terça-feira, maio 11, 2010


ENTREVISTAS
FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO


Entrevista Nº 11

Tema – Como era Maria


Raquel – Os microfones das Emissoras Latinas continuam na Basílica da Assunção, na Nazareth. Cobertura especial da segunda vinda de Jesus Cristo, nascido e criado aqui, segundo ele mesmo nos contou. Temos recebido muitas chamadas de pessoas que ouviram a nossa última entrevista sobre a sua família e que ficaram tão surpreendidas como eu. Pedem-me insistentemente uma nova entrevista sobre este tema tão espinhoso.

Jesus – Pois não sei de onde vêm os espinhos… mas, enfim, Raquel, pergunta-me o que quiseres…

Raquel – Digamos, que foi aqui neste lugar, onde tua mãe recebeu a visita do anjo e aceitou humildemente o seu destino?

Jesus – Por que dizes humildemente?

Raquel – Bem, sua mãe é um exemplo universal de humildade, de obediência à vontade de Deus…

Jesus – Pois não sei de que pessoa estás a falar porque minha mãe era bem arisca.

Raquel – Como arisca?

Jesus – Tinha mau génio. Já sabes como são as mulheres do campo da minha terra. Maria nunca se deixou dominar por ninguém. Nem por José, nem sequer por mim. Queres que te conte um episódio?

Raquel – Conta, conta para a nossa audiência…

Jesus – Quando senti o chamamento de Deus, começaram os problemas lá em casa. Meus irmãos que já eram crescidos não entendiam e minha mãe ainda menos.

Raquel – Não pode ser porque Maria conhecia a vontade de Deus sobre o senhor desde o começo.

Jesus – Escuta, Raquel. Uma vez, estava eu em Cafarnaum, dando início ao nosso movimento, formando o primeiro grupo. A casa estava cheia a abarrotar de gente e me avisaram:

- Jesus: estão lá fora à tua procura.
- Quem está à minha procura?
- A tua mãe e os teus irmãos.
- E o que querem eles?
- Que deixes essas tuas loucuras e regresses a Nazareth.

A minha mãe era a mais determinada.

Raquel – E o senhor que fez?

Jesus – Desafiei-os. Levantei a voz para que me ouvissem bem:

- Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Os que apoiam o plano de Deus não quero que os estorvem.

Raquel – E como reagiram?

Jesus – Ficaram furiosos. Mas depois, a pouco e pouco, com o tempo, foram entendendo. Mudaram. Meus irmãos e minha mãe acompanharam-me mais tarde para todo o lado.

Raquel – Sua mãe rezava muito?

Jesus – Muito, não. Mas quando o fazia fazia-o bem.

Raquel – Qual era a sua oração preferida? A Ave-Maria?

Jesus – Qual dizes… Não era uma oração antiga que eu lhe ouvia rezar muitas vezes: “Minha alma magnífica pertence ao Senhor, porque derrubou o trono dos poderosos e levantou os humildes. Chamou de bons aos pobres e aos ricos os mandou embora de mãos a vazias”. Se bem me recordo era assim que ela rezava.

Raquel – Mas isso é mais que uma oração, parece uma proclamação revolucionária…

Jesus – Como já te disse, a minha mãe era uma lutadora.

Raquel – Tudo o que nos conta está muito bem… mas a nossa audiência quer é saber do anjo.

Jesus – Qual anjo?

Raquel – Gabriel. O que anunciou a Maria a sua concepção virginal.

Sacristão – Atenção… senhores… têm que sair. Vamos encerrar a Basílica.

Jesus – Creio que já nos estão tirando daqui.

Raquel – Pois, vamos para uma pausa comercial… e sigam connosco. Para Emissoras Latinas, Raquel Perez, Nazareth.

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