sábado, agosto 21, 2010


INFORMAÇÕES ADICIONAIS
AO TEMA DA ENTREVISTA
SOBRE HOMOSSEXUALIDADE (2)


Paulo – Um Fariseu

Ao recordar a Raquel a lista dos excluídos do reino de Deus, entre os quais estavam os homossexuais, que terá sido da responsabilidade de Paulo, Jesus informa-a de que, tanto quanto julga saber, ele tinha sido fariseu.

Há, realmente, uma opinião muito generalizada e consistente de que Paulo não foi fiel à mensagem original de Jesus e do seu Movimento.

Havia grandes diferenças entre estes dois homens:

- Paulo, nasceu de uma família bem instalada na sociedade e recebeu uma esmerada educação grega e rabínica com os doutores da Lei em Jerusalém, onde teria sido aluno do Rabino Gamaliel. A sua mentalidade estava muito próxima da farisaica que era severa, intolerante, fanática, reprovativa e que tinha sido questionada e recusada por Jesus.

- Este, por sua vez, tinha origens humildes, nasceu numa família pobre que não lhe pôde proporcionar instrução tendo, inclusivé, permanecido analfabeto.

Da mentalidade farisaica de Paulo ficaram profundas reminiscências que influenciaram as suas posições interpretativas da mensagem de Jesus e estão na base de divergências.

Paulo nasceu em Tarso, que actualmente pertence à Turquia, de uma família judaica pois, já então, havia judeus espalhados pelo mundo. Adquiriu cidadania Romana e foi educado na fé e tradição judaicas.

Inicialmente, perseguiu os seguidores de Jesus que procuravam difundir uma nova fé entre os judeus de Jerusalém que ameaçava a “tradição dos pais” da qual ele era um defensor intransigente.

Com o objectivo de os combater foi enviado a Damasco mas, já perto da cidade, viu o resplendor de uma luz no céu que o cercou e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, por que me persegues”. A partir desse momento mudou de nome e de barricada: de Saulo passou a Paulo e de perseguidor a divulgador das ideias de Jesus.

Destacava-se de todos os outros apóstolos, na sua maioria simples pescadores, pelos seus conhecimentos adquiridos em duas culturas: a grega, que era a sua língua materna e a judaica, falando, provavelmente, também o aramaico que era a língua de Jesus.

Por muitos cristãos ele é considerado o mais importante dos discípulos de Jesus e o mais responsável pelo desenvolvimento do cristianismo nascente, uma das principais fontes da sua doutrina com as Epístolas que constituem um segmento fundamental do Novo Testamento.

Alguns afirmam mesmo que foi ele com a sua actividade missionária, com três grandes viagens apostólicas à Grécia, Macedónia e Ásia Menor onde fundou diversas comunidades, que transformou aquilo que estaria destinado a ser apenas mais uma seita do judaísmo, a prazo esquecida, numa nova religião.

Paulo foi julgado e condenado à morte por Nero, na sua fúria contra os cristãos, decapitado e não crucificado pelo facto de ser um cidadão romano.

Diversos teólogos, estudiosos e críticos, entre eles o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche, acusam Paulo de ter mutilado os ideais cristãos, transformando uma mensagem libertária de transformação individual, numa religião de culpa, cheia de padrões rígidos, o que teria tornado o
cristianismo numa negação das ideias de Jesus da Nazaré.

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