, desfrutou da sua companhia durante mais de sessenta anos e reconhecia, lavado em lágrimas, que a sua Alice tinha sido a sua mulher, mãe, amiga, gestora e por falta de mais palavras rematava: “…foi tudo!”.
É verdade, a Dº. Alice é daquelas pessoas que nasce para ser tudo na vida de alguém. Tê-la a seu lado foi a tranquilidade, a paz, a garantia de que em todos os momentos ela estava lá para resolver, aconselhar ou simplesmente enviar um olhar envolto em silêncio, um esboço de sorriso de que tudo o que naquele momento era mau iria passar e que outros dias viriam melhores.
A Dª Alice era a inteligência calma que transmitia segurança, tranquilidade e confiança.
A operação que lhe concedeu mais quatro anos de vida com alguma qualidade, excepção feita aos últimos meses, permitiu-lhe conhecer, desfrutar e amar a bisneta, a Filipa, que parece ter sido feita para receber o seu património genético, tais as semelhanças. Nada mais justo do que deixar no mundo uma “pequenina Alice”, sua representante e continuadora com o significado de prémio merecido por uma vida perfeita: “a cereja em cima do bolo, do bolo que foi a sua vida”.
Nos derradeiros momentos, com as últimas palavras já segredadas, muito sumidas, veio o seu último sorriso com a recomendação de que… “sejam felizes”.
Bem-haja, Dª Alice, foi um privilégio e uma honra tê-la conhecido.
Joaquim Luís de Vasconcelos Paula de Matos
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home