sexta-feira, setembro 17, 2010


ENTREVISTAS FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO


Entrevista Nº 62


Tema – SANTÍSSIMA TRINDADE


Raquel – Continuamos no cimo do Monte Tabor. Na entrevista anterior, o senhor, Jesus Cristo não parecia muito entusiasmado com o privilégio de ter duas naturezas, uma humana e outra divina, numa só pessoa.

Jesus – Não é isso, Raquel, é que não compreendi bem…

Raquel – Não me venha com rodeios dizendo que todos os seres humanos são criados à imagem e semelhança de deus. Isso já o sabemos. Mas o senhor… o senhor chamou-se a si mesmo Filho de Deus.

Jesus – Eu sempre me chamei filho do homem. Eu sou um homem, Raquel. Um homem verdadeiro.

Raquel – Mas também um Deus verdadeiro. Senhor… o senhor é deus.

Jesus – Detém-te Raquel. Horroriza-me o que estás dizendo… Só Deus é Deus.

Raquel – Creio que é hora de falar claro. Eu estou-me referindo à Santíssima Trindade. Quero falar sobre isso. Sobre isso quero ouvir a nossa audiência. Sobre a Santíssima Trindade.

Jesus – Pois falemos.

Raquel – Este dogma da Santíssima Trindade foi estabelecido no Concílio de Niceia (325). Deus: três pessoas numa só natureza: Deus Padre, Deus Filho e Deus Espírito Santo. É ou não assim?

Jesus – Falas-me de três deuses?

Raquel – Falo-lhe de três naturezas numa só pessoa. Ao contrário, de três pessoas numa só natureza. É que estes temas são difíceis, complicados, tem que o compreender. Falo de três pessoas divinas.

Jesus – E quem são essas três pessoas?

Raquel – Bem, o senhor é uma delas.

Jesus – E as outras duas?

Raquel – O Pai e o Paráclito.

Jesus – Quem é o Paráclito?

Raquel – O Espírito Santo. Um pai, um filho e um paráclito. Essa é a família divina.

Jesus – Uma família só de varões?

Raquel – As brincadeiras para mais tarde… Eu volto a pedir-lhe que se concentre porque este tema é crucial. É o dogma dos dogmas.

Jesus – Então, diz-me tu quem sou eu.

Raquel – O senhor vem sendo a segunda pessoa de uma só natureza divina, ainda que, como recordará, o senhor conta com duas naturezas em uma mesma pessoa. Entende agora?

Jesus – Não.

Raquel – Luz de luz, deus verdadeiro de deus verdadeiro, engendrado, não criado, consubstancial ao pai.

Jesus – Mas, Raquel, como é que eu vou ser uma pessoa com duas naturezas e uma natureza com três pessoas?

Raquel – A solução disto tudo é a união hipostática. Três que não são três e sim um. E um que não é um, são dois.

Jesus – Acredita que me esforço por seguir-te mas isso parece-me uma geringonça, um imbróglio... Não entendo nada.

Raquel – Bem, são assim os mistérios divinos.

Jesus – Ou melhor, os mistérios dos enredos humanos porque a mim, desde criança, meu pai e minha mãe me ensinaram que Deus é uno e que ninguém jamais viu seu rosto

Raquel – Bibliotecas inteiras explicam o dogma da Santíssima Trindade, triângulos, sermões, pinturas, catedrais… e agora vem o senhor dizer-nos…

Nina – Ei!... Os senhores são daqui?

Jesus – Vem cá, jovem, como te chamas?

Nina – Maryam.

Jesus – Que bonito nome, como o de minha mãe. Vem, senta-te aqui connosco. Que queres?

Nina – Um gelado.

Jesus – Um gelado, não, vamos comprar “três” gelados… Olha-a, Raquel, fala para ela. As crianças são as que mais sabem de Deus. Deus não se revela aos sábios nem aos teólogos.

Raquel – E os demais…?

Jesus – Os demais são o menos. Vamos, Maryam… põe outra cara, Raquel… A natureza está aqui, perante os nossos olhos e as três pessoas somos nós: tu, eu… e a Maryam.

Raquel – Pois… pois… os três despedimo-nos no programa. Até à próxima… Desde O Monte Tabor, Emissoras Latinas.

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