sábado, maio 01, 2010


ENTREVISTA


FICCIONAL


COM JESUS


DA NAZARÉ


4º Tema – O Nascimento de Jesus.



Raquel – Ei, Maestro… Jesus! Onde vos haveis metido?

Jesus – Shalon, Raquel!

Raquel – Tenho-te procurado toda a manhã…

Jesus – Tenho estado aqui a falar com uns pastores… contaram-me das terras que lhes conquistaram…

Raquel – Pois eu digo-lhe que vários colegas das Emissoras Latinas estão interessadas em combinar entrevistas com o senhor… mas, pelo que vejo, o senhor prefere conversar com os pastores…

Jesus – Não, eu falo com quem chega…

Raquel – Pois então fale comigo… Atenção, Estúdios, Emissoras Latinas, ao vivo e em directo com Jesus da Nazareth com quem temos um tema pendente… Ontem o senhor começou a falar do parto de sua mãe Maria, recorda-se?

Jesus – Sim, recordo. E que queres saber?

Raquel – Pois, é isso, como deu à luz a virgem, bem, a sua mãe… compreendo que são perguntas muito íntimas, mas…

Jesus – Íntimas? Os partos no meu tempo não tinham nenhum segredo. Quando uma mulher chegava a hora de dar à luz toda a vizinhança se inteirava. Corriam a avisar os familiares e a parteira…

Raquel – Por não haver hospitais atendiam a mulher em sua casa.

Jesus – Sim, era o costume.

Raquel – E a deitavam?

Jesus – Como, deitar? No meu tempo paria-se de pé.

Raquel – Ah, claro, de pé… eu vi no Discovery.

Jesus – Sabes como faziam? Penduravam do teto uma corda para que a parturiente se agarrasse com força quando começassem as dores. Outra mulher colocava-se por detrás para amparar.

Raquel – E a parteira?

Jesus – A parteira punha-se diante, sentada entre as pernas da mãe ajudando-a a respirar. Outras mulheres aqueciam água e bálsamos.

Raquel – E entretanto que faziam os homens?

Jesus – Esperavam. Ficavam sentados, cá fora, no chão, em silêncio, esperando. Aos rapazes mandavam-nos buscar “hinojo” para misturar no vinho e dar de beber à pobre que estava agarrada à corda, puxa que puxa… até que aparecia a cabeça e nascia a criatura.

Raquel – E iam-se todos embora para suas casas.

Jesus – Pelo contrário, vinham mais. As mulheres começavam a cantar, a gritar de alegria pelo recém-nascido… os homens a brindar… a parteira a limpar o sangue e a cortar o umbigo… uma festa!

Raquel – E sua mãe, Maria, deu à luz assim?

Jesus – Naturalmente. Como é que haveria de dar à luz senão assim?

Raquel – Bem, é que eu li em alguns catecismos que o senhor veio ao mundo… como um raio de luz que atravessa um cristal sem rompê-lo nem manchá-lo.

Jesus – Não entendo o que queres dizer, Raquel.

Raquel – Bem… que sua mãe deu à luz sem romper… o selo da virgindade.

Jesus – O selo? Que selo?

Raquel – Quero dizer… o hímen… compreende que é um tema difícil para mim…

Jesus – Não, Raquel, isso não tem sentido. A minha mãe deu à luz como todas as mulheres davam à luz. E rompiam as águas, os selos e pariu como todas o fazem.

Raquel – Isso quer dizer que…?

Jesus – Não te enredes, Raquel. A porta da vida se santifica quando se abre, não quando permanece fechada.

Raquel – Pois… mas se tudo foi assim durante o parto… necessitamos de perguntar-te o que aconteceu antes e depois e…

Jesus – A cada dia o seu afã, Raquel e a cada entrevista também.

Raquel – Sim, é melhor despedirmo-nos do programa. De Belém,
cobrindo a surpreendente
segunda visita de Jesus à terra, a repórter Raquel Perez.

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